(4) Honestidade Intelectual: Mapa da Ignorância


A Construção digna de uma Verdade sincera e vivificante

Passos de uma Aventura Fascinante

1º Passo

(1) Silêncio e solidão.
(2) Contemplação habitual de paisagens grandiosas, acompanhada da consciência de que a beleza não é um acidente subjetivo, mas um dado da realidade.
(3) Cultivo da reverência ante a santidade, o heroísmo, a sabedoria.
(4) Oração

Apeirokalia (O.C)

       Por onde começa o treinamento da consciência para admitir a verdade? 

        O Primeiro degrau no aprendizado da verdade consiste em você aprender a reconhecer aquelas verdades que só você sabe e que ninguém, fora você, pode confirmar ou negar. Por exemplo, só você conhece suas intençõessó você conhece os atos que praticou em segredosó você conhece os sentimentos que não confessouVocê, nesses casos, é a única testemunha, e é aí que você vai conhecer a diferença radical e intransponível entre verdade e falsidade. As pessoas que vivem negando a existência de verdades não conhecem essa experiêncianunca deram senão falso testemunho de si mesmas ante o tribunal da consciênciamentem para si mesmas e por isto sentem que tudo no mundo é mentira(O.C)

2º Passo

(1) - Assistir uns duzentos ou trezentos filmes bons, mas que podem ser divertidos. Sempre legendados, por favor.
(2) - Ler, no mínimo, uns cem livros. De preferência, obras de literatura infanto-juvenil do século 19.
(3) - Escutar MUITO e buscar conhecer música antiga ou tradicional do mundo todo, oriente e ocidente.
(4) - Se for mulher, aprender alguma dança tradicional-folclórica e, se for homem, alguma arte marcial.
(5) - Se for possível, aprender algum artesanato verdadeiro.
Ler muito Arthur Conan Doyle (Sherlock Homes) e depois Dostoiévski
Essas coisas são a base da base, a "sola de sapato" para uma vida de estudos mais profundos. Brincar de estudar cosmologia, filosofia ou teologia sem esses conhecimentos (e MUITOS outros que devem ser adquiridos posteriormente) é que nem decorar resultados de cálculos matemáticos sem ter aprendido sequer os números, coisa de papagaio. 

(Professor 
 Luiz Gonzaga De Carvalho Neto)

3º Passo

(1) Possuir uma boa cultura literária.
(2) Aprender a escrever com clareza e correção.
(3) Dominar ao menos uma língua estrangeira (leitura e escrita).
(4) Ter uma base religiosa sólida.
(5) Empreender um esforço psicanalítico e de auto-conhecimento para livrar-se de parasitas psicológicos que possam ser nocivos para a realização de uma vida intelectual

4º Passo

(1) Dominar o Trivium.
(2) Aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos.
(3) Estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl. 
(4) Absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX.
(3) Conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações.
(4) Absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões.
(5) E então, só então, ler Marx, Nietzsche, Foucault.
*A tragédia do Estudante sério no Brasil (Olavo de Carvalho - 2006)

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Livros e dicas para começar a vida de estudos

(1) - Estudar todo dia um pouco.

(2) - Não estudar nada sem um interesse total e absorvente.

(3) - Ler devagar, com lápis na mão, e não deixar passar uma palavra desconhecida, uma frase malcompreendida.

(4) - Ler somente os livros essenciais de cada área, sem perder tempo com obras de interesse periférico.

(5)
 - Domine pelo menos três idiomas (ler e escrever -- conversação é para turista).Quanto a seleção de livros, estes são indispensáveis e, por eles, você chegará aos outros:

Livros:

(1) - Otto Maria Carpeaux, História da Literatura Ocidental (leia pela ordem, anotando cada autor importante citado e fazendo a lista dos livros que vai ler pelos próximos dez anos).

(2) - Frederick Copleston, A History of Philosophy (idem)

(3) - Giovanni Reale e Dario Antiseri, História da Filosofia

(4) - Giovanni Reale, História da Filosofia Antiga

(5) - Guileermo de Fraile, História de la Filosofía

(6) - Theodor Gomperz, Os Pensadores da Grécia. História da Filosofia Antiga

(7) - Friedrich Ueberweg, History of Philosophy, from Thales to the Present Time

(8) Eduard Zeller, Coleção de "A Filosofia dos Gregos no seu Desenvolvimento Histórico"

(9) - William K. C. Guthrie, História da Filosofia Grega

(10) - Olavo de Carvalho, História Essencial da Filosofia

(11- Will Durant, História Da Civilização

(12) - Leopold Von Ranke - História dos Papas.
(13) - Hyppolite Taine - Origens da França Contemporânea.
(14) - Frederic Maitland - O dia do juízo: Origem da Inglaterra.
(15) - Edward Meyer - História da Antiguidade.
(16) - Jacob Burckhardt - A Cultura do Renascimento na Itália.
(17) - Theodore Mommsen - História de Roma.
(18) - George Grote - História da Grécia.
(19) - Ernest Kantorowicz - Os Dois Corpos do Rei.
(20) - Johan Huizinga - O Outono da Idade Média.
(21) - Modris Ekstein - A Sagração da Primavera. ( 1ª Guerra Mundial)

(22) - Regine Pernoud - Obras (especialmente A Mulher no Tempo das Catedrais).

(23) - Thomas Carlyle - História de Frederico II da Prússia.

(24) - Eric Voegelin, Autobiographical Reflections (idem)

(25) - Georges Gusgorf, Introduction aux Sciences Humaines.

(26) - Seyyed Hossein Nasr, Knowledge and the Sacred.

(27) - Max Friedländer, On Art and Connoiseurship.

(28) - Pitirim A. Sorokin, Novas Teorias Sociológicas.

(29) - Leo Strauss and Joseph Cropsey, History of Political Philosophy.

(30) - Otto Maria Carpeaux, Uma nova história da Música.

(31) - JOSÉ FERRATER MORA, Dicionário de Filosofia

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Lista de Livros:

(1) Lista: Os Melhores Livros Brasileiros e Portugueses, além de 100 Leituras Básicas 
(Olavo de Carvalho)

(2) Lista: Expedições pelo mundo da Cultura 
(José Monir Nasser)

(3) Lista: Leituras Recomendadas 
(Mortimer Adler e Charles Doren)

(4) Lista: Livros que fizeram a minha cabeça
(Olavo de Carvalho)

(5)Lista: Livros do Artigo ''Estudar antes de Falar'' 
(Olavo de Carvalho)

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(1) Lista: Os Melhores Livros Brasileiros e Portugueses, além de 100 Leituras Básicas 
(Olavo de Carvalho)

I. LITERATURA DE FICÇÃO 

1. MACHADO DE ASSIS 
 Memórias Póstumas de Brás Cubas
 Quincas Borba 
 Dom Casmurro
 Esaú e Jacó 
 Papéis Avulsos
 Histórias sem Data
 Várias Histórias 

 2. RAUL POMPÉIA 

 O Ateneu 

 3. COELHO NETO 

 Turbilhão

 4. LIMA BARRETO 

 Triste Fim de Policarpo Quaresma 
 Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá 

 5. GRACILIANO RAMOS

 S. Bernardo 
 Angústia 
Vidas Secas 

 6. JORGE AMADO 

 Terras do Sem-Fim 
 Os Velhos Marinheiros

 7. JOSÉ LINS DO REGO

 Fogo Morto 
Cangaceiros

 8. JOSÉ GERALDO VIEIRA 

 A Mulher que Fugiu de Sodoma
Terreno Baldio 
O Albatroz

9. MARQUES REBELO

Oscarina 
Três Caminhos
O Espelho Partido, 3 vols. 

10. ÉRICO VERÍSSIMO 

O Tempo e o Vento, 7 vols. 

11. CIRO DOS ANJOS 

O Amanuense Belmiro 

12. JOÃO GUIMARÃES ROSA 

Sagarana 
Grande Sertão: Veredas 
Corpo de Baile 

13. OCTÁVIO DE FARIA

Mundos Mortos etc. 

14. ANNIBAL M. MACHADO 

A Morte da Porta-Estandarte e Outras Histórias 

15. CLARICE LISPECTOR

A Maça no Escuro 

16. ANTÔNIO CALLADO 

Quarup 

17. JOSÉ J. VEIGA 

A Hora dos Ruminantes 
Sombras de Reis Barbudos

18. OSMAN LINS 

Avalovara 

19. HERBERTO SALLES

Dados Biográficos do Finado Marcelino

II. OBRAS POÉTICAS IMPORTANTES

Gonçalves Dias
Castro Alves 
Alphonsus de Guimaraens 
Cruz e Souza 
Manuel Bandeira 
Carlos Drummond de Andrade
João Cabral de Melo Neto 
Cecília Meirelles
Jorge de Lima 
Murilo Mendes
Alphonsus de Guimarães Filho
Alberto da Cunha Mello
Bruno Tolentino

 NB - O melhor de uma obra poética está com frequência em pequenas peças isoladas, motivo pelo qual não interessa dar o nome dos livros em que constam, em geral meras coletâneas. Cada um dos poetas acima citados é autor de pelo menos uma pequena obra-prima indiscutível.

 III. ESTUDOS LITERÁRIOS

1. MÁRIO DE ANDRADE

Aspectos da Literatura Brasileira 

2. MANUEL BANDEIRA

Itinerário de Pasárgada 

3. SÉRGIO MILLIET

Diário Crítico 

4. ÁLVARO LINS 

Jornal de Crítica 
A Técnica do Romance em Marcel Proust 

5. OTTO MARIA CARPEAUX 

História da Literatura Ocidental, 7 vols.
Origens e Fins 
A Cinza do Purgatório 
Retratos e Leituras 
A Literatura Alemã 

6. AUGUSTO MEYER

A Forma Secreta 
Preto e Branco 

7. WILSON MARTINS

 História da Inteligência Brasileira, 7 vols.

 8. ANTÔNIO CÂNDIDO

 Formação da Literatura Brasileira, 2 vols. 

 9. JOSÉ GUILHERME MERQUIOR

 Formalismo e Tradição Moderna 
 As Idéias e as Formas 
 O Elixir do Apocalipse 
 Saudades do Carnaval 

IV. FILOSOFIA 

1. MAURÍLIO T. PENIDO 

Da Analogia

2. MIGUEL REALE

Filosofia do Direito 
Verdade e Conjetura 
Pluralismo e Liberdade, etc.

3. VICENTE FERREIRA DA SILVA

Obras Completas, 2 vols. 

4. MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS 

Filosofia da Crise 
Filosofia Concreta, 3 vols.
Pitágoras e o Tema do Número 
A Sabedoria dos Princípios 
A Sabedoria da Unidade 
A Sabedoria do Ser e do Nada 

5. HENRIQUE LIMA VAZ 

Escritos de Filosofia 

V. HISTÓRIA E CIÊNCIAS SOCIAIS EM GERAL 

1. JOAQUIM NABUCO

Um Estadista do Império

2. OLIVEIRA LIMA 

D. João VI no Brasil 

3. CAPISTRANO DE ABREU

Capítulos de História Colonial 

4. EUCLIDES DA CUNHA 

Os Sertões 

5. ALCÂNTARA MACHADO 

Vida e Morte do Bandeirante 

6. PAULO PRADO 

 Retrato do Brasil 

7. LUÍS MARTINS 

O Patriarca e o Bacharel 

8. OLIVEIRA VIANNA

Instituições Políticas Brasileiras

9. GILBERTO FREYRE

Casa Grande & Senzala 
Sobrados & Mucambos 
Ordem & Progresso 
Nordeste 
Uma Interpretação do Brasil 
etc. 

10. JOSÉ MARIA DOS SANTOS

A Política Geral do Brasil 

11. CAIO PRADO Jr. 

História Econômica do Brasil
Formação do Brasil Contemporâneo

12. SÉRGIO BUARQUE DE HOLLANDA  

Raízes do Brasil 
Visão do Paraíso

13. FERNANDO DE AZEVEDO

A Cultura Brasileira 

14. LUÍS DA CÂMARA CASCUDO

Civilização e Cultura 

15. VIANNA MOOG 

Bandeirantes e Pioneiros

16. RAYMUNDO FAORO

Os Donos do Poder 

17. JOÃO CAMILO DE OLIVEIRA TORRES 

Teoria Geral da História 

18. JOSÉ HONÓRIO RODRIGUES 

Teoria da História do Brasil
A Pesquisa Histórica no Brasil 
Aspirações Nacionais 
Conciliação e Reforma no Brasil

19. ROBERTO MANGABEIRA UNGER 

Conhecimento e Política 

VI. MISCELÂNEA

1. FRANCISCO DO MONTE-ALVERNE 

Sermões

2. OTTO MARIA CARPEAUX 

Uma Nova História da Música

3. RUY BARBOSA 

Discursos Seletos

4. RUBEM BRAGA

Crônicas 

5. JORGE ANDRADE

Teatro 

6. ARIANO SUASSUNA 

Teatro 

7. PEDRO NAVA

Baú de Ossos 

8. GUSTAVO CORÇÃO 

A Descoberta do Outro

ALGUNS DOS MELHORES LIVROS PORTUGUESES

I. FILOSOFIA

(a) em latim

1. Francisco Sanches, Quod Nihil Scitur 
2. Pedro da Fonseca, Instituições Dialéticas
3. Benedito Pereira e outros, Cursus Conimbricensis Philosophicus 

(b) em português

4. Leonardo Coimbra, O Criacionismo; A Filosofia Criacionista 
5. Álvaro Ribeiro, Apologia e Filosofia 
6. J. Pinharanda Gomes, História da Filosofia Portuguesa 

II. HISTÓRIA 

7. Alexandre Herculano, História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal
8. Oliveira Martins, História de Portugal; História da Civilização Ibérica 
9. João Lúcio de Azevedo, Épocas de Portugal Econômico 

III. OBRAS POÉTICAS 

10. Luís de Camões 
11. J. M. Barbosa du Bocage 
12. Antero de Quental 
13. Fernando Pessoa 
14. José Régio 
15. Camilo Pessanha 
16. Cesário Verde
17. Sophia M. B. Andresen

 IV. FICÇÃO 

18. Camilo Castelo Branco, A Queda dum anjo; Novelas do Minho; Eusébio Macário; A Brasileira de Prazins 
19. Eça de Queiroz, Os Maias; A Ilustre Casa de Ramires
20. Vergílio Ferreira, Alegria Breve; Para Sempre 
21. Miguel Torga, Os Bichos; Novos Contos da Montanha 

V. TEATRO

22. Gil Vicente, Autos 
23. Antônio Ferreira, Castro
24. Almeida Garrett, Frei Luís de Souza 

VI. HUMANIDADES

25. Antero de Quental, Prosas
26. Fidelino de Figueiredo, A Luta pela Expressão, etc 
27. Antônio Sérgio, Ensaios, 5 volumes
28. Antônio José Saraiva, História da Literatura Portuguesa; Para a História da Cultura em Portugal29. Massaud Moisés, Literatura: Mundo e Forma 
30. Agostinho da Silva, Interpretações 

VII. MISCELÂNEA 

31. Fernão Mendes Pinto, Peregrinação
32. Antônio Vieira, Sermões 
33. Álvaro Ribeiro, Memórias de um Letrado


CEM LEITURAS BÁSICAS
1. Homero - Ilíada
2. Homero - Odisséia
3. Ésquilo - Prometeu Acorrentado
4. Sófocles - Édipo Rei
5. Heródoto - História
6. Tucídides - História da Guerra do Peloponeso
7. Platão - O Banquete
8. Platão - Mênon
9. Platão - A República
10. Aristóteles - Organon
11. Aristóteles - Metafísica
12. Aristóteles - Física
13. Aristóteles - Da Alma
14. Aristóteles - Ética
15. Aristóteles - Política
16. Hipócrates - Escritos Médicos
17. Galeno - Das Faculdades Naturais
18. Euclides - Elementos
19. Epicteto - Discursos
20. Virgílio - Eneida
21. Sto. Agostinho - Confissões
22. Sto. Agostinho - A Cidade de Deus
23. Sto. Tomás de Aquino - Suma contra os Gentios
24. Sto. Tomás de Aquino - Suma Teológica
25. S. Boaventura - Itinerário da Mente a Deus
26. Dante Alighieri - A Divina Comédia
27. Anônimo - Santo Graal
28. Giacomo di Varezzo - A Legenda Dourada
29. Maquiavel - O Príncipe
30. Hobbes - Leviatã
31. Shakespeare - Otelo
32. Shakespeare - Rei Lear
33. Shakespeare - Macbeth
34. Shakespeare - Hamlet
35. Nicolau de Cusa - Da Douta Ignorância
36. Martinho Lutero - Discursos
37. Galileu - Duas Novas Ciências
38. Cervantes - Dom Quixote
39. Camões - Os Lusíadas
40. Bacon - Novum Organum
41. Descartes - Meditações de Filosofia Primeira
42. Descartes - Discurso do Método
43. Spinoza - Ética
44. Racine - Fedra
45. Concílio de Trento - Catecismo
46. Milton - Paraíso Perdido
47. Pascal - Pensamentos
48. Newton - Filosofia Natural
49. Teresa de Ávila - Castelo Interior
50. Böhme - Aurora Nascente
51. Locke - Do Entendimento Humano
52. Locke - Do Governo Civil
53. Leibniz - Discurso de Metafísica
54. Leibniz - Teodicéia
55. Berkeley - Do Conhecimento Humano
56. Hume - Do Entendimento Humano
57. Swift - Aventuras de Gulliver
58. Montesquieu - Do Espírito das Leis
59. Rousseau - O Contrato Social
60. Gibbon - Declínio e Queda do Império Romano
61. Smith - Riqueza das Nações
62. Müller - Elementos de Política
63. De Maistre - Noitadas de S. Petersburgo
64. Kant - Crítica da Razão Pura
65. Kant - Crítica da Razão Prática
66. Kant - Crítica do Juízo
67. Burke - Reflexões sobre a Revolução na França
68. Schelling - Filosofia da Mitologia
69. Schelling - Sistema do Idealismo
70. Hegel - Filosofia da História
71. Hegel - Ciência da Lógica
72. Napoleão - Código Civil
73. Goethe - Fausto
74. Goethe - Wilhelm Meister
75. Balzac - Ilusões Perdidas
76. Stendhal - O Vermelho e o Negro
77. Mill - Lógica
78. Bernard - Introdução à Medicina Experimental
79. Machado de Assis - Dom Casmurro
80. Machado de Assis - Memórias Póstumas de Brás Cubas
81. Manzoni - Os Noivos
82. Comte - Catecismo Positivista
83. Dostoiévski - Crime e Castigo
84. Dostoiévski - Os Irmãos Karamázovi
85. Tolstói - Guerra e Paz
86. Darwin - A Origem das Espécies
87. Marx - O Capital
88. Freud - Introdução Geral à Psicanálise
89. Leão XIII - Do Pai Eterno
90. Dilthey - Introdução às Ciências do Espírito
91. Weber - Ensaios de Sociologia
92. Weber - A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
93. Thomas Mann - A Montanha Mágica
94. Husserl - Investigações Lógicas
95. Husserl - A Crise das Ciências Européias
96. Heidegger - Ser e Tempo
97. Guénon - O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos
98. Guénon - A Metafísica Oriental
99. Schuon - A Unidade Transcendente das Religiões
100. T. S. Eliot - A Terra Gasta
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(2)Lista 100 livros: Expedições pelo mundo da cultura 
(prof. José Monir Nasser)




001- Como Ler Livros — por Mortimer J. Adler / Charles Van Doren;

002- Crime e Castigo — por Fiódor Dostoiévski;

003- O Estrangeiro — por Albert Camus;

004- Em Busca de Sentido — por Viktor Frankl;

005- A Rebelião das Massas — por Jose Ortega y Gasset;

006- O Coração das Trevas — por Joseph Conrad;

007- Apologia de Sócrates — por Platão;

008- Os Irmãos Karamázov — por Fiódor Dostoiévski;

009- O Saber dos Antigos — por Giovanni Reale;

010- O Vermelho e o Negro — por Stendhal;

011- O Jardim das Aflições — por Olavo de Carvalho;

012- O Homem sem Qualidades — por Robert Musil;

013- A Crise do Mundo Moderno — por René Guénon;

014- Admirável Mundo Novo — por Aldous Huxley;

015- O Homem Revoltado — por Albert Camus;

016- A Divina Comédia — por Dante Alighieri;

017- Hamlet — por William Shakespeare;

018- Ilíada — por Homero;

019- A Peste — por Albert Camus;

020- O Processo — por Franz Kafka;

021- Fedro — por Platão;

022- A Ilha — por Aldous Huxley;

023- Antígona — por Sófocles;

024- A Montanha Mágica — por Thomas Mann;

025- A Metamorfose — por Franz Kafka;

026- A Consolação da Filosofia — por Severino Boécio;

027- Rei Lear — por William Shakespeare;

028- Os Demônios — por Fiódor Dostoiévski;

029- O Livro de Jó — por Bíblia;

030- Prometeu Acorrentado — por Ésquilo;

031- Castelo — por Franz Kafka;

032- Fausto (Primeiro) — por Wolfgang von Goethe;

033- Odisséia — por Homero;

034- A Tempestade — por William Shakespeare;

035- O Misantropo — por Molière;

036- Dom Quixote — por Miguel de Cervantes;

037- O Senhor dos Anéis — por J. R. R. Tolkien;

038- 1984 — por George Orwell;

039- Os Noivos — por Alessandro Manzoni;

040- Fausto (Segundo) — por Wolfgang von Goethe;

041- O Idiota — por Fiódor Dostoiévski;

042- Otelo — por William Shakespeare;

043- A Morte de Ivan Ilitch — por Liev Tolstói;

044- Confissões — por Santo Agostinho;

045- A Traição dos Intelectuais — por Julien Benda;

046- Édipo Rei — por Sófocles;

047- Teogonia — por Hesíodo;

048- Gênesis — por Bíblia;

049- Fedra — por Racine;

050- Doutor Fausto — por Thomas Mann;

051- Ilusões Perdidas — por Honoré de Balzac;

052- Esperando Godot — por Samuel Beckett;

053- Os Lusíadas — por Luís de Camões;

054- O Banquete — por Platão;

055- Don Giovanni — por Lorenzo da Ponte;

056- Macbeth — por William Shakespeare;

057- Retrato de um Artista Quando Jovem — por James Joyce;

058- Orestéia — por Ésquilo;

059- Tristão e Isolda — por Richard Wagner;

060- Eugénie Grandet — por Honoré de Balzac;

061- Notas [Memórias] do Subsolo — por Fiódor Dostoiévski;

062- Moll Flanders — por Daniel Defoe;

063- A Morte de Virgílio — por Hermann Broch;

064- O Reino da Quantidade — por René Guénon;

065- Almas Mortas — por Nikolai Gogol;

066- Moby Dick — por Herman Melville;

067- Terra Arrasada — por T. S. Eliot;

068- Mercador de Veneza — por William Shakespeare;

069- Diário de um Pároco de Aldeia — por Georges Bernanos;

070- A Cartuxa de Parma — por Stendhal;

071- Seis Personagens à Procura de um Autor — por Luigi Pirandello;

072- Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister — por Wolfgang von Goethe;

073- O Rinoceronte — por Eugène Ionesco;

074- Menon — por Platão;

075- Um Inimigo do Povo — por Henrik Ibsen;

076- Ortodoxia — por G. K. Chesterton;

077- Madame Bovary — por Gustave Flaubert;

078- Ulisses — por James Joyce;

079- No Caminho de Swann — por Marcel Proust;

080- O Jogo das Contas de Vidro — por Hermann Hesse;

081- Sonho de uma Noite de Verão — por William Shakespeare;

082- As Seis Doenças do Mundo Contemporâneo — por Constantin Noïka;

083- Memórias Póstumas de Brás Cubas — por Machado de Assis;

084- Sobre o Sermão da Montanha — por Santo Agostinho;

085- Morte em Veneza — por Thomas Mann;

086- Michael Kohlhaas — por Heinrich Von Kleist;

087- Noites de Reis — por William Shakespeare;

088- República de Platão — por Platão;

089- O Processo Maurizius — por Jacob Wassermann;

090- O Inspetor Geral — por Nikolai Gogol;

091- Ana Kariênina — por Liev Tolstói;

092- Um Dia na Vida de Ivan Denisovitch — por Alexandre Soljenitzin;

093- Tartufo — por Molière;

094- Notas para uma Definição de Cultura — por T. S. Eliot;

095- Medéia — por Eurípedes;

096- Woyzeck — por Georg Büchner;

097- Père Goriot — por Honoré de Balzac;

098- Mensagem — por Fernando Pessoa;

099- Castro — por Antônio Ferreira;

100- Eneida — por Virgílio.

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(3) Lista: Leituras Recomendadas 

*(Mortimer Adler e Charles Doren)


Nas páginas que se seguem aparece uma lista de livros que valeria a pena ler. De propósito empregamos a expressão “valeria a pena”. Embora nem todos os livros incluídos na lista sejam “grandes” em qualquer dos sentidos comumente aceitos do termo, todos compensam o esforço que você fizer para os ler. Todos esses livros são difíceis demais para a maioria das pessoas – suficientemente difíceis, pelo menos, para forçar a maior parte dos leitores a alargar a inteligência a fim de entendê-los e apreciá-los. E esse, naturalmente, é o tipo de livro que você deve procurar se quiser melhorar sua capacidade de ler e ao mesmo tempo descobrir o que de melhor se pensou e escreveu em nossa tradição literária. 
    Alguns livros são grandes no sentido especial do termo que empregamos no último capítulo. Relendo-os, você encontrará sempre alguma coisa nova, frequentemente muitas coisas. Podem ser relidos inúmeras vezes. Dito de outro modo: tais livros – não diremos exatamente quantos, nem tentaremos identifica-los, já que até certo ponto isso é um juízo pessoal – são difíceis demais para todos os leitores, seja qual for a sua habilidade. Como frisamos no último capítulo, essas são as obras que todos devem fazer um esforço especial para ler. São livros verdadeiramente grandes; são os livros que a pessoa deve escolher para levar consigo para sua ilha deserta.
    A lista é longa e talvez pareça um pouco esmagadora. Não se deixe embaraçar por ela. Em primeiro lugar, é provável que você reconheça os nomes da maioria dos autores. Nada aqui é tão obscuro a ponto de ser esotérico. Mais importante: queremos lembrar-lhe que é prudente começar pelos livros que mais lhe interessam, por esta ou aquela razão. Conforme salientamos várias vezes, o objetivo básico é ler bem, e não muito. Não se sinta frustrado se não puder ler mais do que um punhado desses livros num ano. A lista não é algo que precise ser cumprido num determinado lapso de tempo. Não é um desafio a que só se possa responder lento todos os volumes. Pelo contrário, é um convite que se pode aceitar amavelmente começando por onde a pessoa se sentir mais à vontade. 
    Os autores estão arrolados cronologicamente, de acordo com a data de nascimento conhecida ou presumida. Quando aparecem várias obras do mesmo autor, também estas seguem uma ordem cronológica, sempre que possível. Os entendidos nem sempre concordam quanto à data da primeira edição de um livro, mas isso não deve preocupar o leitor. O importante é ter em mente que a lista toda avança pelo tempo afora. Isso não significa forçosamente que você deve lê-la na sequência cronológica, é claro. Você poderá até começar pelo fim da relação e ir recuando no tempo até Homero e o Antigo Testamento. 
    Não incluímos todas as obras de cada autor. Em geral citamos somente os títulos mais importantes, escolhendo-os, no caso de obras expositivas, com o fim de mostrar a diversidade da contribuição de um autor para vários campos do saber. Em certos casos, arrolamos as obras de um autor e especificamos, entre parênteses, os títulos que são especialmente importantes ou úteis.
    No preparo de uma relação dessa natureza a maior dificuldade surge sempre com respeito aos títulos relativamente contemporâneos. Quanto mais próximo do nosso tempo é um autor, mais árduo é julgá-lo com imparcialidade. É acertado que dizermos que o tempo decidirá, mas talvez não estejamos dispostos a esperar. Assim, no tocante aos escritores e livros mais recentes, há bastante motivo para divergências de opiniões, e não reivindicaremos para os últimos títulos da nossa relação o grau de justificativa que reclamáramos para os primeiros.
    Poderá haver divergência de opinião também acerca de alguns dos primeiros títulos, e talvez nos acusem de alimentarmos preconceitos contra alguns autores que não figuram na relação. Estamos inclinados a admitir que isto pode ser verdade em um ou outro caso. Esta é a nossa lista, que poderá diferir em certos aspectos das listas organizadas por outros. Mas não diferirá significativamente se todos convierem a sério no objetivo de organizar um programa de leitura a cuja execução gale a pena dedicar uma vida inteira. Em última análise, está claro, faça você mesmo a sua lista e trate de cumpri-la. É prudente, porém, ler um bom número de livros que foram unanimemente aclamados antes de organizar a sua. Esta lista é um ponto de partida. 
    Queremos mencionar uma omissão que poderá parecer infeliz aos olhos de alguns leitores. Nossa lista contém apenas autores e livros ocidentais; nela não figuram obras chinesas, japonesas ou hindus. Há várias razões para isto. Uma delas é não estarmos particularmente informados sobre o que se passa fora da tradição literária ocidental, de modo que nossas recomendações teriam pouco peso. Outra é não haver no Oriente apenas uma tradição, como no Ocidente, de sorte que teríamos de conhecer todas as tradições orientais para apresentar um trabalho bem feito. São pouquíssimos os eruditos que conhecem bem todas as obras do Oriente. Em terceiro lugar, há algo a dizer em favor de conhecermos a nossa própria tradição antes de procurarmos entender a de outras partes do mundo. Muitas pessoas que hoje tentam ler livros como I Ching ou o Bhagavad-Gita sentem-se frustradas, não só por causa da dificuldade inerente a essas mesmas obras, mas também porque não aprenderam a ler bem praticando nos livros mais acessíveis – mais acessíveis para elas – de sua própria cultura. E finalmente, a lista como está é suficientemente longa. 
    Outra omissão exige um comentário. A lista, por ser de livros, abrange poucos nomes de pessoas conhecidas fundamentalmente como poetas líricos. Alguns dos escritores da lista escreveram poemas líricos, evidentemente, mas são mais conhecidos por outros trabalhos mais longos. Não se tome este fato como reflexo de preconceito da nossa parte contra a poesia lírica. Mas recomendamos que se comece por uma boa antologia de poesia e não pelas obras reunidas de um só autor. The Golden Treasury, de Palgrave, e the Oxford Book of English Verse são excelentes pontos de partida. Essas antologias mais antigas devem ser complementadas por outras mais modernas – por exemplo, One Hundred Modern Poems, de Selden Rodman, coletânea que estende a noção de poemas líricos de vários modos. Como a leitura de poesia lírica requer habilidade especial, também recomendamos qualquer um dos vários manuais sobre o assunto – por exemplo, An Introduction to Poetry, de Mark van Doren, antologia que contém ainda breves comentários sobre como ler muitos poemas famosos.
    Arrolamos os livros por autor e título, mas não tentamos indicar um editor ou uma edição em particular. Quase todas as obras da lista encontramse em livrarias e bibliotecas, e de muitas existem várias edições, tanto encadernadas como em brochura. Todavia, indicamos que autores e títulos figuram nas duas coleções editadas sob nossa direção. Os títulos incluídos em Great Books of the Western World são identificados por um asterisco; os autores apresentados em Gateway to Great Looks são identificados por dois asteriscos.

1. Homero (século IX a.C.?) 
1.1.*Ilíada; 
1.2.*Odisseia.

2. O Antigo Testamento

3. Ésquilo (c.525-456 a.C.)
3.1.*Tragédias 

4. Sófocles (c.495-406 a.C.) 
4.1.*Tragédias 

5. Heródoto (c.484-425 a.C.) 
5.1.*História (das Guerras Persas)

6. Eurípides (c.485-406 a.C.)
*Tragédias 
(esp. Medeia, Hipólito, As bacantes)

7. Tucídides (c.460-400 a.C.) 
7.1.*História da Guerra do Peloponeso

8. Hipócrates (c.460-377? a.C.)
8.1.*Escritos Médicos 

9. Aristófanes
*Comédias 
(esp. As nuvens, Os pássaros, As rãs)

10. Platão (c.427-347 a.C.) 
*Diálogos 
(esp. A República, Banquete, Fédon, Mênon, Apologia, Fedro, Protágoras, Gorgias, Sofistas, Teeteto) 

11. Aristóteles (384-322 a.C.) 
*Obras 
(esp. Órganon, Física, Metafísica, Da alma, A ética para Nicômaco, Política, Retórica, Poética) 

12. **Epicuro (c.341-270 a.C.) 
12.1. Carta a Heródoto; 
12.2. Carta a Meneceu.

13. Euclides (fl. c. 300 a.C.) 
13.1. *Elementos (de Geometria) 

14. Arquimedes (c. 287-212 a.C.)
 *Obras 
(esp. Do equilíbrio das superficies planas, Dos corpos flutuantes, O arenário) 

15. Apolônio de Perga (fl. c. 240 a.C.) 
15.1. *Das seções cônicas 

16. **Cícero (106-43 a.C.) 
Obras 
(esp. Orações, Da amizade, Da velhice) 

17. Lucrécio (c. 95-55 a.C.) 
17.1. *Da natureza das coisas

 18. Virgílio (70-19 a.C.) 
*Obras 

19. Horácio (65-8 a.C.) 
*Obras
 (esp. Odes, Epodos e A arte poética) 

20. Tito Lívio (59 a.C. – 17 d.C.) 
20.1. História de Roma 

21. Ovídio (43 a.C. – 17 d.C.)
 Obras 
(esp. As metamorfoses) 

22. **Plutarco (c. 45-120) 
22.1. Vidas paralelas; 
22.2. Obras morais.

23. **Tácito (c. 55-117) 
23.1. *Histórias; 
23.2. *Anais;
23.3. Vida de agrícola;
23.4. Costumes dos germanos.

24. Nicômaco de Gerasa (fl. c. 100 d.C.)
24.1. *Introdução à Aritmética 

25. **Epicteto (c. 60-120) 
25.1. *Dissertações; 
25.2. Encheiridion (Manual). 

26. Ptolomeu (c. 110-178: fl. 127-151)
26.1. *Almagesto 

27. **Luciano (c. 120-c. 190) 
Obras
 (esp. A maneira de escrever a História, História verdadeira, Seitas em leilão) 

28. Marco Aurélio (121-180) 
28.1. *Meditações 

29. Galeno (c. 130-200) 
29.1. *Das faculdades naturais

30. O Novo Testamento 

31. Plotino (205-270)
31.1. *Enéadas

32. Santo Agostinho (354-430) 
Obras
 (esp. O mestre, *Confissões, *A cidade de Deus, *Doutrina Cristã) 

33. A canção de Roland (século XII?) 

34. A canção dos Nibelungos (século XIII)
 (A Saga dos Völsung é a versão escandinava da mesma lenda) 

35. A saga de Burnt Njal 

36. St. Tomás de Aquino (c. 1225-1274) 
36.1. *Suma Teológica 

37. **Dante Alighieri (1265-1321)
 Obras
 (esp. A vida nova, Da monarquia, A divina comédia) 

38. Geoffrey Chaucer (c. 1340-1400)
 Obras 
(esp. *Troilus and Criseyde, *Canterbury Tales)

39. Leonardo da Vinci (1452-1519) 
39.1. Caderno de notas 

40. Maquiavel 
40.1. *O príncipe
40.2. Discurso sobre a primeira década de Tito Lívio

41. Erasmo (c. 1469-1536) 
41.1. Elogio da loucura

42. Nicolau Copérnico (1473-1543)
42.1. *Das revoluções dos globos terrestres

43. Sir Thomas More (c. 1478-1535)
43.1. Utopia 

44. Lutero (1483-1546) 
44.1. Três tratados
44.2. Conversa à mesa 

45. François Rabelais (c. 1495-1553) 
45.1. *Gargantua e Pantagruel 

46. Calvino (1509-1564) 
46.1. Instituição da religião cristã

47. Michel de Montaigne (1533-1592) 
47.1. *Ensaios 

48. William Gilbert (1540-1603) 
48.1. *Do ímã e dos corpos magnéticos 

49. Miguel de Cervantes (1547-1616) 
49.1. *Dom Quixote de la Mancha 

50. Edmund Spencer (c. 1552-1599)
50.1. Prothalamion 
50.2. The Faërie Queene

51. **Francis Bacon (1561-1626) 
51.1. Ensaios 
51.2. *Do adiantamento das ciências
51.3. *Novum Organun
51.4. *Nova Atlântida

52. William Shakespeare (1564-1616) 
Obras 

53. **Galileu Galilei (1564-1642)
53.1. O mensageiro astral 
53.2. *Diálogos em torno de duas novas ciências

54. Johannes Kepler (1571-1630) 
54.1. *Epítome da astronomia copernicana
54.2. *Acerca das harmonias do mundo

55. William Harvey (1578-1657)
55.1. *Do movimento do coração e do sangue nos animais
55.2. *Da circulação do sangue 
55.3. *Da reprodução dos animais 

56. Thomas Hobbes (1588-1679) 
56.1. *O Leviatã 

57. René Descartes (1596-1650)
57.1. *Regras para a direção do espírito
57.2. *Discurso do método
57.3. *Geometria
57.4. *Meditações acerca da filosofia primeira

58. John Milton (1608-1674)
Obras 
(esp. *os poemas menores, *areopagitica, *Paraíso Perdido, *Samson Agonistes)

59. **Moliére (1622-1673)
Comédias 
(esp. O avarento, A escola das mulheres, o misantropo, O médico à força, Tartufo)

60. Blaise Pascal (1623-1662) 
60.1. *Cartas provinciais 
60.2. *Pensamentos
60.3. *Tratados científicos 

61. Christian Huygens (1629-1695) 
61.1. *Tratado da luz

62. Spinoza (1632-1677) 
62.1. *Ética

63. John Locke (1632-1704)
63.1. *Carta sobre a tolerância 
63.2. *”Do governo civil” (segundo tratado em Dois tratados do governo)
63.3. *Ensaio sobre o entendimento humano 
63.4. Pensamentos sobre a educação

64. Jean Baptiste Racine (1639-1699)
Tragédias
(esp. Andrômaca, Fedra)

65. Isaac Newton (1642-1727) 
65.1. *Princípios matemáticos de filosofia natural 
65.2. *Óptica 

66. Gottfried Wilhelm von Leibniz (1646-1716)
66.1. Discurso sobre a metafísica 
66.2. Novos ensaios sobre o entendimento humano 
66.3. Monadologia

67. **Daniel Defoe (1660-1731)
67.1. Robinson Crusoé

68. **Jonathan Swift (1667-1745)
68.1. O conto do tonel 
68.2. *Viagens de Gulliver
68.3. A Modest Proposal

69. William Congreve (1670-1729) 
69.1. The way of the world 

70. George Berkeley (1685-1753)
70.1. *Tratado sobre os princípios do entendimento humano 

71. Alexander Pope (1688-1744) 
71.1. Essay on Criticism
71.2. Rape of the Lock 
71.3. Essay on Man

72. Charles de Secondat, Barão de Montesquieu (1689-1755) 
72.1. Cartas persas 
72.2. *Espírito das leis 

73. **Voltaire (1694-1778) 
73.1. Cartas inglesas 
73.2. Cândido 
73.3. Dicionário filosófico 

74. Henry Fielding (1707-1754) 
74.1. Joseph Andrews 
74.2. *Tom Jones

75. **Samuel Johnson (1709-1784) 
75.1. The Vanity of Human Wishes 
75.2. Dictionary 
75.3. Rasselas 
75.4. The Lives of the Poets (esp. Os ensaios sobre Milton e Pope) 

76. **David Hume (1711-1776) 
76.1. Tratado da natureza humana 
76.2. Ensaios morais e políticos
76.3. *Investigações sobre o entendimento humano

77. Jean Jacques Rousseau 
77.1. *Sobre a origem da desigualdade
77.2. *Sobre economia política
77.3. Emílio 
77.4. *O contrato social 

78. Lawrence Sterne (1713-1768) 
78.1. *Tristam Shandy
78.2. *A Sentimental Journey Through France and Italy 

79. Adam Smith (1723-1790)
79.1. A teoria dos sentimentos morais
79.2. *Investigações sobre a natureza e a causa da riqueza das nações

80. Immanuel Kant (1724-1804) 
80.1. *Crítica da razão pura 
80.2. *Fundamentos da metafísica dos costumes 
80.3. *Crítica da razão prática 
80.4. *A ciência do Direito
80.5. *Crítica do julgamento
80.6. Paz perpétua

81. Edward Gibbon (1737-1794)
81.1. *The Decline and Fall of the Roman Empire 
81.2. Autobiography 

82. James Boswell (1740-1795)
82.1. Journal
(esp. London Journal) 
82.2. *The Life of Samuel Johnson Ll. D.

83. Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) 
83.1. *Elementos de química 

84. John Jay (1745-1829), James Madison (1751-1836) e Alexander Hamilton (1757-1804)
84.1. *Federalist Papers 
(assim como os *Articles of Confederation, a *Constitution of the United States e a *Declaration of Independence) 

85. Jeremy Bentham (1748-1832) 
85.1. Introdução aos princípios da moral e da legislação 
85.2. Teoria das ficções

86. Johannn Wolfgang von Goethe (1749-1832) 
86.1. *Fausto 
86.2. Poesia e verdade 

87. Jean Baptiste Joseph Fourier (1768-1830)
87.1. *Teoria analítica do calor 

88. George Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) 
88.1. Fenomenologia do espírito 
88.2. *Filosofia do direito 
88.3. *Conferências sobre a filosofia da história 

89. William Wordworth (1770-1850)
Poemas 
(esp. Lyrical Ballads, poemas de Lucy, sonetos, The Prelude) 

90.Samuel Taylor Coleridge (1772-1834) 
Poemas 
(esp. (Kubla Khan”, Rime of the Ancient Mariner) 
Biographia Literária

91. Jane Austen (1775-1817)
91.1. Orgulho e Preconceito
91.2. Emma 

92. **Karl von Clausewitz (1780-1831)
92.1. Da guerra 

93. Stendhal (1783-1842)
93.1. O vermelho e o negro
93.2. A cartuxa de Parma
93.3. Do amor

94. George Gordon, Lord Byron (1788-1824)
94.1. Don Juan 

95. **Arthur Schopenhauer (1788-1860)
95.1. Estudos sobre o pessimism 

96. **Michael Faraday (1791-1867) 
96.1. História química de uma vela
96.2. *Pesquisas experimentais em eletricidade

97. **Charles Lyell (1797-1875)
97.1. Princípios de geologia 

98. Auguste Comte (1798-1857) 
98.1. A filosofia positive

99. **Honoré de Balzac (1799-1850) 
99.1. O pai de Goriot 
99.2. Eugénie Grandet 

100. **Ralph Waldo Emerson (1803-1882)
100.1. Homens representativos 
100.2. Ensaios 
100.3. Diário 

101. **Nathaniel Hawthorne (1804-1864) 
101.1. A letra escarlate

102. **Alexis de Tocqueville (1805-1859) 
102.1. Democracia na América 

103. **John Stuart Mill (1806-1873) 
103.1. Um sistema de lógica 
103.2. *Da liberdade 
103.3. *O governo representative 
103.4. *Utilitarismo 
103.5. A sujeição das mulheres 
103.6. Autobiografia 

104. **Charles Darwin (1809-1882) 
104.1. *A origem das espécies 
104.2. *A descendência do homem 
104.3. Autobiografia 

105. **Charles Dickens (1812-1870) 
Obras 
(esp. As aventuras de Pickwick, David Cooperfield, Hard Times)

106. **Claude Bernard (1813-1878) 
106.1. Introdução ao estudo da medicina experimental 

107. **Henry David Thoreau (1817-1862)
107.1. Desobediência civil
107.2. Walden 

108. Karl Marx (1818-1862)
*O capital 
(assim como o *Manifesto comunista)

109. George Elliot (1819-1880)
109.1. Adam Bede 
109.2. Middlemarch 

110. **Herman Melville (1819-1891) 
110.1. *Moby Dick
110.2. Billy Budd 

111. **Fiodor Dostoiévski (1821-1881) 
111.1. Crime e castigo 
111.2. O idiota 
111.3. *Os irmãos Karamazov 

112. **Gustave Flaubert (1821-1880) 
112.1. Madame Bovary 
112.2. Três Histórias 

113. Henrik Ibsen (1828-1906) 
Peças 
Esp. Hedda Gabler, Casa das bonecas, O pato selvagem) 

114. **Leo Tolstoi (1828-1910)
114.1. *Guerra e paz 
114.2. Anna Karenina
114.3. O que é a Arte?
114.4. Vinte e três contos 

115. **Mark Twain (1835-1910)
115.1. As aventuras de Huckleberry Finn 
115.2. The Mysterious Stranger

116. **William James (1842-1910) 
116.1. *Os princípios de psicologia 
116.2. As variedades da experiência religiosa 
116.3. Pragmatismo 
116.4. Ensaios de empirismo radical 

117. **Henry James (1843-1916) 
117.1. O americano 
117.2. Os embaixadores 

118. Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) 
118.1. Assim falava Zaratustra 
118.2. Além do bem e do mal
118.3. Genealogia da moral 
118.4. A vontade de poder 

119. Jules Henri Poincaré (1854-1912)
119.1. Ciência e hipótese 
119.2. Ciência e método

120. Sigmund Freud (1856-1939) 
120.1. *A interpretação dos sonhos 
120.2. *Conferências introdutórias sobre psicanálise
120.3. *A civilização e seus descontentes 
120.4. *Novas conferências introdutórias sobre psicanálise 

121. **George Bernard Shaw (1856-1950)
Peças (e Prefácios)
(esp. Homem e super-homem, Major Bárbara, César e Cleópatra, Pigmalião, Santa Joana) 

122. **Max Planck (1858-1947)
122.1. Origem e desenvolvimento da teoria dos quanta 
122.2. Para onde vai a ciência? 
122.3. Autobiografia científica 

123. Henri Bergson (1859-1941) 
123.1. Tempo e livre arbítrio 
123.2. Matéria e memória
123.3. Evolução criadora 
123.4. As duas fontes da moral e da religião 

124. **John Dewey 
124.1. Como pensamos 
124.2. Democracia e educação
124.3. Experiência e natureza
124.4. Lógica, a teoria da pesquisa 

125. **Alfred North Whitehead (1861-1947)
125.1. An Introduction to Mathematics 
125.2. Science and the Modern World 
125.3. The Aims of Education and Other Essays 
125.4. Adventures of Ideas 

126. **George Santayana (1863-1952) 
126.1. The Life of Reason
126.2. Skepticism and Animal Faith 
126.3. Persons and Places 

127. Lênin (1870-1924)
127.1. O Estado e a revolução

128. Marcel Proust (1871-1922) 
128.1. Em busca do tempo perdido

129. **Bertrand Russel (1872-1970) 
129.1. The Problems of Philosophy 
129.2. The Analysis of Mind 
129.3. An Inquiry into Meaning and Truth 
129.4. Human Knowledge; Its Scope and Limits 

130. **Thomas Mann (1875-1955) 
130.1. A montanha mágica 
130.2. José e seus irmãos

131. **Albert Einstein (1879-1955) 
131.1. The Meaning of Relativity 
131.2. On the Method of Theoretical Physics 
131.3. A evolução da física (com L. Infeld)

132. **James Joyce (1882-1941)
132.1. “The Dead” em Dubliners
132.2. Retrato do artista quando jovem 
132.3. Ulisses 

133. Jacques Maritain (1882-1973) 
133.1. Arte e escolástica 
133.2. Os graus do saber
133.3. Os direitos do homem e a lei natural 
133.4. Humanismo integral 

134. Frans Kafka (1883-1924) 
134.1. O processo 
134.2. O castelo 

135. Arnold Tonybee (1889-1975)
135.1. A Study of History 
135.2. A civilização posta à prova 

136. Jean Paul Sartre (1905-1980
136.1. A náusea 
136.2. Entre quatro paredes 
136.3. O ser e o nada 

137. Aleksandr I. Soljenitsin (1918-2008
137.1. O primeiro círculo 
137.2. Pavilhão de cancerosos

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(4) Livros que fizeram a minha cabeça
Olavo de Carvalho



La page est fermée, insensible le livre, 
à celui dont le coeur 
ne sait pas éclairer la lettre extérieure 
avec le sens de l'expérience intime.
GYGES LE CHARTIER 

    Livros não fazem cabeças, é claro. O que as faz é o esforço individual de reviver os atos cognitivos – e não raro as escolhas morais – que precederam a escrita. 
  Em todo caso, o problema fundamental da auto-educação é o de distinguir o essencial e o desprezível, concentrando a atenção no primeiro e poupando um tempo precioso – justamente aquele que o ensino universitário dispersa no estudo de mil e uma insignificâncias.
   Daí a utilidade de uma lista de obras essenciais. Mas essenciais sob qual ponto de vista? A primeira lista desse tipo que chegou ao meu conhecimento foi a de Mortimer J. Adler, em How to Read a Book. Seu critério era a importância das obras para a formação do cenário cultural do Ocidente; seu objetivo, habilitar o estudante a tomar parte na "grande conversação" da cultura Ocidental. Mas, perguntei eu, e se essa conversação, como um todo, tomasse um rumo desastroso e fosse necessário formar inteligências individuais capazes de se subtrair, ainda que por momentos, ao curso geral das coisas? Aí seria preciso dar-lhes uma formação totalmente diversa; seria preciso atrair sua atenção sobre obras e idéias que, não raro, permaneceram à margem do curso dominante. O extremo limite da perspectiva adleriana (em si mesma admirável) era a formação do cidadão consciente. Era preciso, pensei eu, transcender esse ideal meramente civil: era preciso formar inteligências capazes de atender à convocação do Apóstolo: "Sois vós que ides julgar o mundo." Cidadania, afinal, era apenas o nome de um papel social. Eu não queria educar as pessoas para o desempenho de um papel social, por nobre que fosse, mas para tornar cada uma delas apta a assumir o sentido da vida, na acepção que Viktor Frankl dá a este termo. 
    Minha seleção, portanto, não poderia se pautar pela "importância histórica" das obras, mas pelo seu valor estratégico do ponto de vista do sentido da vida. 
    Por outro lado, a própria perspectiva adotada impunha que a seleção abdicasse de toda pretensão a fundar uma normatividade média, um padrão universalmente copiável, mas se ativesse ao desejo de ser útil àquelas individualidades que, por sua própria decisão, desejassem embarcar na grande aventura do sentido da vida. A presente lista não tem, portanto, nenhum valor para os diretores de escolas, os ministros da Educação, os forjadores de sociedades futuras e todos os outros pretensos pais do amanhã mundial. Ela só quer ter utilidade para você, meu amigo, minha amiga, que, como eu, não têm outra ambição senão a de educar-se a si mesmos e chegar a compreender alguma coisa. Vocês, que não têm nenhum projeto de mundo, são no entanto a única esperança do mundo – de um mundo que vai sufocando sob a mão de ferro dos que se julgam habilitados a moldá-lo à sua imagem e semelhança. 
    Os livros aqui listados são desiguais no tamanho, no prestígio e mesmo no valor intrínseco. Cheguei a esta lista através de muitas tentativas e erros, e sei que terei de revê-la – sobretudo com acréscimos – de tempos em tempos. E, se a seleção contém um forte elemento de preferência subjetiva, tanto melhor: se você quer o mesmo que eu, estes livros podem fazer por você o que fizeram por mim. 

(23 de Janeiro de 1999)

Lista:

Agostinho, Santo
001.  As Confissões
002.  A Cidade de Deus

Aristóteles

003.  Metafísica
004.  Física
005.  Da Alma
006.  Ética para Nicômaco
007.  Política

Berdiaev, Nikolai
008.  Cinco Meditações sobre a Existência
009.  Espírito e Realidade
010.  Ensaio de Autobiografia Espiritual

BERNANOS, Georges

011.  Diário de um Pároco de Aldeia
012.  A Impostura
013.  O Grande Medo dos Bem-Pensantes
014.  Os Grandes Cemitérios sob a Lua
015.  Liberdade para Quê?

BLAKE, William
016.  O Casamento do Céu e do Inferno
017.  O Livro de Jó

BLOY, Léon
018.  Exegese dos Lugares-Comuns
019.  O Desesperado
020.  Meu Diário

BÖHM-BAWERK, Eugen von

021.  Capital e Juros

CAMÕES, Luís Vaz de
022.  Os Lusíadas
023.  Lírica

CARPEAUX, Otto Maria
024.  História da Literatura Ocidental
025.  Ensaios Reunidos

CHESTERTON, Gilbert K.
026.  Ortodoxia
027.  Heréticos

CLEMENTE de Alexandria
028.  O Instrutor
029.  Tapeçarias

COLERIDGE, Samuel Taylor

030.  Biographia Literaria
031.  Rimas do Marinheiro Antigo

CONRAD, Joseph
032.  Nostromo
033.  A Chance
034.  O Agente Secreto
035.  Lorde Jim

COOMARASWAMY, Ananda K.
036.  A Farsa da Alfabetização
037.  A Doutrina do Sacrifício
038.  Tempo e Eternidade

DANTE Alighieri
039.  A Divina Comédia

DE MAISTRE, Joseph
040.  Noitadas de S. Petersburgo
041.  Considerações sobre a França

DOSTOIÉVSKI, F. M.
042.  Crime e Castigo
043.  Os Demônios
044.  Os Irmãos Karamazóvi

DÜRRENMATT, Friedrich
045.  A Promessa

EVOLA, Julius
046.  A Tradição Hermética

FERREIRA DOS SANTOS, Mário
047.  Filosofia Concreta
048.  A Sabedoria dos Princípios
049.  Pitágoras e o Tema do Número

FRANKL, Viktor
050.  A Vontade de Sentido

FREYRE, Gilberto
051. [ ] Casa Grande & Senzala

FRYE, Northrop
052.  Anatomia da Crítica
053.  O Grande Código

GIRARD, René
054.  A Violência e o Sagrado
055.  O Bode Expiatório
056.  Coisas Ocultas desde a Fundação do Mundo

GUÉNON, René
057.  O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos
058.  O Homem e seu Devir segundo o Vedanta
059.  O Simbolismo da Cruz

HUIZINGA, Jan
060.  O Outono da Idade Média
061.  Nas Sombras do Amanhã

HUSSERL, Edmund
062.  Idéias para uma Fenomenologia Pura
063.  Lógica Formal e Lógica Transcendental
064.  A Crise das Ciências Européias

IBN-ARABI, Mohieddin
065.  Tratado da Unidade

JOHNSON, Paul
066.  Intelectuais
067.  Tempos Modernos

KIRK, Russel
068.  Conferências na Heritage Foudation

LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm von
069.  Discurso de Metafísica
070.  Monadologia
071.  Novos Ensaios sobre o Conhecimento Humano

MACHADO DE ASSIS, J. M.
072.  Memórias Póstumas de Brás Cubas
073.  Dom Casmurro

MACHADO, Antonio
074.  Poesias Completas

MANN, Thomas
075.  A Montanha Mágica

MANZONI, Alessandro
076.  Os Noivos

MARÍAS, Julián
077.  Antropologia Metafísica

MONTAIGU, Henry
078.  A Coroa de Fogo

MUGGERIDGE, Malcom
079.  Memórias

NEWMAN, John Henry
080.  A Idéia de Universidade
081.  Apologia pro Vita Sua

ORTEGA Y GASSET, José
082.  A Idéia de Princípio em Leibniz e a Evolução da Teoria Dedutiva
083.  A Rebelião das Massas
084.  Que é Filosofia?

PAULO APÓSTOLO, São
085.  Epístolas

PETRONE, Igino
086.  O Direito no Mundo do Espírito

PLATÃO
087.  Fedro
088.  O Sofista
089.  O Político
090.  A República
091.  As Leis

RACINE, Jean
092.  Fedra

REALE, Miguel
093.  Teoria Tridimensional do Direito

ROSENSTOCK-HUESSY, Eugen
094.  Revoluções Européias

ROSENZWEIG, Franz
095.  A Estrela da Redenção

SCHELER, Max
096.  O Formalismo na Ética e a Ética Material dos Valores
097.  As Formas do Saber e a Cultura

SCHELLING, F. W. von
098.  Filosofia da Natureza
099.  Filosofia da Mitologia
100.  Filosofia da Revelação

SHAKESPEARE, William
101.  Otelo
102.  Hamlet
103.  Rei Lear

SHANKARACHARYA, Sri
104.  Brihadaranyaka Upanishad

SIMENON, Georges
105.  A Neve Suja
106.  Coleção Maigret

SOLOVIOV, Vladimir
107.  Crise da Filosofia Ocidental
108.  O Sentido do Amor

STENDHAL
109.  O Vermelho e o Negro

SZONDI, Lipot
110.  A Análise do Destino

TERTULIANO
111.  Apologia

TOMÁS DE AQUINO, Santo
112.  Comentários a Aristóteles
113.  Suma Teológica
114.  Suma Contra os Gentios

VOEGELIN, Eric
115.  Ordem e História

VON MISES, Ludwig
116.  Ação Humana: Um Tratado de Economia

WASSERMANN, Jacob
117.  O Caso Maurizius
118.  Etzel Andergast

WEBER, Max
119.  Economia e Sociedade
120.  Escritos sobre o Método

WEIL, Éric
121.  Lógica da Filosofia
YEATS, William Butler
122.  Poesias Completas

ZUBIRI, Xavier
123.  Inteligência e Realidade
124.  Sobre a Essência
125.  O Homem e Deus
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(5)Lista: Livros do Artigo ''Estudar antes de Falar'' 
(Olavo de Carvalho)

Estudar antes de falar

Diário do Comércio, 13 de agosto de 2013

O caminho mais curto para a destruição da democracia é fomentar o banditismo por meio da cultura e tentar controlá-lo, em seguida, pelo desarmamento civil. A esquerda nacional tem trilhado coerentemente essa dupla via há pelo menos cinco décadas, e sempre soube perfeitamente qual seria o resultado: o caos social, seguido de endurecimento do regime se ela estiver no poder, de agitação insurrecional se estiver fora dele.
Essa estratégia é antiga, clássica, imutável, mas os pretextos com que se legitima conforme as conveniências do momento têm sido variados o bastante para desnortear a plateia, que se entrega a animadas e às vezes ferozes discussões sobre os pretextos mesmos e nunca atina com a unidade do projeto por trás deles. Às vezes, como acontece no Brasil, nem chega a perceber que entre as duas vias simultâneas existe alguma relação.
Pessoas mentalmente covardes vendem a mãe para não correr o risco de ser rotuladas de “teóricas da conspiração”. Rebaixam-se ao ponto de defender de unhas e dentes a “teoria das puras coincidências”, segundo a qual as ações acontecem sem autores.
Imaginem então o medo que essa gente tem de reconhecer algo que no resto do mundo já é obviedade patente: que o comunismo não morreu em 1990, que está hoje mais forte que nunca, sobretudo na América Latina. Treze anos atrás, quando Jean-François Revel publicou seu último livro, La Grande Parade, ninguém na Europa ou Estados Unidos o contestou quanto a esse ponto, que no Brasil ainda é um segredo esotérico.
Há até quem negue que Dilma ou Lula sejam comunistas, mas faz isso porque não sabe exatamente o que é um comunista e, como em geral os liberais, imagina que é questão de ideais e ideologias. Na verdade, um sujeito é comunista não porque creia em tais ou quais coisas, mas porque ocupa um lugar numa organização que age como parte ou herdeira da tradição revolucionária comunista, com toda a pletora de variedades e contradições ideológicas aí contida.
A unidade do movimento comunista, sobretudo desde Antonio Gramsci, da New Leftf americana e do remanejamento dos partidos comunistas após a dissolução da URSS, é mais de tipo estratégico do que ideológico.
Na verdade, esse movimento, cuja extinção a queda da União Soviética parecia anunciar como iminente e inevitável, conseguiu prosperar e crescer formidavelmente desde o começo dos anos 90 só porque abdicou de toda autodefinição doutrinal homogênea e aprimorou a técnica de articular numa unidade de ação estratégica as mais variadas correntes e dissidências cuja convivência era impossível até então. Convicções, portanto, sinceras ou fingidas, não têm aí a mais mínima importância.

Para um sujeito falar com alguma propriedade sobre o movimento comunista, deve antes ter estudado as seguintes coisas:
(1) Os clássicos do marxismo: Marx, Engels, Lênin, Stálin, Mao Dzedong.
(2) Os filósofos marxistas mais importantes: Lukács, Korsch, Gramsci, Adorno, Horkheimer, Marcuse, Lefebvre, Althusser.
(3) Main Currents of Marxism, de Leszek Kolakowski.
(4) Alguns bons livros de história e sociologia do movimento revolucionário em geral, como Fire in the Minds of Men, de James H. Billington, The Pursuit of the Millenium, de Norman Cohn, The New Science of Politics, de Eric Voegelin.
(5) Bons livros sobre a história dos regimes comunistas, escritos desde um ponto de vista não-apologético.
(6) Livros dos críticos mais célebres do marxismo, como Eugen von Böhm-Bawerk, Ludwig von Mises, Raymond Aron, Roger Scruton, Nicolai Berdiaev e tantos outros.
(7) Livros sobre estratégia e tática da tomada do poder pelos comunistas, sobre a atividade subterrânea do movimento comunista no Ocidente e principalmente sobre as “medidas ativas” (desinformação, agentes de influência), como os de Anatolyi Golitsyn, Christopher Andrew, John Earl Haynes, Ladislaw Bittman, Diana West.
(8) Depoimentos, no maior número possível, de ex-agentes ou militantes comunistas que contam a sua experiência a serviço do movimento ou de governos comunistas, como Arthur Koestler, Ian Valtin, Ion Mihai Pacepa, Whittaker Chambers, David Horowitz.
(9) Depoimentos de alto valor sobre a condição humana nas sociedades socialistas, como os de Guillermo Cabrera Infante, Vladimir Bukovski, Nadiejda Mandelstam, Alexander Soljenítsin, Richard Wurmbrand.

É um programa de leitura que pode ser cumprido em quatro ou cinco anos por um bom estudante. Não conheço, na direita ou na esquerda brasileiras, ninguém, absolutamente ninguém que o tenha cumprido.
Há tanta gente neste país querendo dar palpite no assunto, quase sempre com ares de sapiência, e ninguém, ou praticamente ninguém, disposto a fazer o esforço necessário para dar alguma substância às suas palavras.
Nenhum esquerdista honesto o fará sem abjurar da sua crença para sempre. Nenhum direitista, sem reconhecer que era um presunçoso, um bocó e, em muitos casos, um idiota útil – às vezes ainda mais útil e mais idiota do que a massa de manobra esquerdista.
A esquerda prospera na exploração da ignorância, própria e alheia. Onde quer que ela exerça a hegemonia, impera o mandamento de jamais ler as obras de adversários e críticos, mas espalhar versões deformadas e caricaturais das suas ideias e biografias, para que a juventude militante possa odiá-los na ilusão de conhecê-los. Universidades que professam dar cursos de marxismo capricham nesse ponto até o limite do controle mental puro e simples.
A direita, bem, a direita cultiva suas formas próprias de auto-ilusão, das quais já falei bastante neste mesmo jornal. Talvez volte ao assunto em outro artigo.


Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura!!

Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura!!