(4) Honestidade Intelectual: Mapa da Ignorância
A Construção digna de uma Verdade sincera e vivificante
Passos de uma Aventura Fascinante
1º Passo
(1) Silêncio e solidão.
(2) Contemplação habitual de paisagens grandiosas, acompanhada da consciência de que a beleza não é um acidente subjetivo, mas um dado da realidade.
(3) Cultivo da reverência ante a santidade, o heroísmo, a sabedoria.
(4) Oração
Apeirokalia (O.C)
O Primeiro degrau no aprendizado da verdade consiste em você aprender a reconhecer aquelas verdades que só você sabe e que ninguém, fora você, pode confirmar ou negar. Por exemplo, só você conhece suas intenções, só você conhece os atos que praticou em segredo, só você conhece os sentimentos que não confessou. Você, nesses casos, é a única testemunha, e é aí que você vai conhecer a diferença radical e intransponível entre verdade e falsidade. As pessoas que vivem negando a existência de verdades não conhecem essa experiência, nunca deram senão falso testemunho de si mesmas ante o tribunal da consciência, mentem para si mesmas e por isto sentem que tudo no mundo é mentira. (O.C)
2º Passo
(1) - Assistir uns duzentos ou trezentos filmes bons, mas que podem ser divertidos. Sempre legendados, por favor.
(2) - Ler, no mínimo, uns cem livros. De preferência, obras de literatura infanto-juvenil do século 19.
(3) - Escutar MUITO e buscar conhecer música antiga ou tradicional do mundo todo, oriente e ocidente.
(4) - Se for mulher, aprender alguma dança tradicional-folclórica e, se for homem, alguma arte marcial.
(5) - Se for possível, aprender algum artesanato verdadeiro.
Ler muito Arthur Conan Doyle (Sherlock Homes) e depois Dostoiévski
Essas coisas são a base da base, a "sola de sapato" para uma vida de estudos mais profundos. Brincar de estudar cosmologia, filosofia ou teologia sem esses conhecimentos (e MUITOS outros que devem ser adquiridos posteriormente) é que nem decorar resultados de cálculos matemáticos sem ter aprendido sequer os números, coisa de papagaio.
(Professor
Luiz Gonzaga De Carvalho Neto)
3º Passo
(1) Possuir uma boa cultura literária.
(2) Aprender a escrever com clareza e correção.
(3) Dominar ao menos uma língua estrangeira (leitura e escrita).
(4) Ter uma base religiosa sólida.
(5) Empreender um esforço psicanalítico e de auto-conhecimento para livrar-se de parasitas psicológicos que possam ser nocivos para a realização de uma vida intelectual
(2) Aprender a escrever com clareza e correção.
(3) Dominar ao menos uma língua estrangeira (leitura e escrita).
(4) Ter uma base religiosa sólida.
(5) Empreender um esforço psicanalítico e de auto-conhecimento para livrar-se de parasitas psicológicos que possam ser nocivos para a realização de uma vida intelectual
4º Passo
(1) Dominar o Trivium.
(2) Aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos.
(3) Estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl.
(4) Absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX.
(3) Conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações.
(4) Absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões.
(5) E então, só então, ler Marx, Nietzsche, Foucault.
*A tragédia do Estudante sério no Brasil (Olavo de Carvalho - 2006)
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Livros e dicas para começar a vida de estudos
(2) - Não estudar nada sem um interesse total e absorvente.
(3) - Ler devagar, com lápis na mão, e não deixar passar uma palavra desconhecida, uma frase malcompreendida.
(4) - Ler somente os livros essenciais de cada área, sem perder tempo com obras de interesse periférico.
(5) - Domine pelo menos três idiomas (ler e escrever -- conversação é para turista).Quanto a seleção de livros, estes são indispensáveis e, por eles, você chegará aos outros:
Livros:
(1) - Otto Maria Carpeaux, História da Literatura Ocidental (leia pela ordem, anotando cada autor importante citado e fazendo a lista dos livros que vai ler pelos próximos dez anos).
(2) - Frederick Copleston, A History of Philosophy (idem)
(1) - Otto Maria Carpeaux, História da Literatura Ocidental (leia pela ordem, anotando cada autor importante citado e fazendo a lista dos livros que vai ler pelos próximos dez anos).
(2) - Frederick Copleston, A History of Philosophy (idem)
(3) - Giovanni Reale e Dario Antiseri, História da Filosofia
(4) - Giovanni Reale, História da Filosofia Antiga
(5) - Guileermo de Fraile, História de la Filosofía
(6) - Theodor Gomperz, Os Pensadores da Grécia. História da Filosofia Antiga
(7) - Friedrich Ueberweg, History of Philosophy, from Thales to the Present Time
(8) - Eduard Zeller, Coleção de "A Filosofia dos Gregos no seu Desenvolvimento Histórico"
(9) - William K. C. Guthrie, História da Filosofia Grega
(10) - Olavo de Carvalho, História Essencial da Filosofia
(11) - Will Durant, A História Da Civilização
(12) - Leopold Von Ranke - História dos Papas.
(13) - Hyppolite Taine - Origens da França Contemporânea.
(14) - Frederic Maitland - O dia do juízo: Origem da Inglaterra.
(15) - Edward Meyer - História da Antiguidade.
(16) - Jacob Burckhardt - A Cultura do Renascimento na Itália.
(17) - Theodore Mommsen - História de Roma.
(18) - George Grote - História da Grécia.
(19) - Ernest Kantorowicz - Os Dois Corpos do Rei.
(20) - Johan Huizinga - O Outono da Idade Média.
(21) - Modris Ekstein - A Sagração da Primavera. ( 1ª Guerra Mundial)
(22) - Regine Pernoud - Obras (especialmente A Mulher no Tempo das Catedrais).
(23) - Thomas Carlyle - História de Frederico II da Prússia.
(24) - Eric Voegelin, Autobiographical Reflections (idem)
(25) - Georges Gusgorf, Introduction aux Sciences Humaines.
(26) - Seyyed Hossein Nasr, Knowledge and the Sacred.
(27) - Max Friedländer, On Art and Connoiseurship.
(28) - Pitirim A. Sorokin, Novas Teorias Sociológicas.
(29) - Leo Strauss and Joseph Cropsey, History of Political Philosophy.
(30) - Otto Maria Carpeaux, Uma nova história da Música.
(31) - JOSÉ FERRATER MORA, Dicionário de Filosofia
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Lista de Livros:
(1) Lista: Os Melhores Livros Brasileiros e Portugueses, além de 100 Leituras Básicas
(Olavo de Carvalho)
(2) Lista: Expedições pelo mundo da Cultura
(José Monir Nasser)
(3) Lista: Leituras Recomendadas
(Mortimer Adler e Charles Doren)
(4) Lista: Livros que fizeram a minha cabeça
(Olavo de Carvalho)
(5)Lista: Livros do Artigo ''Estudar antes de Falar''
(Olavo de Carvalho)
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(1) Lista: Os Melhores Livros Brasileiros e Portugueses, além de 100 Leituras Básicas
(Olavo de Carvalho)
I. LITERATURA DE FICÇÃO
1. MACHADO DE ASSIS
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Quincas Borba
Dom Casmurro
Esaú e Jacó
Papéis Avulsos
Histórias sem Data
Várias Histórias
2. RAUL POMPÉIA
O Ateneu
3. COELHO NETO
Turbilhão
4. LIMA BARRETO
Triste Fim de Policarpo Quaresma
Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá
5. GRACILIANO RAMOS
S. Bernardo
Angústia
Vidas Secas
6. JORGE AMADO
Terras do Sem-Fim
Os Velhos Marinheiros
7. JOSÉ LINS DO REGO
Fogo Morto
Cangaceiros
8. JOSÉ GERALDO VIEIRA
A Mulher que Fugiu de Sodoma
Terreno Baldio
O Albatroz
9. MARQUES REBELO
Oscarina
Três Caminhos
O Espelho Partido, 3 vols.
10. ÉRICO VERÍSSIMO
O Tempo e o Vento, 7 vols.
11. CIRO DOS ANJOS
O Amanuense Belmiro
12. JOÃO GUIMARÃES ROSA
Sagarana
Grande Sertão: Veredas
Corpo de Baile
13. OCTÁVIO DE FARIA
Mundos Mortos etc.
14. ANNIBAL M. MACHADO
A Morte da Porta-Estandarte e Outras Histórias
15. CLARICE LISPECTOR
A Maça no Escuro
16. ANTÔNIO CALLADO
Quarup
17. JOSÉ J. VEIGA
A Hora dos Ruminantes
Sombras de Reis Barbudos
18. OSMAN LINS
Avalovara
19. HERBERTO SALLES
Dados Biográficos do Finado Marcelino
II. OBRAS POÉTICAS IMPORTANTES
Gonçalves Dias
Castro Alves
Alphonsus de Guimaraens
Cruz e Souza
Manuel Bandeira
Carlos Drummond de Andrade
João Cabral de Melo Neto
Cecília Meirelles
Jorge de Lima
Murilo Mendes
Alphonsus de Guimarães Filho
Alberto da Cunha Mello
Bruno Tolentino
NB - O melhor de uma obra poética está com frequência em pequenas peças isoladas, motivo pelo qual não interessa dar o nome dos livros em que constam, em geral meras coletâneas. Cada um dos poetas acima citados é autor de pelo menos uma pequena obra-prima indiscutível.
III. ESTUDOS LITERÁRIOS
1. MÁRIO DE ANDRADE
Aspectos da Literatura Brasileira
2. MANUEL BANDEIRA
Itinerário de Pasárgada
3. SÉRGIO MILLIET
Diário Crítico
4. ÁLVARO LINS
Jornal de Crítica
A Técnica do Romance em Marcel Proust
5. OTTO MARIA CARPEAUX
História da Literatura Ocidental, 7 vols.
Origens e Fins
A Cinza do Purgatório
Retratos e Leituras
A Literatura Alemã
6. AUGUSTO MEYER
A Forma Secreta
Preto e Branco
7. WILSON MARTINS
História da Inteligência Brasileira, 7 vols.
8. ANTÔNIO CÂNDIDO
Formação da Literatura Brasileira, 2 vols.
9. JOSÉ GUILHERME MERQUIOR
Formalismo e Tradição Moderna
As Idéias e as Formas
O Elixir do Apocalipse
Saudades do Carnaval
IV. FILOSOFIA
1. MAURÍLIO T. PENIDO
Da Analogia
2. MIGUEL REALE
Filosofia do Direito
Verdade e Conjetura
Pluralismo e Liberdade, etc.
3. VICENTE FERREIRA DA SILVA
Obras Completas, 2 vols.
4. MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS
Filosofia da Crise
Filosofia Concreta, 3 vols.
Pitágoras e o Tema do Número
A Sabedoria dos Princípios
A Sabedoria da Unidade
A Sabedoria do Ser e do Nada
5. HENRIQUE LIMA VAZ
Escritos de Filosofia
V. HISTÓRIA E CIÊNCIAS SOCIAIS EM GERAL
1. JOAQUIM NABUCO
Um Estadista do Império
2. OLIVEIRA LIMA
D. João VI no Brasil
3. CAPISTRANO DE ABREU
Capítulos de História Colonial
4. EUCLIDES DA CUNHA
Os Sertões
5. ALCÂNTARA MACHADO
Vida e Morte do Bandeirante
6. PAULO PRADO
Retrato do Brasil
7. LUÍS MARTINS
O Patriarca e o Bacharel
8. OLIVEIRA VIANNA
Instituições Políticas Brasileiras
9. GILBERTO FREYRE
Casa Grande & Senzala
Sobrados & Mucambos
Ordem & Progresso
Nordeste
Uma Interpretação do Brasil
etc.
10. JOSÉ MARIA DOS SANTOS
A Política Geral do Brasil
11. CAIO PRADO Jr.
História Econômica do Brasil
Formação do Brasil Contemporâneo
12. SÉRGIO BUARQUE DE HOLLANDA
Raízes do Brasil
Visão do Paraíso
13. FERNANDO DE AZEVEDO
A Cultura Brasileira
14. LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
Civilização e Cultura
15. VIANNA MOOG
Bandeirantes e Pioneiros
16. RAYMUNDO FAORO
Os Donos do Poder
17. JOÃO CAMILO DE OLIVEIRA TORRES
Teoria Geral da História
18. JOSÉ HONÓRIO RODRIGUES
Teoria da História do Brasil
A Pesquisa Histórica no Brasil
Aspirações Nacionais
Conciliação e Reforma no Brasil
19. ROBERTO MANGABEIRA UNGER
Conhecimento e Política
VI. MISCELÂNEA
1. FRANCISCO DO MONTE-ALVERNE
Sermões
2. OTTO MARIA CARPEAUX
Uma Nova História da Música
3. RUY BARBOSA
Discursos Seletos
4. RUBEM BRAGA
Crônicas
5. JORGE ANDRADE
Teatro
6. ARIANO SUASSUNA
Teatro
7. PEDRO NAVA
Baú de Ossos
8. GUSTAVO CORÇÃO
A Descoberta do Outro
ALGUNS DOS MELHORES LIVROS PORTUGUESES
I. FILOSOFIA
(a) em latim
1. Francisco Sanches, Quod Nihil Scitur
2. Pedro da Fonseca, Instituições Dialéticas
3. Benedito Pereira e outros, Cursus Conimbricensis Philosophicus
(b) em português
4. Leonardo Coimbra, O Criacionismo; A Filosofia Criacionista
5. Álvaro Ribeiro, Apologia e Filosofia
6. J. Pinharanda Gomes, História da Filosofia Portuguesa
II. HISTÓRIA
7. Alexandre Herculano, História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal
8. Oliveira Martins, História de Portugal; História da Civilização Ibérica
9. João Lúcio de Azevedo, Épocas de Portugal Econômico
III. OBRAS POÉTICAS
10. Luís de Camões
11. J. M. Barbosa du Bocage
12. Antero de Quental
13. Fernando Pessoa
14. José Régio
15. Camilo Pessanha
16. Cesário Verde
17. Sophia M. B. Andresen
IV. FICÇÃO
18. Camilo Castelo Branco, A Queda dum anjo; Novelas do Minho; Eusébio Macário; A Brasileira de Prazins
19. Eça de Queiroz, Os Maias; A Ilustre Casa de Ramires
20. Vergílio Ferreira, Alegria Breve; Para Sempre
21. Miguel Torga, Os Bichos; Novos Contos da Montanha
V. TEATRO
22. Gil Vicente, Autos
23. Antônio Ferreira, Castro
24. Almeida Garrett, Frei Luís de Souza
VI. HUMANIDADES
25. Antero de Quental, Prosas
26. Fidelino de Figueiredo, A Luta pela Expressão, etc
27. Antônio Sérgio, Ensaios, 5 volumes
28. Antônio José Saraiva, História da Literatura Portuguesa; Para a História da Cultura em Portugal29. Massaud Moisés, Literatura: Mundo e Forma
30. Agostinho da Silva, Interpretações
VII. MISCELÂNEA
31. Fernão Mendes Pinto, Peregrinação
32. Antônio Vieira, Sermões
33. Álvaro Ribeiro, Memórias de um Letrado
CEM LEITURAS BÁSICAS
1. Homero - Ilíada
2. Homero - Odisséia
3. Ésquilo - Prometeu Acorrentado
4. Sófocles - Édipo Rei
5. Heródoto - História
6. Tucídides - História da Guerra do Peloponeso
7. Platão - O Banquete
8. Platão - Mênon
9. Platão - A República
10. Aristóteles - Organon
11. Aristóteles - Metafísica
12. Aristóteles - Física
13. Aristóteles - Da Alma
14. Aristóteles - Ética
15. Aristóteles - Política
16. Hipócrates - Escritos Médicos
17. Galeno - Das Faculdades Naturais
18. Euclides - Elementos
19. Epicteto - Discursos
20. Virgílio - Eneida
21. Sto. Agostinho - Confissões
22. Sto. Agostinho - A Cidade de Deus
23. Sto. Tomás de Aquino - Suma contra os Gentios
24. Sto. Tomás de Aquino - Suma Teológica
25. S. Boaventura - Itinerário da Mente a Deus
26. Dante Alighieri - A Divina Comédia
27. Anônimo - Santo Graal
28. Giacomo di Varezzo - A Legenda Dourada
29. Maquiavel - O Príncipe
30. Hobbes - Leviatã
31. Shakespeare - Otelo
32. Shakespeare - Rei Lear
33. Shakespeare - Macbeth
34. Shakespeare - Hamlet
35. Nicolau de Cusa - Da Douta Ignorância
36. Martinho Lutero - Discursos
37. Galileu - Duas Novas Ciências
38. Cervantes - Dom Quixote
39. Camões - Os Lusíadas
40. Bacon - Novum Organum
41. Descartes - Meditações de Filosofia Primeira
42. Descartes - Discurso do Método
43. Spinoza - Ética
44. Racine - Fedra
45. Concílio de Trento - Catecismo
46. Milton - Paraíso Perdido
47. Pascal - Pensamentos
48. Newton - Filosofia Natural
49. Teresa de Ávila - Castelo Interior
50. Böhme - Aurora Nascente
51. Locke - Do Entendimento Humano
52. Locke - Do Governo Civil
53. Leibniz - Discurso de Metafísica
54. Leibniz - Teodicéia
55. Berkeley - Do Conhecimento Humano
56. Hume - Do Entendimento Humano
57. Swift - Aventuras de Gulliver
58. Montesquieu - Do Espírito das Leis
59. Rousseau - O Contrato Social
60. Gibbon - Declínio e Queda do Império Romano
61. Smith - Riqueza das Nações
62. Müller - Elementos de Política
63. De Maistre - Noitadas de S. Petersburgo
64. Kant - Crítica da Razão Pura
65. Kant - Crítica da Razão Prática
66. Kant - Crítica do Juízo
67. Burke - Reflexões sobre a Revolução na França
68. Schelling - Filosofia da Mitologia
69. Schelling - Sistema do Idealismo
70. Hegel - Filosofia da História
71. Hegel - Ciência da Lógica
72. Napoleão - Código Civil
73. Goethe - Fausto
74. Goethe - Wilhelm Meister
75. Balzac - Ilusões Perdidas
76. Stendhal - O Vermelho e o Negro
77. Mill - Lógica
78. Bernard - Introdução à Medicina Experimental
79. Machado de Assis - Dom Casmurro
80. Machado de Assis - Memórias Póstumas de Brás Cubas
81. Manzoni - Os Noivos
82. Comte - Catecismo Positivista
83. Dostoiévski - Crime e Castigo
84. Dostoiévski - Os Irmãos Karamázovi
85. Tolstói - Guerra e Paz
86. Darwin - A Origem das Espécies
87. Marx - O Capital
88. Freud - Introdução Geral à Psicanálise
89. Leão XIII - Do Pai Eterno
90. Dilthey - Introdução às Ciências do Espírito
91. Weber - Ensaios de Sociologia
92. Weber - A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
93. Thomas Mann - A Montanha Mágica
94. Husserl - Investigações Lógicas
95. Husserl - A Crise das Ciências Européias
96. Heidegger - Ser e Tempo
97. Guénon - O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos
98. Guénon - A Metafísica Oriental
99. Schuon - A Unidade Transcendente das Religiões
100. T. S. Eliot - A Terra Gasta
2. Homero - Odisséia
3. Ésquilo - Prometeu Acorrentado
4. Sófocles - Édipo Rei
5. Heródoto - História
6. Tucídides - História da Guerra do Peloponeso
7. Platão - O Banquete
8. Platão - Mênon
9. Platão - A República
10. Aristóteles - Organon
11. Aristóteles - Metafísica
12. Aristóteles - Física
13. Aristóteles - Da Alma
14. Aristóteles - Ética
15. Aristóteles - Política
16. Hipócrates - Escritos Médicos
17. Galeno - Das Faculdades Naturais
18. Euclides - Elementos
19. Epicteto - Discursos
20. Virgílio - Eneida
21. Sto. Agostinho - Confissões
22. Sto. Agostinho - A Cidade de Deus
23. Sto. Tomás de Aquino - Suma contra os Gentios
24. Sto. Tomás de Aquino - Suma Teológica
25. S. Boaventura - Itinerário da Mente a Deus
26. Dante Alighieri - A Divina Comédia
27. Anônimo - Santo Graal
28. Giacomo di Varezzo - A Legenda Dourada
29. Maquiavel - O Príncipe
30. Hobbes - Leviatã
31. Shakespeare - Otelo
32. Shakespeare - Rei Lear
33. Shakespeare - Macbeth
34. Shakespeare - Hamlet
35. Nicolau de Cusa - Da Douta Ignorância
36. Martinho Lutero - Discursos
37. Galileu - Duas Novas Ciências
38. Cervantes - Dom Quixote
39. Camões - Os Lusíadas
40. Bacon - Novum Organum
41. Descartes - Meditações de Filosofia Primeira
42. Descartes - Discurso do Método
43. Spinoza - Ética
44. Racine - Fedra
45. Concílio de Trento - Catecismo
46. Milton - Paraíso Perdido
47. Pascal - Pensamentos
48. Newton - Filosofia Natural
49. Teresa de Ávila - Castelo Interior
50. Böhme - Aurora Nascente
51. Locke - Do Entendimento Humano
52. Locke - Do Governo Civil
53. Leibniz - Discurso de Metafísica
54. Leibniz - Teodicéia
55. Berkeley - Do Conhecimento Humano
56. Hume - Do Entendimento Humano
57. Swift - Aventuras de Gulliver
58. Montesquieu - Do Espírito das Leis
59. Rousseau - O Contrato Social
60. Gibbon - Declínio e Queda do Império Romano
61. Smith - Riqueza das Nações
62. Müller - Elementos de Política
63. De Maistre - Noitadas de S. Petersburgo
64. Kant - Crítica da Razão Pura
65. Kant - Crítica da Razão Prática
66. Kant - Crítica do Juízo
67. Burke - Reflexões sobre a Revolução na França
68. Schelling - Filosofia da Mitologia
69. Schelling - Sistema do Idealismo
70. Hegel - Filosofia da História
71. Hegel - Ciência da Lógica
72. Napoleão - Código Civil
73. Goethe - Fausto
74. Goethe - Wilhelm Meister
75. Balzac - Ilusões Perdidas
76. Stendhal - O Vermelho e o Negro
77. Mill - Lógica
78. Bernard - Introdução à Medicina Experimental
79. Machado de Assis - Dom Casmurro
80. Machado de Assis - Memórias Póstumas de Brás Cubas
81. Manzoni - Os Noivos
82. Comte - Catecismo Positivista
83. Dostoiévski - Crime e Castigo
84. Dostoiévski - Os Irmãos Karamázovi
85. Tolstói - Guerra e Paz
86. Darwin - A Origem das Espécies
87. Marx - O Capital
88. Freud - Introdução Geral à Psicanálise
89. Leão XIII - Do Pai Eterno
90. Dilthey - Introdução às Ciências do Espírito
91. Weber - Ensaios de Sociologia
92. Weber - A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
93. Thomas Mann - A Montanha Mágica
94. Husserl - Investigações Lógicas
95. Husserl - A Crise das Ciências Européias
96. Heidegger - Ser e Tempo
97. Guénon - O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos
98. Guénon - A Metafísica Oriental
99. Schuon - A Unidade Transcendente das Religiões
100. T. S. Eliot - A Terra Gasta
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(2)Lista 100 livros: Expedições pelo mundo da cultura
(prof. José Monir Nasser)
(3) Lista: Leituras Recomendadas
Agostinho, Santo
001. As Confissões
002. A Cidade de Deus
Aristóteles
003. Metafísica
004. Física
005. Da Alma
006. Ética para Nicômaco
007. Política
Berdiaev, Nikolai
008. Cinco Meditações sobre a Existência
009. Espírito e Realidade
010. Ensaio de Autobiografia Espiritual
BERNANOS, Georges
011. Diário de um Pároco de Aldeia
012. A Impostura
013. O Grande Medo dos Bem-Pensantes
014. Os Grandes Cemitérios sob a Lua
015. Liberdade para Quê?
BLAKE, William
016. O Casamento do Céu e do Inferno
017. O Livro de Jó
BLOY, Léon
018. Exegese dos Lugares-Comuns
019. O Desesperado
020. Meu Diário
BÖHM-BAWERK, Eugen von
021. Capital e Juros
CAMÕES, Luís Vaz de
022. Os Lusíadas
023. Lírica
CARPEAUX, Otto Maria
024. História da Literatura Ocidental
025. Ensaios Reunidos
CHESTERTON, Gilbert K.
026. Ortodoxia
027. Heréticos
CLEMENTE de Alexandria
028. O Instrutor
029. Tapeçarias
COLERIDGE, Samuel Taylor
030. Biographia Literaria
031. Rimas do Marinheiro Antigo
CONRAD, Joseph
032. Nostromo
033. A Chance
034. O Agente Secreto
035. Lorde Jim
COOMARASWAMY, Ananda K.
036. A Farsa da Alfabetização
037. A Doutrina do Sacrifício
038. Tempo e Eternidade
DANTE Alighieri
039. A Divina Comédia
DE MAISTRE, Joseph
040. Noitadas de S. Petersburgo
041. Considerações sobre a França
DOSTOIÉVSKI, F. M.
042. Crime e Castigo
043. Os Demônios
044. Os Irmãos Karamazóvi
DÜRRENMATT, Friedrich
045. A Promessa
EVOLA, Julius
046. A Tradição Hermética
FERREIRA DOS SANTOS, Mário
047. Filosofia Concreta
048. A Sabedoria dos Princípios
049. Pitágoras e o Tema do Número
FRANKL, Viktor
050. A Vontade de Sentido
FREYRE, Gilberto
051. [ ] Casa Grande & Senzala
FRYE, Northrop
052. Anatomia da Crítica
053. O Grande Código
GIRARD, René
054. A Violência e o Sagrado
055. O Bode Expiatório
056. Coisas Ocultas desde a Fundação do Mundo
GUÉNON, René
057. O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos
058. O Homem e seu Devir segundo o Vedanta
059. O Simbolismo da Cruz
HUIZINGA, Jan
060. O Outono da Idade Média
061. Nas Sombras do Amanhã
HUSSERL, Edmund
062. Idéias para uma Fenomenologia Pura
063. Lógica Formal e Lógica Transcendental
064. A Crise das Ciências Européias
IBN-ARABI, Mohieddin
065. Tratado da Unidade
JOHNSON, Paul
066. Intelectuais
067. Tempos Modernos
KIRK, Russel
068. Conferências na Heritage Foudation
LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm von
069. Discurso de Metafísica
070. Monadologia
071. Novos Ensaios sobre o Conhecimento Humano
MACHADO DE ASSIS, J. M.
072. Memórias Póstumas de Brás Cubas
073. Dom Casmurro
MACHADO, Antonio
074. Poesias Completas
MANN, Thomas
075. A Montanha Mágica
MANZONI, Alessandro
076. Os Noivos
MARÍAS, Julián
077. Antropologia Metafísica
MONTAIGU, Henry
078. A Coroa de Fogo
MUGGERIDGE, Malcom
079. Memórias
NEWMAN, John Henry
080. A Idéia de Universidade
081. Apologia pro Vita Sua
ORTEGA Y GASSET, José
082. A Idéia de Princípio em Leibniz e a Evolução da Teoria Dedutiva
083. A Rebelião das Massas
084. Que é Filosofia?
PAULO APÓSTOLO, São
085. Epístolas
PETRONE, Igino
086. O Direito no Mundo do Espírito
PLATÃO
087. Fedro
088. O Sofista
089. O Político
090. A República
091. As Leis
RACINE, Jean
092. Fedra
REALE, Miguel
093. Teoria Tridimensional do Direito
ROSENSTOCK-HUESSY, Eugen
094. Revoluções Européias
ROSENZWEIG, Franz
095. A Estrela da Redenção
SCHELER, Max
096. O Formalismo na Ética e a Ética Material dos Valores
097. As Formas do Saber e a Cultura
SCHELLING, F. W. von
098. Filosofia da Natureza
099. Filosofia da Mitologia
100. Filosofia da Revelação
SHAKESPEARE, William
101. Otelo
102. Hamlet
103. Rei Lear
SHANKARACHARYA, Sri
104. Brihadaranyaka Upanishad
SIMENON, Georges
105. A Neve Suja
106. Coleção Maigret
SOLOVIOV, Vladimir
107. Crise da Filosofia Ocidental
108. O Sentido do Amor
STENDHAL
109. O Vermelho e o Negro
SZONDI, Lipot
110. A Análise do Destino
TERTULIANO
111. Apologia
TOMÁS DE AQUINO, Santo
112. Comentários a Aristóteles
113. Suma Teológica
114. Suma Contra os Gentios
VOEGELIN, Eric
115. Ordem e História
VON MISES, Ludwig
116. Ação Humana: Um Tratado de Economia
WASSERMANN, Jacob
117. O Caso Maurizius
118. Etzel Andergast
WEBER, Max
119. Economia e Sociedade
120. Escritos sobre o Método
WEIL, Éric
121. Lógica da Filosofia
YEATS, William Butler
122. Poesias Completas
ZUBIRI, Xavier
123. Inteligência e Realidade
124. Sobre a Essência
125. O Homem e Deus
Estudar antes de falar
001- Como Ler Livros — por Mortimer J. Adler / Charles Van Doren;
002- Crime e Castigo — por Fiódor Dostoiévski;
003- O Estrangeiro — por Albert Camus;
004- Em Busca de Sentido — por Viktor Frankl;
005- A Rebelião das Massas — por Jose Ortega y Gasset;
006- O Coração das Trevas — por Joseph Conrad;
007- Apologia de Sócrates — por Platão;
008- Os Irmãos Karamázov — por Fiódor Dostoiévski;
009- O Saber dos Antigos — por Giovanni Reale;
010- O Vermelho e o Negro — por Stendhal;
011- O Jardim das Aflições — por Olavo de Carvalho;
012- O Homem sem Qualidades — por Robert Musil;
013- A Crise do Mundo Moderno — por René Guénon;
014- Admirável Mundo Novo — por Aldous Huxley;
015- O Homem Revoltado — por Albert Camus;
016- A Divina Comédia — por Dante Alighieri;
017- Hamlet — por William Shakespeare;
018- Ilíada — por Homero;
019- A Peste — por Albert Camus;
020- O Processo — por Franz Kafka;
021- Fedro — por Platão;
022- A Ilha — por Aldous Huxley;
023- Antígona — por Sófocles;
024- A Montanha Mágica — por Thomas Mann;
025- A Metamorfose — por Franz Kafka;
026- A Consolação da Filosofia — por Severino Boécio;
027- Rei Lear — por William Shakespeare;
028- Os Demônios — por Fiódor Dostoiévski;
029- O Livro de Jó — por Bíblia;
030- Prometeu Acorrentado — por Ésquilo;
031- Castelo — por Franz Kafka;
032- Fausto (Primeiro) — por Wolfgang von Goethe;
033- Odisséia — por Homero;
034- A Tempestade — por William Shakespeare;
035- O Misantropo — por Molière;
036- Dom Quixote — por Miguel de Cervantes;
037- O Senhor dos Anéis — por J. R. R. Tolkien;
038- 1984 — por George Orwell;
039- Os Noivos — por Alessandro Manzoni;
040- Fausto (Segundo) — por Wolfgang von Goethe;
041- O Idiota — por Fiódor Dostoiévski;
042- Otelo — por William Shakespeare;
043- A Morte de Ivan Ilitch — por Liev Tolstói;
044- Confissões — por Santo Agostinho;
045- A Traição dos Intelectuais — por Julien Benda;
046- Édipo Rei — por Sófocles;
047- Teogonia — por Hesíodo;
048- Gênesis — por Bíblia;
049- Fedra — por Racine;
050- Doutor Fausto — por Thomas Mann;
051- Ilusões Perdidas — por Honoré de Balzac;
052- Esperando Godot — por Samuel Beckett;
053- Os Lusíadas — por Luís de Camões;
054- O Banquete — por Platão;
055- Don Giovanni — por Lorenzo da Ponte;
056- Macbeth — por William Shakespeare;
057- Retrato de um Artista Quando Jovem — por James Joyce;
058- Orestéia — por Ésquilo;
059- Tristão e Isolda — por Richard Wagner;
060- Eugénie Grandet — por Honoré de Balzac;
061- Notas [Memórias] do Subsolo — por Fiódor Dostoiévski;
062- Moll Flanders — por Daniel Defoe;
063- A Morte de Virgílio — por Hermann Broch;
064- O Reino da Quantidade — por René Guénon;
065- Almas Mortas — por Nikolai Gogol;
066- Moby Dick — por Herman Melville;
067- Terra Arrasada — por T. S. Eliot;
068- Mercador de Veneza — por William Shakespeare;
069- Diário de um Pároco de Aldeia — por Georges Bernanos;
070- A Cartuxa de Parma — por Stendhal;
071- Seis Personagens à Procura de um Autor — por Luigi Pirandello;
072- Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister — por Wolfgang von Goethe;
073- O Rinoceronte — por Eugène Ionesco;
074- Menon — por Platão;
075- Um Inimigo do Povo — por Henrik Ibsen;
076- Ortodoxia — por G. K. Chesterton;
077- Madame Bovary — por Gustave Flaubert;
078- Ulisses — por James Joyce;
079- No Caminho de Swann — por Marcel Proust;
080- O Jogo das Contas de Vidro — por Hermann Hesse;
081- Sonho de uma Noite de Verão — por William Shakespeare;
082- As Seis Doenças do Mundo Contemporâneo — por Constantin Noïka;
083- Memórias Póstumas de Brás Cubas — por Machado de Assis;
084- Sobre o Sermão da Montanha — por Santo Agostinho;
085- Morte em Veneza — por Thomas Mann;
086- Michael Kohlhaas — por Heinrich Von Kleist;
087- Noites de Reis — por William Shakespeare;
088- República de Platão — por Platão;
089- O Processo Maurizius — por Jacob Wassermann;
090- O Inspetor Geral — por Nikolai Gogol;
091- Ana Kariênina — por Liev Tolstói;
092- Um Dia na Vida de Ivan Denisovitch — por Alexandre Soljenitzin;
093- Tartufo — por Molière;
094- Notas para uma Definição de Cultura — por T. S. Eliot;
095- Medéia — por Eurípedes;
096- Woyzeck — por Georg Büchner;
097- Père Goriot — por Honoré de Balzac;
098- Mensagem — por Fernando Pessoa;
099- Castro — por Antônio Ferreira;
100- Eneida — por Virgílio.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(3) Lista: Leituras Recomendadas
*(Mortimer Adler e Charles Doren)
Nas páginas que se seguem aparece uma lista de livros que valeria a pena ler. De propósito empregamos a expressão “valeria a pena”. Embora nem todos os livros incluídos na lista sejam “grandes” em qualquer dos sentidos comumente aceitos do termo, todos compensam o esforço que você fizer para os ler. Todos esses livros são difíceis demais para a maioria das pessoas – suficientemente difíceis, pelo menos, para forçar a maior parte dos leitores a alargar a inteligência a fim de entendê-los e apreciá-los. E esse, naturalmente, é o tipo de livro que você deve procurar se quiser melhorar sua capacidade de ler e ao mesmo tempo descobrir o que de melhor se pensou e escreveu em nossa tradição literária.
Alguns livros são grandes no sentido especial do termo que empregamos no último capítulo. Relendo-os, você encontrará sempre alguma coisa nova, frequentemente muitas coisas. Podem ser relidos inúmeras vezes. Dito de outro modo: tais livros – não diremos exatamente quantos, nem tentaremos identifica-los, já que até certo ponto isso é um juízo pessoal – são difíceis demais para todos os leitores, seja qual for a sua habilidade. Como frisamos no último capítulo, essas são as obras que todos devem fazer um esforço especial para ler. São livros verdadeiramente grandes; são os livros que a pessoa deve escolher para levar consigo para sua ilha deserta.
A lista é longa e talvez pareça um pouco esmagadora. Não se deixe embaraçar por ela. Em primeiro lugar, é provável que você reconheça os nomes da maioria dos autores. Nada aqui é tão obscuro a ponto de ser esotérico. Mais importante: queremos lembrar-lhe que é prudente começar pelos livros que mais lhe interessam, por esta ou aquela razão. Conforme salientamos várias vezes, o objetivo básico é ler bem, e não muito. Não se sinta frustrado se não puder ler mais do que um punhado desses livros num ano. A lista não é algo que precise ser cumprido num determinado lapso de tempo. Não é um desafio a que só se possa responder lento todos os volumes. Pelo contrário, é um convite que se pode aceitar amavelmente começando por onde a pessoa se sentir mais à vontade.
Os autores estão arrolados cronologicamente, de acordo com a data de nascimento conhecida ou presumida. Quando aparecem várias obras do mesmo autor, também estas seguem uma ordem cronológica, sempre que possível. Os entendidos nem sempre concordam quanto à data da primeira edição de um livro, mas isso não deve preocupar o leitor. O importante é ter em mente que a lista toda avança pelo tempo afora. Isso não significa forçosamente que você deve lê-la na sequência cronológica, é claro. Você poderá até começar pelo fim da relação e ir recuando no tempo até Homero e o Antigo Testamento.
Não incluímos todas as obras de cada autor. Em geral citamos somente os títulos mais importantes, escolhendo-os, no caso de obras expositivas, com o fim de mostrar a diversidade da contribuição de um autor para vários campos do saber. Em certos casos, arrolamos as obras de um autor e especificamos, entre parênteses, os títulos que são especialmente importantes ou úteis.
No preparo de uma relação dessa natureza a maior dificuldade surge sempre com respeito aos títulos relativamente contemporâneos. Quanto mais próximo do nosso tempo é um autor, mais árduo é julgá-lo com imparcialidade. É acertado que dizermos que o tempo decidirá, mas talvez não estejamos dispostos a esperar. Assim, no tocante aos escritores e livros mais recentes, há bastante motivo para divergências de opiniões, e não reivindicaremos para os últimos títulos da nossa relação o grau de justificativa que reclamáramos para os primeiros.
Poderá haver divergência de opinião também acerca de alguns dos primeiros títulos, e talvez nos acusem de alimentarmos preconceitos contra alguns autores que não figuram na relação. Estamos inclinados a admitir que isto pode ser verdade em um ou outro caso. Esta é a nossa lista, que poderá diferir em certos aspectos das listas organizadas por outros. Mas não diferirá significativamente se todos convierem a sério no objetivo de organizar um programa de leitura a cuja execução gale a pena dedicar uma vida inteira. Em última análise, está claro, faça você mesmo a sua lista e trate de cumpri-la. É prudente, porém, ler um bom número de livros que foram unanimemente aclamados antes de organizar a sua. Esta lista é um ponto de partida.
Queremos mencionar uma omissão que poderá parecer infeliz aos olhos de alguns leitores. Nossa lista contém apenas autores e livros ocidentais; nela não figuram obras chinesas, japonesas ou hindus. Há várias razões para isto. Uma delas é não estarmos particularmente informados sobre o que se passa fora da tradição literária ocidental, de modo que nossas recomendações teriam pouco peso. Outra é não haver no Oriente apenas uma tradição, como no Ocidente, de sorte que teríamos de conhecer todas as tradições orientais para apresentar um trabalho bem feito. São pouquíssimos os eruditos que conhecem bem todas as obras do Oriente. Em terceiro lugar, há algo a dizer em favor de conhecermos a nossa própria tradição antes de procurarmos entender a de outras partes do mundo. Muitas pessoas que hoje tentam ler livros como I Ching ou o Bhagavad-Gita sentem-se frustradas, não só por causa da dificuldade inerente a essas mesmas obras, mas também porque não aprenderam a ler bem praticando nos livros mais acessíveis – mais acessíveis para elas – de sua própria cultura. E finalmente, a lista como está é suficientemente longa.
Outra omissão exige um comentário. A lista, por ser de livros, abrange poucos nomes de pessoas conhecidas fundamentalmente como poetas líricos. Alguns dos escritores da lista escreveram poemas líricos, evidentemente, mas são mais conhecidos por outros trabalhos mais longos. Não se tome este fato como reflexo de preconceito da nossa parte contra a poesia lírica. Mas recomendamos que se comece por uma boa antologia de poesia e não pelas obras reunidas de um só autor. The Golden Treasury, de Palgrave, e the Oxford Book of English Verse são excelentes pontos de partida. Essas antologias mais antigas devem ser complementadas por outras mais modernas – por exemplo, One Hundred Modern Poems, de Selden Rodman, coletânea que estende a noção de poemas líricos de vários modos. Como a leitura de poesia lírica requer habilidade especial, também recomendamos qualquer um dos vários manuais sobre o assunto – por exemplo, An Introduction to Poetry, de Mark van Doren, antologia que contém ainda breves comentários sobre como ler muitos poemas famosos.
Arrolamos os livros por autor e título, mas não tentamos indicar um editor ou uma edição em particular. Quase todas as obras da lista encontramse em livrarias e bibliotecas, e de muitas existem várias edições, tanto encadernadas como em brochura. Todavia, indicamos que autores e títulos figuram nas duas coleções editadas sob nossa direção. Os títulos incluídos em Great Books of the Western World são identificados por um asterisco; os autores apresentados em Gateway to Great Looks são identificados por dois asteriscos.
1. Homero (século IX a.C.?)
1.1.*Ilíada;
1.2.*Odisseia.
2. O Antigo Testamento
3. Ésquilo (c.525-456 a.C.)
3.1.*Tragédias
4. Sófocles (c.495-406 a.C.)
4.1.*Tragédias
5. Heródoto (c.484-425 a.C.)
5.1.*História (das Guerras Persas)
6. Eurípides (c.485-406 a.C.)
*Tragédias
(esp. Medeia, Hipólito, As bacantes)
7. Tucídides (c.460-400 a.C.)
7.1.*História da Guerra do Peloponeso
8. Hipócrates (c.460-377? a.C.)
8.1.*Escritos Médicos
9. Aristófanes
*Comédias
(esp. As nuvens, Os pássaros, As rãs)
10. Platão (c.427-347 a.C.)
*Diálogos
(esp. A República, Banquete, Fédon, Mênon, Apologia, Fedro, Protágoras, Gorgias, Sofistas, Teeteto)
11. Aristóteles (384-322 a.C.)
*Obras
(esp. Órganon, Física, Metafísica, Da alma, A ética para Nicômaco, Política, Retórica, Poética)
12. **Epicuro (c.341-270 a.C.)
12.1. Carta a Heródoto;
12.2. Carta a Meneceu.
13. Euclides (fl. c. 300 a.C.)
13.1. *Elementos (de Geometria)
14. Arquimedes (c. 287-212 a.C.)
*Obras
(esp. Do equilíbrio das superficies planas, Dos corpos flutuantes, O arenário)
15. Apolônio de Perga (fl. c. 240 a.C.)
15.1. *Das seções cônicas
16. **Cícero (106-43 a.C.)
Obras
(esp. Orações, Da amizade, Da velhice)
17. Lucrécio (c. 95-55 a.C.)
17.1. *Da natureza das coisas
18. Virgílio (70-19 a.C.)
*Obras
19. Horácio (65-8 a.C.)
*Obras
(esp. Odes, Epodos e A arte poética)
20. Tito Lívio (59 a.C. – 17 d.C.)
20.1. História de Roma
21. Ovídio (43 a.C. – 17 d.C.)
Obras
(esp. As metamorfoses)
22. **Plutarco (c. 45-120)
22.1. Vidas paralelas;
22.2. Obras morais.
23. **Tácito (c. 55-117)
23.1. *Histórias;
23.2. *Anais;
23.3. Vida de agrícola;
23.4. Costumes dos germanos.
24. Nicômaco de Gerasa (fl. c. 100 d.C.)
24.1. *Introdução à Aritmética
25. **Epicteto (c. 60-120)
25.1. *Dissertações;
25.2. Encheiridion (Manual).
26. Ptolomeu (c. 110-178: fl. 127-151)
26.1. *Almagesto
27. **Luciano (c. 120-c. 190)
Obras
(esp. A maneira de escrever a História, História verdadeira, Seitas em leilão)
28. Marco Aurélio (121-180)
28.1. *Meditações
29. Galeno (c. 130-200)
29.1. *Das faculdades naturais
30. O Novo Testamento
31. Plotino (205-270)
31.1. *Enéadas
32. Santo Agostinho (354-430)
Obras
(esp. O mestre, *Confissões, *A cidade de Deus, *Doutrina Cristã)
33. A canção de Roland (século XII?)
34. A canção dos Nibelungos (século XIII)
(A Saga dos Völsung é a versão escandinava da mesma lenda)
35. A saga de Burnt Njal
36. St. Tomás de Aquino (c. 1225-1274)
36.1. *Suma Teológica
37. **Dante Alighieri (1265-1321)
Obras
(esp. A vida nova, Da monarquia, A divina comédia)
38. Geoffrey Chaucer (c. 1340-1400)
Obras
(esp. *Troilus and Criseyde, *Canterbury Tales)
39. Leonardo da Vinci (1452-1519)
39.1. Caderno de notas
40. Maquiavel
40.1. *O príncipe
40.2. Discurso sobre a primeira década de Tito Lívio
41. Erasmo (c. 1469-1536)
41.1. Elogio da loucura
42. Nicolau Copérnico (1473-1543)
42.1. *Das revoluções dos globos terrestres
43. Sir Thomas More (c. 1478-1535)
43.1. Utopia
44. Lutero (1483-1546)
44.1. Três tratados
44.2. Conversa à mesa
45. François Rabelais (c. 1495-1553)
45.1. *Gargantua e Pantagruel
46. Calvino (1509-1564)
46.1. Instituição da religião cristã
47. Michel de Montaigne (1533-1592)
47.1. *Ensaios
48. William Gilbert (1540-1603)
48.1. *Do ímã e dos corpos magnéticos
49. Miguel de Cervantes (1547-1616)
49.1. *Dom Quixote de la Mancha
50. Edmund Spencer (c. 1552-1599)
50.1. Prothalamion
50.2. The Faërie Queene
51. **Francis Bacon (1561-1626)
51.1. Ensaios
51.2. *Do adiantamento das ciências
51.3. *Novum Organun
51.4. *Nova Atlântida
52. William Shakespeare (1564-1616)
Obras
53. **Galileu Galilei (1564-1642)
53.1. O mensageiro astral
53.2. *Diálogos em torno de duas novas ciências
54. Johannes Kepler (1571-1630)
54.1. *Epítome da astronomia copernicana
54.2. *Acerca das harmonias do mundo
55. William Harvey (1578-1657)
55.1. *Do movimento do coração e do sangue nos animais
55.2. *Da circulação do sangue
55.3. *Da reprodução dos animais
56. Thomas Hobbes (1588-1679)
56.1. *O Leviatã
57. René Descartes (1596-1650)
57.1. *Regras para a direção do espírito
57.2. *Discurso do método
57.3. *Geometria
57.4. *Meditações acerca da filosofia primeira
58. John Milton (1608-1674)
Obras
(esp. *os poemas menores, *areopagitica, *Paraíso Perdido, *Samson Agonistes)
59. **Moliére (1622-1673)
Comédias
(esp. O avarento, A escola das mulheres, o misantropo, O médico à força, Tartufo)
60. Blaise Pascal (1623-1662)
60.1. *Cartas provinciais
60.2. *Pensamentos
60.3. *Tratados científicos
61. Christian Huygens (1629-1695)
61.1. *Tratado da luz
62. Spinoza (1632-1677)
62.1. *Ética
63. John Locke (1632-1704)
63.1. *Carta sobre a tolerância
63.2. *”Do governo civil” (segundo tratado em Dois tratados do governo)
63.3. *Ensaio sobre o entendimento humano
63.4. Pensamentos sobre a educação
64. Jean Baptiste Racine (1639-1699)
Tragédias
(esp. Andrômaca, Fedra)
65. Isaac Newton (1642-1727)
65.1. *Princípios matemáticos de filosofia natural
65.2. *Óptica
66. Gottfried Wilhelm von Leibniz (1646-1716)
66.1. Discurso sobre a metafísica
66.2. Novos ensaios sobre o entendimento humano
66.3. Monadologia
67. **Daniel Defoe (1660-1731)
67.1. Robinson Crusoé
68. **Jonathan Swift (1667-1745)
68.1. O conto do tonel
68.2. *Viagens de Gulliver
68.3. A Modest Proposal
69. William Congreve (1670-1729)
69.1. The way of the world
70. George Berkeley (1685-1753)
70.1. *Tratado sobre os princípios do entendimento humano
71. Alexander Pope (1688-1744)
71.1. Essay on Criticism
71.2. Rape of the Lock
71.3. Essay on Man
72. Charles de Secondat, Barão de Montesquieu (1689-1755)
72.1. Cartas persas
72.2. *Espírito das leis
73. **Voltaire (1694-1778)
73.1. Cartas inglesas
73.2. Cândido
73.3. Dicionário filosófico
74. Henry Fielding (1707-1754)
74.1. Joseph Andrews
74.2. *Tom Jones
75. **Samuel Johnson (1709-1784)
75.1. The Vanity of Human Wishes
75.2. Dictionary
75.3. Rasselas
75.4. The Lives of the Poets (esp. Os ensaios sobre Milton e Pope)
76. **David Hume (1711-1776)
76.1. Tratado da natureza humana
76.2. Ensaios morais e políticos
76.3. *Investigações sobre o entendimento humano
77. Jean Jacques Rousseau
77.1. *Sobre a origem da desigualdade
77.2. *Sobre economia política
77.3. Emílio
77.4. *O contrato social
78. Lawrence Sterne (1713-1768)
78.1. *Tristam Shandy
78.2. *A Sentimental Journey Through France and Italy
79. Adam Smith (1723-1790)
79.1. A teoria dos sentimentos morais
79.2. *Investigações sobre a natureza e a causa da riqueza das nações
80. Immanuel Kant (1724-1804)
80.1. *Crítica da razão pura
80.2. *Fundamentos da metafísica dos costumes
80.3. *Crítica da razão prática
80.4. *A ciência do Direito
80.5. *Crítica do julgamento
80.6. Paz perpétua
81. Edward Gibbon (1737-1794)
81.1. *The Decline and Fall of the Roman Empire
81.2. Autobiography
82. James Boswell (1740-1795)
82.1. Journal
(esp. London Journal)
82.2. *The Life of Samuel Johnson Ll. D.
83. Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794)
83.1. *Elementos de química
84. John Jay (1745-1829), James Madison (1751-1836) e Alexander Hamilton (1757-1804)
84.1. *Federalist Papers
(assim como os *Articles of Confederation, a *Constitution of the United States e a *Declaration of Independence)
85. Jeremy Bentham (1748-1832)
85.1. Introdução aos princípios da moral e da legislação
85.2. Teoria das ficções
86. Johannn Wolfgang von Goethe (1749-1832)
86.1. *Fausto
86.2. Poesia e verdade
87. Jean Baptiste Joseph Fourier (1768-1830)
87.1. *Teoria analítica do calor
88. George Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)
88.1. Fenomenologia do espírito
88.2. *Filosofia do direito
88.3. *Conferências sobre a filosofia da história
89. William Wordworth (1770-1850)
Poemas
(esp. Lyrical Ballads, poemas de Lucy, sonetos, The Prelude)
90.Samuel Taylor Coleridge (1772-1834)
Poemas
(esp. (Kubla Khan”, Rime of the Ancient Mariner)
Biographia Literária
91. Jane Austen (1775-1817)
91.1. Orgulho e Preconceito
91.2. Emma
92. **Karl von Clausewitz (1780-1831)
92.1. Da guerra
93. Stendhal (1783-1842)
93.1. O vermelho e o negro
93.2. A cartuxa de Parma
93.3. Do amor
94. George Gordon, Lord Byron (1788-1824)
94.1. Don Juan
95. **Arthur Schopenhauer (1788-1860)
95.1. Estudos sobre o pessimism
96. **Michael Faraday (1791-1867)
96.1. História química de uma vela
96.2. *Pesquisas experimentais em eletricidade
97. **Charles Lyell (1797-1875)
97.1. Princípios de geologia
98. Auguste Comte (1798-1857)
98.1. A filosofia positive
99. **Honoré de Balzac (1799-1850)
99.1. O pai de Goriot
99.2. Eugénie Grandet
100. **Ralph Waldo Emerson (1803-1882)
100.1. Homens representativos
100.2. Ensaios
100.3. Diário
101. **Nathaniel Hawthorne (1804-1864)
101.1. A letra escarlate
102. **Alexis de Tocqueville (1805-1859)
102.1. Democracia na América
103. **John Stuart Mill (1806-1873)
103.1. Um sistema de lógica
103.2. *Da liberdade
103.3. *O governo representative
103.4. *Utilitarismo
103.5. A sujeição das mulheres
103.6. Autobiografia
104. **Charles Darwin (1809-1882)
104.1. *A origem das espécies
104.2. *A descendência do homem
104.3. Autobiografia
105. **Charles Dickens (1812-1870)
Obras
(esp. As aventuras de Pickwick, David Cooperfield, Hard Times)
106. **Claude Bernard (1813-1878)
106.1. Introdução ao estudo da medicina experimental
107. **Henry David Thoreau (1817-1862)
107.1. Desobediência civil
107.2. Walden
108. Karl Marx (1818-1862)
*O capital
(assim como o *Manifesto comunista)
109. George Elliot (1819-1880)
109.1. Adam Bede
109.2. Middlemarch
110. **Herman Melville (1819-1891)
110.1. *Moby Dick
110.2. Billy Budd
111. **Fiodor Dostoiévski (1821-1881)
111.1. Crime e castigo
111.2. O idiota
111.3. *Os irmãos Karamazov
112. **Gustave Flaubert (1821-1880)
112.1. Madame Bovary
112.2. Três Histórias
113. Henrik Ibsen (1828-1906)
Peças
Esp. Hedda Gabler, Casa das bonecas, O pato selvagem)
114. **Leo Tolstoi (1828-1910)
114.1. *Guerra e paz
114.2. Anna Karenina
114.3. O que é a Arte?
114.4. Vinte e três contos
115. **Mark Twain (1835-1910)
115.1. As aventuras de Huckleberry Finn
115.2. The Mysterious Stranger
116. **William James (1842-1910)
116.1. *Os princípios de psicologia
116.2. As variedades da experiência religiosa
116.3. Pragmatismo
116.4. Ensaios de empirismo radical
117. **Henry James (1843-1916)
117.1. O americano
117.2. Os embaixadores
118. Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900)
118.1. Assim falava Zaratustra
118.2. Além do bem e do mal
118.3. Genealogia da moral
118.4. A vontade de poder
119. Jules Henri Poincaré (1854-1912)
119.1. Ciência e hipótese
119.2. Ciência e método
120. Sigmund Freud (1856-1939)
120.1. *A interpretação dos sonhos
120.2. *Conferências introdutórias sobre psicanálise
120.3. *A civilização e seus descontentes
120.4. *Novas conferências introdutórias sobre psicanálise
121. **George Bernard Shaw (1856-1950)
Peças (e Prefácios)
(esp. Homem e super-homem, Major Bárbara, César e Cleópatra, Pigmalião, Santa Joana)
122. **Max Planck (1858-1947)
122.1. Origem e desenvolvimento da teoria dos quanta
122.2. Para onde vai a ciência?
122.3. Autobiografia científica
123. Henri Bergson (1859-1941)
123.1. Tempo e livre arbítrio
123.2. Matéria e memória
123.3. Evolução criadora
123.4. As duas fontes da moral e da religião
124. **John Dewey
124.1. Como pensamos
124.2. Democracia e educação
124.3. Experiência e natureza
124.4. Lógica, a teoria da pesquisa
125. **Alfred North Whitehead (1861-1947)
125.1. An Introduction to Mathematics
125.2. Science and the Modern World
125.3. The Aims of Education and Other Essays
125.4. Adventures of Ideas
126. **George Santayana (1863-1952)
126.1. The Life of Reason
126.2. Skepticism and Animal Faith
126.3. Persons and Places
127. Lênin (1870-1924)
127.1. O Estado e a revolução
128. Marcel Proust (1871-1922)
128.1. Em busca do tempo perdido
129. **Bertrand Russel (1872-1970)
129.1. The Problems of Philosophy
129.2. The Analysis of Mind
129.3. An Inquiry into Meaning and Truth
129.4. Human Knowledge; Its Scope and Limits
130. **Thomas Mann (1875-1955)
130.1. A montanha mágica
130.2. José e seus irmãos
131. **Albert Einstein (1879-1955)
131.1. The Meaning of Relativity
131.2. On the Method of Theoretical Physics
131.3. A evolução da física (com L. Infeld)
132. **James Joyce (1882-1941)
132.1. “The Dead” em Dubliners
132.2. Retrato do artista quando jovem
132.3. Ulisses
133. Jacques Maritain (1882-1973)
133.1. Arte e escolástica
133.2. Os graus do saber
133.3. Os direitos do homem e a lei natural
133.4. Humanismo integral
134. Frans Kafka (1883-1924)
134.1. O processo
134.2. O castelo
135. Arnold Tonybee (1889-1975)
135.1. A Study of History
135.2. A civilização posta à prova
136. Jean Paul Sartre (1905-1980)
136.1. A náusea
136.2. Entre quatro paredes
136.3. O ser e o nada
137. Aleksandr I. Soljenitsin (1918-2008)
137.1. O primeiro círculo
137.2. Pavilhão de cancerosos
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(4) Livros que fizeram a minha cabeça
Olavo de Carvalho
La page est fermée, insensible le livre,
à celui dont le coeur
ne sait pas éclairer la lettre extérieure
avec le sens de l'expérience intime.
GYGES LE CHARTIER
Livros não fazem cabeças, é claro. O que as faz é o esforço individual de reviver os atos cognitivos – e não raro as escolhas morais – que precederam a escrita.
Em todo caso, o problema fundamental da auto-educação é o de distinguir o essencial e o desprezível, concentrando a atenção no primeiro e poupando um tempo precioso – justamente aquele que o ensino universitário dispersa no estudo de mil e uma insignificâncias.
Daí a utilidade de uma lista de obras essenciais. Mas essenciais sob qual ponto de vista? A primeira lista desse tipo que chegou ao meu conhecimento foi a de Mortimer J. Adler, em How to Read a Book. Seu critério era a importância das obras para a formação do cenário cultural do Ocidente; seu objetivo, habilitar o estudante a tomar parte na "grande conversação" da cultura Ocidental. Mas, perguntei eu, e se essa conversação, como um todo, tomasse um rumo desastroso e fosse necessário formar inteligências individuais capazes de se subtrair, ainda que por momentos, ao curso geral das coisas? Aí seria preciso dar-lhes uma formação totalmente diversa; seria preciso atrair sua atenção sobre obras e idéias que, não raro, permaneceram à margem do curso dominante. O extremo limite da perspectiva adleriana (em si mesma admirável) era a formação do cidadão consciente. Era preciso, pensei eu, transcender esse ideal meramente civil: era preciso formar inteligências capazes de atender à convocação do Apóstolo: "Sois vós que ides julgar o mundo." Cidadania, afinal, era apenas o nome de um papel social. Eu não queria educar as pessoas para o desempenho de um papel social, por nobre que fosse, mas para tornar cada uma delas apta a assumir o sentido da vida, na acepção que Viktor Frankl dá a este termo.
Minha seleção, portanto, não poderia se pautar pela "importância histórica" das obras, mas pelo seu valor estratégico do ponto de vista do sentido da vida.
Por outro lado, a própria perspectiva adotada impunha que a seleção abdicasse de toda pretensão a fundar uma normatividade média, um padrão universalmente copiável, mas se ativesse ao desejo de ser útil àquelas individualidades que, por sua própria decisão, desejassem embarcar na grande aventura do sentido da vida. A presente lista não tem, portanto, nenhum valor para os diretores de escolas, os ministros da Educação, os forjadores de sociedades futuras e todos os outros pretensos pais do amanhã mundial. Ela só quer ter utilidade para você, meu amigo, minha amiga, que, como eu, não têm outra ambição senão a de educar-se a si mesmos e chegar a compreender alguma coisa. Vocês, que não têm nenhum projeto de mundo, são no entanto a única esperança do mundo – de um mundo que vai sufocando sob a mão de ferro dos que se julgam habilitados a moldá-lo à sua imagem e semelhança.
Os livros aqui listados são desiguais no tamanho, no prestígio e mesmo no valor intrínseco. Cheguei a esta lista através de muitas tentativas e erros, e sei que terei de revê-la – sobretudo com acréscimos – de tempos em tempos. E, se a seleção contém um forte elemento de preferência subjetiva, tanto melhor: se você quer o mesmo que eu, estes livros podem fazer por você o que fizeram por mim.
(23 de Janeiro de 1999)
Lista:
001. As Confissões
002. A Cidade de Deus
Aristóteles
003. Metafísica
004. Física
005. Da Alma
006. Ética para Nicômaco
007. Política
Berdiaev, Nikolai
008. Cinco Meditações sobre a Existência
009. Espírito e Realidade
010. Ensaio de Autobiografia Espiritual
BERNANOS, Georges
011. Diário de um Pároco de Aldeia
012. A Impostura
013. O Grande Medo dos Bem-Pensantes
014. Os Grandes Cemitérios sob a Lua
015. Liberdade para Quê?
BLAKE, William
016. O Casamento do Céu e do Inferno
017. O Livro de Jó
BLOY, Léon
018. Exegese dos Lugares-Comuns
019. O Desesperado
020. Meu Diário
BÖHM-BAWERK, Eugen von
021. Capital e Juros
CAMÕES, Luís Vaz de
022. Os Lusíadas
023. Lírica
CARPEAUX, Otto Maria
024. História da Literatura Ocidental
025. Ensaios Reunidos
CHESTERTON, Gilbert K.
026. Ortodoxia
027. Heréticos
CLEMENTE de Alexandria
028. O Instrutor
029. Tapeçarias
COLERIDGE, Samuel Taylor
030. Biographia Literaria
031. Rimas do Marinheiro Antigo
CONRAD, Joseph
032. Nostromo
033. A Chance
034. O Agente Secreto
035. Lorde Jim
COOMARASWAMY, Ananda K.
036. A Farsa da Alfabetização
037. A Doutrina do Sacrifício
038. Tempo e Eternidade
DANTE Alighieri
039. A Divina Comédia
DE MAISTRE, Joseph
040. Noitadas de S. Petersburgo
041. Considerações sobre a França
DOSTOIÉVSKI, F. M.
042. Crime e Castigo
043. Os Demônios
044. Os Irmãos Karamazóvi
DÜRRENMATT, Friedrich
045. A Promessa
EVOLA, Julius
046. A Tradição Hermética
FERREIRA DOS SANTOS, Mário
047. Filosofia Concreta
048. A Sabedoria dos Princípios
049. Pitágoras e o Tema do Número
FRANKL, Viktor
050. A Vontade de Sentido
FREYRE, Gilberto
051. [ ] Casa Grande & Senzala
FRYE, Northrop
052. Anatomia da Crítica
053. O Grande Código
GIRARD, René
054. A Violência e o Sagrado
055. O Bode Expiatório
056. Coisas Ocultas desde a Fundação do Mundo
GUÉNON, René
057. O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos
058. O Homem e seu Devir segundo o Vedanta
059. O Simbolismo da Cruz
HUIZINGA, Jan
060. O Outono da Idade Média
061. Nas Sombras do Amanhã
HUSSERL, Edmund
062. Idéias para uma Fenomenologia Pura
063. Lógica Formal e Lógica Transcendental
064. A Crise das Ciências Européias
IBN-ARABI, Mohieddin
065. Tratado da Unidade
JOHNSON, Paul
066. Intelectuais
067. Tempos Modernos
KIRK, Russel
068. Conferências na Heritage Foudation
LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm von
069. Discurso de Metafísica
070. Monadologia
071. Novos Ensaios sobre o Conhecimento Humano
MACHADO DE ASSIS, J. M.
072. Memórias Póstumas de Brás Cubas
073. Dom Casmurro
MACHADO, Antonio
074. Poesias Completas
MANN, Thomas
075. A Montanha Mágica
MANZONI, Alessandro
076. Os Noivos
MARÍAS, Julián
077. Antropologia Metafísica
MONTAIGU, Henry
078. A Coroa de Fogo
MUGGERIDGE, Malcom
079. Memórias
NEWMAN, John Henry
080. A Idéia de Universidade
081. Apologia pro Vita Sua
ORTEGA Y GASSET, José
082. A Idéia de Princípio em Leibniz e a Evolução da Teoria Dedutiva
083. A Rebelião das Massas
084. Que é Filosofia?
PAULO APÓSTOLO, São
085. Epístolas
PETRONE, Igino
086. O Direito no Mundo do Espírito
PLATÃO
087. Fedro
088. O Sofista
089. O Político
090. A República
091. As Leis
RACINE, Jean
092. Fedra
REALE, Miguel
093. Teoria Tridimensional do Direito
ROSENSTOCK-HUESSY, Eugen
094. Revoluções Européias
ROSENZWEIG, Franz
095. A Estrela da Redenção
SCHELER, Max
096. O Formalismo na Ética e a Ética Material dos Valores
097. As Formas do Saber e a Cultura
SCHELLING, F. W. von
098. Filosofia da Natureza
099. Filosofia da Mitologia
100. Filosofia da Revelação
SHAKESPEARE, William
101. Otelo
102. Hamlet
103. Rei Lear
SHANKARACHARYA, Sri
104. Brihadaranyaka Upanishad
SIMENON, Georges
105. A Neve Suja
106. Coleção Maigret
SOLOVIOV, Vladimir
107. Crise da Filosofia Ocidental
108. O Sentido do Amor
STENDHAL
109. O Vermelho e o Negro
SZONDI, Lipot
110. A Análise do Destino
TERTULIANO
111. Apologia
TOMÁS DE AQUINO, Santo
112. Comentários a Aristóteles
113. Suma Teológica
114. Suma Contra os Gentios
VOEGELIN, Eric
115. Ordem e História
VON MISES, Ludwig
116. Ação Humana: Um Tratado de Economia
WASSERMANN, Jacob
117. O Caso Maurizius
118. Etzel Andergast
WEBER, Max
119. Economia e Sociedade
120. Escritos sobre o Método
WEIL, Éric
121. Lógica da Filosofia
YEATS, William Butler
122. Poesias Completas
ZUBIRI, Xavier
123. Inteligência e Realidade
124. Sobre a Essência
125. O Homem e Deus
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(5)Lista: Livros do Artigo ''Estudar antes de Falar''
(Olavo de Carvalho)
Diário do Comércio, 13 de agosto de 2013
O caminho mais curto para a destruição da democracia é fomentar o banditismo por meio da cultura e tentar controlá-lo, em seguida, pelo desarmamento civil. A esquerda nacional tem trilhado coerentemente essa dupla via há pelo menos cinco décadas, e sempre soube perfeitamente qual seria o resultado: o caos social, seguido de endurecimento do regime se ela estiver no poder, de agitação insurrecional se estiver fora dele.
Essa estratégia é antiga, clássica, imutável, mas os pretextos com que se legitima conforme as conveniências do momento têm sido variados o bastante para desnortear a plateia, que se entrega a animadas e às vezes ferozes discussões sobre os pretextos mesmos e nunca atina com a unidade do projeto por trás deles. Às vezes, como acontece no Brasil, nem chega a perceber que entre as duas vias simultâneas existe alguma relação.
Pessoas mentalmente covardes vendem a mãe para não correr o risco de ser rotuladas de “teóricas da conspiração”. Rebaixam-se ao ponto de defender de unhas e dentes a “teoria das puras coincidências”, segundo a qual as ações acontecem sem autores.
Imaginem então o medo que essa gente tem de reconhecer algo que no resto do mundo já é obviedade patente: que o comunismo não morreu em 1990, que está hoje mais forte que nunca, sobretudo na América Latina. Treze anos atrás, quando Jean-François Revel publicou seu último livro, La Grande Parade, ninguém na Europa ou Estados Unidos o contestou quanto a esse ponto, que no Brasil ainda é um segredo esotérico.
Há até quem negue que Dilma ou Lula sejam comunistas, mas faz isso porque não sabe exatamente o que é um comunista e, como em geral os liberais, imagina que é questão de ideais e ideologias. Na verdade, um sujeito é comunista não porque creia em tais ou quais coisas, mas porque ocupa um lugar numa organização que age como parte ou herdeira da tradição revolucionária comunista, com toda a pletora de variedades e contradições ideológicas aí contida.
A unidade do movimento comunista, sobretudo desde Antonio Gramsci, da New Leftf americana e do remanejamento dos partidos comunistas após a dissolução da URSS, é mais de tipo estratégico do que ideológico.
Na verdade, esse movimento, cuja extinção a queda da União Soviética parecia anunciar como iminente e inevitável, conseguiu prosperar e crescer formidavelmente desde o começo dos anos 90 só porque abdicou de toda autodefinição doutrinal homogênea e aprimorou a técnica de articular numa unidade de ação estratégica as mais variadas correntes e dissidências cuja convivência era impossível até então. Convicções, portanto, sinceras ou fingidas, não têm aí a mais mínima importância.
Para um sujeito falar com alguma propriedade sobre o movimento comunista, deve antes ter estudado as seguintes coisas:
(1) Os clássicos do marxismo: Marx, Engels, Lênin, Stálin, Mao Dzedong.
(2) Os filósofos marxistas mais importantes: Lukács, Korsch, Gramsci, Adorno, Horkheimer, Marcuse, Lefebvre, Althusser.
(3) Main Currents of Marxism, de Leszek Kolakowski.
(4) Alguns bons livros de história e sociologia do movimento revolucionário em geral, como Fire in the Minds of Men, de James H. Billington, The Pursuit of the Millenium, de Norman Cohn, The New Science of Politics, de Eric Voegelin.
(5) Bons livros sobre a história dos regimes comunistas, escritos desde um ponto de vista não-apologético.
(6) Livros dos críticos mais célebres do marxismo, como Eugen von Böhm-Bawerk, Ludwig von Mises, Raymond Aron, Roger Scruton, Nicolai Berdiaev e tantos outros.
(7) Livros sobre estratégia e tática da tomada do poder pelos comunistas, sobre a atividade subterrânea do movimento comunista no Ocidente e principalmente sobre as “medidas ativas” (desinformação, agentes de influência), como os de Anatolyi Golitsyn, Christopher Andrew, John Earl Haynes, Ladislaw Bittman, Diana West.
(8) Depoimentos, no maior número possível, de ex-agentes ou militantes comunistas que contam a sua experiência a serviço do movimento ou de governos comunistas, como Arthur Koestler, Ian Valtin, Ion Mihai Pacepa, Whittaker Chambers, David Horowitz.
(9) Depoimentos de alto valor sobre a condição humana nas sociedades socialistas, como os de Guillermo Cabrera Infante, Vladimir Bukovski, Nadiejda Mandelstam, Alexander Soljenítsin, Richard Wurmbrand.
É um programa de leitura que pode ser cumprido em quatro ou cinco anos por um bom estudante. Não conheço, na direita ou na esquerda brasileiras, ninguém, absolutamente ninguém que o tenha cumprido.
Há tanta gente neste país querendo dar palpite no assunto, quase sempre com ares de sapiência, e ninguém, ou praticamente ninguém, disposto a fazer o esforço necessário para dar alguma substância às suas palavras.
Nenhum esquerdista honesto o fará sem abjurar da sua crença para sempre. Nenhum direitista, sem reconhecer que era um presunçoso, um bocó e, em muitos casos, um idiota útil – às vezes ainda mais útil e mais idiota do que a massa de manobra esquerdista.
A esquerda prospera na exploração da ignorância, própria e alheia. Onde quer que ela exerça a hegemonia, impera o mandamento de jamais ler as obras de adversários e críticos, mas espalhar versões deformadas e caricaturais das suas ideias e biografias, para que a juventude militante possa odiá-los na ilusão de conhecê-los. Universidades que professam dar cursos de marxismo capricham nesse ponto até o limite do controle mental puro e simples.
A direita, bem, a direita cultiva suas formas próprias de auto-ilusão, das quais já falei bastante neste mesmo jornal. Talvez volte ao assunto em outro artigo.