(5) Textos Diversos

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Rei Balduíno IV de Jerusalém- O Leproso


“No fim de 1174, Saladino, senhor de Damasco, veio sitiar Alepo.”

Alepo era uma cidade que estava em poder dos católicos. Saladino, como os senhores estão vendo, era maometano.

“Os descendentes de Noredim pediram socorro aos francos. Raimundo de Tripoli atacou a praça forte de Homs. Balduíno IV empreendeu uma avançada vitoriosa sobre Damasco. Essas iniciativas fizeram com que Saladino abandonasse seu desejo inicial.”

Saladino era um grande guerreiro. Fugiu por causa da pressão que Balduíno exerceu contra ele.

“Em 1176, o sultão voltou à carga, e a mesma manobra sustou seus planos.”

Mais uma vez, Balduíno fez fugir Saladino.

“Balduíno venceu seu exército em Damasco e Andujar, e trouxe um belo lucro da expedição. Nessa ocasião, ele tinha apenas 15 anos.”

https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_SD_721021_Balduino_iv_leproso.htm

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Olavo de Carvalho
(25 de dezembro de 2003)
Só existe um motivo para celebrar o Natal, mas esse motivo é tão amplamente ignorado que as festas natalinas devem ser consideradas uma superstição em sentido estrito, a repetição ritualizada de uma conduta habitual que já não tem significado nenhum e na qual, portanto, cada um está livre para projetar as fantasias bobas que bem entenda.
Jesus Cristo, encarnação do Verbo Divino, ou inteligência de Deus, veio ao mundo para oferecer-se como vítima sacrificial única e definitiva, encerrando um ciclo histórico que durava desde as origens da humanidade e que era regido essencialmente pela Lei do Sacrifício (v. Ananda Coomaraswamy, A Lei do Sacrifício, e René Girard, O Bode Expiatório).
A Lei do Sacrifício é inerente à estrutura da existência cósmica. Só Deus tem a plenitude do ser, e o que quer que exista sem ser Deus tem uma existência precária, fundada num débito ontológico insanável, que na escala da alma humana se manifesta como culpa.
A Lei do Sacrifício não pode ser suspensa e jamais o foi.
O que Nosso Senhor Jesus Cristo fez foi cumpri-la toda de uma vez, instituindo em lugar do Sacrifício a Eucaristia, que é a recordação do ato sacrificial definitivo. A recordação passa então a ter o valor de uma repetição sem necessidade de novas vítimas.
Antes as vítimas se somavam: 1 + 1 + 1 + 1…
Agora a vítima única se multiplica por si mesma no ato da Eucaristia: 1 x 1 x 1 x 1…
Façam as contas e compreenderão por que o Natal deve ser celebrado.
O problema é que o fim de um ciclo histórico não traz necessariamente, para as gerações seguintes, a consciência da mutação ocorrida.
Essa consciência deve ser reconquistada e retransmitida de geração em geração, e na sociedade moderna essa transmissão cessou já faz algum tempo. Pouquíssimas pessoas têm uma consciência clara do que ganharam com o Natal. A maioria, mesmo quando recebe presentes, não sabe que eles apenas simbolizam um ganho muito maior que já foi obtido 2003 anos atrás.
Esse ganho pode ser explicado em poucas palavras:
Todo homem, pelo simples fato de existir, é atormentado pela culpa e vive num constante discurso interior de acusação e defesa, que produz medo, ódio, inveja, ciúme, busca obsessiva de aprovação. Esses sentimentos tornam o homem vulnerável às palavras más, às acusações e insinuações que lhe chegam de seus semelhantes, da cultura ambiente ou de seu próprio interior. O conjunto dessas acusações e insinuações é o espírito demoníaco, que em razão da culpa mesma tem poder incalculável sobre o ser humano. Em busca de proteção contra esse poder, o homem se submete aos maus e aos intrigantes, isto é, aos representantes do próprio espírito demoníaco, acreditando que aqueles que podem feri-lo devem também poder ajudá-lo. Com isso ele se torna a vítima sacrificial, o bode expiatório num grotesco ritual simulado.
Cristo adverte-nos que esse sacrifício é inútil, desnecessário e pecaminoso. Não existe no mundo um poder ou autoridade habilitado a exigir vítimas. Deus Pai só exigiu uma, e Ele mesmo a forneceu. Quem quer que, depois disso, se sinta culpado, não deve se oferecer como vítima sacrificial perante altar nenhum. Deve apenas recordar-se do sacrifício de Cristo e alegrar-se. Isso é tudo.
Muitas pessoas até sabem que as coisas são assim, mas entendem isso somente do ponto de vista religioso formal, sem tirar desse conhecimento as conseqüências práticas de ordem psicológica, que são portentosas:
Aquele que se ofereceu para ser sacrificado em nosso lugar não é um cobrador de dívidas nem um acusador, mas um salvador. Ele nada pede, apenas oferece. E em troca aceita uma palavrinha, um sorriso, uma intenção inexpressa, qualquer coisa, pois não é irritadiço nem orgulhoso: é manso e humilde.
Se, sabendo disso, você ainda é vulnerável aos olhares acusadores e às palavras venenosas, se ainda sente ante os intrigantes e os maldosos um pouco de temor reverencial e tenta aplacá-los com mostras de submissão para que eles não o exponham à vergonha ou não o castiguem de algum outro modo, é porque ainda não compreendeu o sentido do Natal.
Esse sentido é simples e direto: os maus e intrigantes não têm mais nenhuma autoridade sobre você. Não baixe a cabeça perante eles, não consinta que suas fraquezas sejam exploradas pela malícia do mundo.
Jesus Cristo já pagou a sua dívida.
É por isso que comemoramos o Natal.
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Uma dica do filósofo Olavo de Carvalho que com certeza pode ser muito útil para você iniciar 2018 com o pé direito:
“O mundo está cheio de coisas grandiosas e maravilhosas onde tem um sinal de Deus, um sinal da eternidade marcado na história. Aproxime-se disso, absorva isso. Não vá só pelo gosto: ‘Ah, eu gosto disso, eu gosto de ouvir Bach!’… Pare com esse negócio! Se você vai só pelo que você gosta, você vai gostar sempre da mesma coisa e vai entrar no repetitivo. Não se trata do gostar, mas do absorver e do compreender. Leia a vida dos santos, mas não venha com negócio de carolice para cima de mim, porque as pessoas lêem um pouco disso e já começam a falar em linguagem evangélica ou então abrem a boca e parece que é Santo Tomás de Aquino que está falando. Isso tudo é imitação grosseira. Você tem de imitar o fundo.
Faça o seguinte teste: experimente ser muito bom, generoso, perdoar sempre as pessoas. Sempre, por dentro e por fora. Já tentou isso alguma vez? Ou faça outro experimento mental: daqui para adiante, tudo o que me acontecer é culpa minha. Não vou culpar mais ninguém. Isto não é bem verdade, mas é uma disciplina. Quando você se irritar por pequena coisa, engula, fique quieto e faça de conta que não aconteceu, porque não existe coisa mais deprimente e mais prejudicial do que você se irritar por pequenas coisas.
Por exemplo, com crianças: a criança às vezes derruba um prato e você fica louco da vida. Por quê? É um pecado derrubar um prato?! A criança cagou na fralda na hora em que você estava pensando em outra coisa. Isto é pecado?! Ela fez alguma coisa moralmente errada?! Mesmo que fosse moralmente errada, não é para você condenar. “Ah, mas aquilo me incomodou!” E é pecado incomodar você?! Quem é você? Não é pecado incomodar o Olavo, não é pecado encher o saco do Olavo, então, por que eu vou ficar bravo com estas coisas?! Pense o seguinte: de agora em diante eu só ficarei bravo com aquilo que ofender o Nosso Senhor Jesus Cristo, ou a Nossa Senhora, ou o Espírito Santo. Se ofender só a mim, ‘me ne frega’.
Experimente isso. Daí você verá que mesmo que esteja no Brasil, sem ocasião de sair daí, você já vai se elevar acima da sociedade. É claro que você vai sofrer, as pessoas não vão te entender. Mas e daí, qual é o problema de não te entenderem?! Quem jamais foi compreendido neste mundo? Acredite que existe a verdadeira bondade, que existe a santidade, que existe o heroísmo, acredite nestas coisas, porque elas existem mesmo.”
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"Adquiram então o hábito de estar presentes nesse jogo do universo material e moral. Aprendam a olhar e confrontem o que se apresenta aos senhores com suas ideias costumeiras ou secretas. Não enxerguem numa cidade unicamente casas, mas vida humana e história. Que um museu não lhes mostre quadros, e sim escolas de arte e de vida, concepções do destino e da natureza, orientações sucessivas ou variadas da técnica, do pensamento inspirador, dos sentimentos. Que uma oficina não lhes fale somente de ferro e de madeira, mas da condição humana, do trabalho, da economia antiga e recente, das relações de classes sociais. Que as viagens lhes ensinem a humanidade; que as paisagens lhes evoquem as grandes leis do mundo; que as estrelas lhes falem das durações incomensuráveis; que os pedregulhos do caminho representem para os senhores resíduos da formação da terra; que a visão de uma família se una a seus olhos à das gerações, e que o menor relacionamento lhes traga informações sobre a mais elevada concepção do homem. Se não souberem olhar assim, não se tornaram ou não serão mais que um espírito banal. Um pensador é um filtro em que a passagem das verdades deposita sua melhor substância."



- A. D. Sertillanges, A Vida Intelectual.
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"A maravilha da infância é que para eles tudo é maravilha."

- G. K. Chesterton
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Verdade e Sinceridade

“É comum acreditar-se que nada no mundo é mais fácil que ser sincero e que, para isso, basta não alterar, mesmo imperceptivelmente, a realidade tal como nos é dada. Mentir, dissimular, é intervir, é fazer agir a própria vontade, é substituir o ser por uma imagem com a qual ele não coincide. Ser sincero não seria contentar-se em deixar as coisas serem o que são?

Mas o problema é mais difícil. Tão logo começo a falar e a agir, tão logo meu olhar se abre à luz, acrescento algo ao real e o modifico. E essa modificação é a criação mesma do espetáculo sem o qual, para mim, o real não existiria. Assim olho o mundo que nasce diante de mim como um espetáculo ondulado pela perspectiva e pelos infinitos jogos de luz e sombra. No entanto ninguém admite que o real seja criado por mim no ato mesmo que o apreende; ele possui certas características que se impõem independentemente da minha vontade e para quais chamo os outros homens em testemunho. Desse modo consigo distinguir a verdade do erro.

Contudo a sinceridade não é a verdade. Assim a arte do pintor traduz com maior ou menor sinceridade a visão muito pessoal que ele tem do universo. E somente desta se pode dizer que ela é verdadeira. Ninguém aceitará que ser sincero é reproduzir, tal como é, minha própria visão das coisas, ao passo que ser verdadeiro seria reproduzir, nesta própria visão, as coisas tais como são. Pois é na qualidade dessa visão que a minha sinceridade reside. Ela é o esforço que faço para torná-la sempre mais delicada, mais penetrante e mais profunda.

A verdade invoca uma luz que envolve tudo o que é e que me ilumina se eu abro os olhos. Pode-se muito bem dizer que a sinceridade não é senão o simples consentimento à luz, mas com a condição de acrescentar que a verdade em questão é aqui a verdade mesma do que sou, e que para mim não basta contemplá-la: trata-se primeiramente de produzi-la.

Considera-se quase sempre a verdade como a coincidência do pensamento e do real. Mas como seria possível tal coincidência, quando o real é outro que não eu? Ao contrário, se a sinceridade é a coincidência de nós conosco mesmos, perguntarão como é possível obte-la. Mas é o amor-próprio que intervém aqui. E o próprio da sinceridade é vencê-lo. Pode-se dizer que, por oposição à verdade que busca conformar o ato da minha consciência ao espetáculo das coisas, a sinceridade tenta conformar ao ato da minha consciência o espetáculo que mostro.

Portanto, parece que somente ela pode superar a dualidade do objeto e do sujeito que os filósofos transformaram em lei suprema de todo conhecimento. Se Narciso se perdeu, é que ele quais introduzir tal dualidade no centro de si mesmo. Ele achou que podia ver-se e usufruir de si, antes de agir e de fazer-se. Ele não teve a coragem desse incomparável empreendimento no qual a operação antecede o ser e o determina, desse procedimento criador cujo modelo as matemáticas empregam no conhecimento puro, e doa qual a sinceridade interior nos oferece uma aplicação dramática a nós mesmos.”



(LOUIS LAVELLE - O ERRO DE NARCISO)
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Talvez uma das maiores dificuldades do ser humano seja conhecer a si próprio. Em uma era onde todos se voltam para o imediatismo, veem apenas o materialismo. Perdem o contato com o verdadeiro 'eu' e deformam a si mesmos. Conhecer a si próprio significa mergulhar dentro de si e descobrir o Ser que habita em você. Significa conhecer a sua essência, não esse personagem que você criou pros outros. Mas também significa abandonar as ilusões. Essa é a chave pra entender a realidade. 'Conhece-te a ti mesmo.'
"Servir ao seu próprio gênio.
Toda a infelicidade dos homens vem de que não existe nada mais difícil, para cada um deles, do que discernir seu próprio gênio. Quase todos o desconhecem, desconfiam dele, são ingratos para com ele. Empenham-se até em destruí-lo para colocar em seu lugar uma personalidade de empréstimo que lhes parece mais espetacular. Todo o segredo da potência e da alegria consiste em descobrir-se e em ser fiel a si mesmo, tanto nas menores coisas como nas maiores. Até na santidade, trata-se de realizar-se. Quem desempenha melhor o papel que é o seu, e que não pode ser desempenhado por nenhum outro, é também o mais afinado com a ordem universal: ninguém pode ser mais forte nem mais feliz.
Toda a nossa responsabilidade recai, portanto, sobre o uso das potências que nos pertencem exclusivamente. Podemos deixar que se percam ou fazê-las frutificar. Assim, nossa vocação só pode ser mantida se permanecemos perpetuamente em seu nível, se nos mostramos sempre dignos dela. O papel de nossa vontade é mais modesto do que imaginamos; é apenas o de servir a nosso gênio, o de destruir diante dele os obstáculos que o freiam, o de fornecer-lhe incessantemente um novo alimento, e não o de modificar seu andamento natural nem o se imprimir-lhe uma direção escolhida por ela.
Existe em todo homem um pensamento secreto que ele deve ter a probidade e a coragem de expor à luz do dia. Não deve preferir a ele uma opinião alheia que lhe pareça mais elevada, mas que, incapaz de se alimentar em seu próprio solo, nele não crescerá. Não podemos esperar possuir outras riquezas além das que já trazemos em nós. Basta explorá-las, em vez de negligenciá-las. Mas elas são familiares demais para que nos pareçam preciosas, e corremos atrás de outros bens que brilham mais e cuja posse nos é recusada. Mesmo que pudéssemos alcançá-los, não deixariam em nossas mãos nada além de sua sombra.
No entanto, a confiança que se tem na própria vocação comporta, por sua vez, perigos. Minha vocação não está feita de antemão; cabe a mim fazê-la; preciso saber extrair de todos os possíveis que estão em mim o possível que devo ser. Também não devo confundir minha vocação com minhas preferências, embora minha preferência mais profunda deva afinar-se com minha vocação, nem o chamado de meu destino com todas as sugestões do momento, embora o momento sempre me proporcione a ocasião à qual devo responder. A sabedoria consiste em reconhecer a missão que só eu sou capaz de cumprir: pôr em seu lugar algum desígnio tomado de empréstimo é traí-la, assim como é traí-la alçar-me a pensamentos mais vastos que os que posso portar.
Ocorre com as vocações individuais, na vida da humanidade, o mesmo que ocorre com as diferentes faculdades, na vida da consciência. Cada faculdade – a inteligência, a sensibilidade ou o querer – deve exercer-se segundo sua lei própria, em sua hora e nas circunstâncias que convêm, caso contrário a consciência não conseguirá realizar sua harmonia nem sua unidade; mas, quando ela se exerce como se deve, é a alma inteira que age nela. Da mesma forma, o destino da humanidade inteira está presente na vocação de cada indivíduo, contanto que ele a aceite e a ame." (Louis Lavelle)
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Cristianismo não é conforto psicológico

"O Cristianismo não dá o mundo a ninguém, mas o mata para em seio místico dar-lhe vida. É por isso que no trajeto da religião cristã o homem: i. nega a si mesmo; ii. pega a sua cruz; iii. segue a Cristo. É evidente que a glória cristã nunca foi deste mundo. Negar a si não significa outra coisa senão estar morto para o mundo e vivo para Deus. E longe de nos trazer conforto terreno, isso nos mostra dificuldades verazes: dores tal como sentiu Jesus, perfeitamente homem e perfeitamente Deus, ao carregar a sua cruz. Já nós quando carregamos a nossa, sentimos a dolorosa travessia da renúncia à glória sem lamentações, por mais dolente que isso pareça. Carregar a cruz significa esforçar-se para a perfeição espiritual, sendo a essência disso a assimilação e o discipulato a Cristo: negamos as nossas opiniões (pois só o ignorante tem opinião) e nos prostramos perante a Verdade." 


(Maria Warshawiak)
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De: O Caminho


Tempos atrás, li um artigo científico sobre a morte de Jesus, publicado em 1986 em uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo - o JAMA, The Journal of the American Medical Association. O artigo é intitulado "On the Physical Death of Jesus Christ" (Sobre a morte física de Jesus Cristo).
Nele os autores demonstram como processo de açoitamento romano era terrivelmente cruel. São descritos detalhes técnicos, que juntamente com a narrativa bíblica, fornecem um panorama completo de todo esse processo, desde o julgamento até a morte na cruz. Antes do julgamento, é narrado em Lucas 22 que Jesus estava em profunda angústia e suava sangue. Embora seja um fenômeno raro, médicos reconhecem essa característica como hematidrose, que pode ocorrer devido a altos níveis de stress.
Após ser julgado, Jesus foi açoitado violentamente com um chicote de couro, com pequenas bolas de ferro nas pontas e ossos pontiagudos. As bolas de ferro causavam ferimentos internos e os ossos dilaceravam a carne, expondo a musculatura esquelética e causando grande perda de sangue, o que provavelmente o deixou em um estado de pré-choque. Após severa flagelação, Jesus foi zombado, cuspido e obrigado a carregar a própria cruz até o Gólgota.
Durante a crucificação, o acusado era jogado sobre a cruz no chão, e pregado com pregos de até 18 cm de comprimento nos pulsos e nos pés. A crucificação era um processo que produzia intensa dor e causava uma morte lenta e sufocante.
Respirar era algo extremamente doloroso. A cada respiração, Jesus tinha que elevar as costas em carne-viva, arrastando-a na madeira e apoiando todo o peso nos pés, que estavam pregados. Fato que aumentava a perda de sangue e causava dores terríveis.
As causas da morte por crucificação poderiam ser várias, mas as duas mais comuns eram choque hipovolêmico e asfixia por exaustão. Quando o evangelho de João narra que após a morte de Jesus um soldado o transpassou com a lança e saiu "sangue e água", a explicação dos cientistas é de que a água provavelmente representava fluido pleural e pericárdio seroso e teria precedido o fluxo de sangue e teria menor volume do que o sangue. Talvez no cenário de hipovolemia e da insuficiência cardíaca aguda, os derrames pleurais e pericárdicos podem ter se desenvolvido e teriam sido adicionados ao volume de água aparente.
Analisando somente o sofrimento físico de Jesus, percebemos o quão terrível deve ter sido suportar tudo isso. Stress intenso, noite sem dormir, um julgamento injusto, açoitamento desumano, zombaria e ainda ter que carregar seu próprio instrumento de morte.
Mas isso não foi NADA!
O que "pesou" sobre seus ombros foram os nossos pecados. Isaias há muito tempo profetizara: "Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." Isaías 53:5
Ele era o sacrifício. O cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Somente o Deus que se fez homem poderia reconciliar os homens com Deus. Por isso dizemos que o sacrifício foi por amor, pois Ele não tinha pecado, nós sim. Se o pecado gera a morte, quem deveria morrer seríamos nós, e não Ele. Então toda a sua podridão, todos os seus maus pensamentos, toda sua revolta contra Deus...tudo isso estava sobre os ombros Cristo. E ele venceu não somente o pecado, mas também a morte!
Quando achar que sua vida está difícil demais, que nada da certo, não se vitimize.Olhe essa foto e lembre-se de tudo que Jesus passou por amor a você.


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"Nem todos estão predestinados a terem a oportunidade de criar a sua própria personalidade, a maioria permanece numa cópia de um tipo de personalidade, sem nunca chegarem à experiência de se tornarem um indivíduo com identidade própria. Mas aqueles que o conseguem, inevitavelmente descobrem que a luta pela personalidade envolve o conflito com as vidas normais das pessoas comuns e os valores tradicionais e convenções burguesas que defendem. A personalidade é o produto do confronto entre duas forças opostas, o impulso de criar uma vida própria, e a insistência do mundo que nos rodeia em que nos conformemos a ele. Ninguém consegue desenvolver uma personalidade a menos que esteja mentalizado para passar por experiências revolucionárias. A extensão dessas experiências difere, claro, de pessoa para pessoa, assim como a capacidade de conduzirem uma vida que é verdadeiramente pessoal e única."

(Hermann Hesse - Demian)
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''Numa alma bem estruturada, as emoções refletem espontaneamente o senso das proporções e a realidade da situação. A afeição, a esperança, o temor, a ansiedade, o ódio são proporcionais aos seus objetos e, nesse sentido, funcionam quase como órgãos de percepção. Afiná-las para que cheguem a esse ponto é o objetivo de toda educação das emoções. Na sociedade histérica, porém, cada um só pode alcançar esse objetivo mediante um tremendo esforço de tomada de consciência e de auto-reeducação. O que deveria ser simplesmente o padrão da normalidade humana torna-se uma árdua conquista pessoal. A reeducação das emoções é impossível sem passar primeiro pela reeducação da inteligência, de modo que esta assuma, pouco a pouco, o comando da alma inteira e se torne o centro da personalidade em vez de um penduricalho inútil a serviço da autojustificação histérica. Ser inteligente é, nesse sentido, como já lembrava Lionel Trilling, a primeira das obrigações morais. Sem inteligência, até as virtudes mais excelsas se tornam caricaturas de si mesmas''

(Olavo de Carvalho)

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"A necessidade da beleza e da arte que a personifica é inseparável do homem, e sem ela o homem possivelmente não desejaria viver no mundo."



(Fiódor Dostoiévski)
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"A coisa mais preciosa que o homem pode ter nessa terra que lhe granjeia o Céu é o amor de Deus"
(Plínio Corrêa de Oliveira)
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"Tradição, Família e Propriedade não é um lema qualquer. É por execelência um lema anticomunista que atrai as simpatias de todos aqueles que amam a civilização cristã, e provoca aversão, em todos aqueles que foram infectados pelo vírus do comunismo."
(Plínio Corrêa de Oliveira)
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A LENDA DE MOISÉS


''No folclore hebreu, há uma passagem digna de atenção: Moisés encontra um pastor no deserto. Passa o dia com o pastor, ajuda-o a ordenhar as ovelhas e, ao entardecer, vê que o pastor coloca o leite melhor numa tigela de madeira que está a certa distância sobre uma pedra lisa. Moisés pergunta-lhe, então, por que isso. E o pastor explica: – Este é o leite de Deus. Moisés fica intrigado e lhe pergunta o que quer dizer. O pastor volta a explicar: – Tomo sempre o melhor leite que tenho e o levo como oferenda a Deus. Moisés, que é extremamente mais requintado do que o pastor com a sua fé ingênua, pergunta: – E Deus o toma? – Sim, replica o pastor, ele o toma. Moisés sente-se então impelido a instruir o pobre homem e esclarece que Deus, sendo puro espírito, não bebe leite. Contudo, o pastor está seguro de que bebe. Assim, sustentam uma breve discussão que termina Moisés sugerindo ao pastor que se escondesse por detrás dos arbustos, para descobrir se de fato Deus vinha beber o leite. Moisés retirou-se para o deserto a fim de rezar. Escondeu-se o pastor, veio a noite e, à luz da lua, vê uma pequena raposa que chega correndo do deserto, olha à direita, à esquerda e, em linha reta, se lança em direção ao leite, bebe-o e desaparece novamente no deserto. Na manhã seguinte, Moisés encontrou o pastor deprimido e abatido. – O que foi? perguntou. O pastor lhe disse: – O senhor tinha razão... Deus é espírito puro e não quer o meu leite. Moisés surpreendeu-se e acrescentou: – Você deveria estar contente. Agora sabe mais acerca de Deus do que sabia antes. – Sim, eu sei, respondeu o pastor, mas a única coisa que eu podia fazer para expressar o meu amor por Ele, eu a perdi. Moisés compreendeu. Retirou-se para o deserto e rezou intensamente. Durante a noite, numa visão, Deus lhe falou: – Moisés, fizeste mal. É verdade que eu sou espírito puro. Todavia, sempre aceitei com gratidão o leite que o pastor me oferecia como expressão do seu amor; mas, já que eu não precisava dele, partilhava-o com aquela raposinha que tem loucura por leite...''


Anthony Bloom - Escola de Oração
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De acordo com Pierre Hadot, o nu na arte começa a aparecer no mundo ocidental com toda a força no período da Renascença. É nessa época também que começa a surgir o método científico experimental e a técnica moderna, que, baseada naquela ciência, passa de sua fase eotécnica para a paleotécnica, com o uso predominante de metais.
Mas o que tem a ver o nu com a técnica? O nu na arte era uma forma de os artistas, que estavam todos mais ou menos envolvidos com a magia e a feitiçaria, representarem os segredos da natureza revelados pela ciência, e postos em prática pela nova tecnologia que surgia.
A eotécnica baseava-se principalmente nos elementos mais externos da natureza, como a madeira, a água e o vento, nos moínhos, dos quais se podia extrair a energia. Quando começa o período da paleotécnica, que se baseava na extração de minérios, o homem sai da superfície e começa a penetrar as entranhas tenebrosas e infernais da natureza. Simbolicamente falando, é aí que essa virgem senhorita, também chamada de Natureza, começa a ser estuprada.
Depois da paleotécnica, vem a neotécnica, a qual é basicamente a era da eletrônica e da informática.
Percebam que, da eotécnica à neotécnica, a natureza vai sendo cada vez mais desnudada até que, por fim, ela entrega os seus segredos. Mas percebam também que, nesse movimento de perscrutar a natureza, é a escala mais baixa da cadeia do ser que vai sendo penetrada: o mundo mineral. É como se, ao nos aprofundarmos mais e mais nesse mundo mineral, mais e mais nos aproximássemos de um mundo aparentemente inteligente e sofisticado, que tanto fascina os mais retardados dos seres humanos contemporâneos: os nerds.
Não, não é mera coincidência que o epítome da neotécnica fique no Vale do Silício, em São Francisco, o qual, não por acaso também, é o santo que se desnudou e que costumava chamar a Natureza de irmã. Também não é coincidência que o nu, na arte, tenha se degradado e vulgarizado da Renascença para cá. O nu "artístico" de nossa época tem de ser o mais rasteiro possível, uma espécie de contrafação do nu franciscano, pois ele é a representação da magia negra (a tecnologia contemporânea) pela qual o nosso mundo atual está - talvez de forma definitiva - dominado.



Via: Roberto Santos (18 de outubro de 2017)
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"Conhece, pois, soberbo, que paradoxo és a ti mesmo. Humilha-te, razão impotente; cala-te, natureza imbecil; aprende que o homem supera infinitamente o homem e ouve do teu mestre tua condição verdadeira, que ignoras. Escuta Deus. O conhecimento de Deus sem o da nossa miséria acarreta a soberba; o conhecimento da nossa miséria sem o conhecimento de Deus acarreta o desespero. O conhecimento de Jesus Cristo está no meio, porque nele encontramos Deus e nossas misérias." (Pascal)
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Fica, pois, atento a ti mesmo e usa de discernimento. Se notares que te tornas irritadiço e exigente para com os outros, diminui um pouco o peso do teu fardo. Se procuras examinar a conduta dos outros, dar-lhes lições, dirigir-lhes observações, estás no caminho errado: quem renuncia verdadeiramente a si mesmo, não tem nada a censurar nos outros. Se achas que as pessoas que te cercam, ou as circunstâncias exteriores, te incomodam e te constrangem, é porque ainda não compreendeste em que consiste o teu trabalho: tudo o que, à primeira vista, parece constranger-te, na realidade te é dado como ocasião de aceitar os outros, de ser paciente e de obedecer. Um homem humilde não pode ser constrangido pelos outros: pode apenas constranger. Passa, pois, despercebido, evita tomar a dianteira, esconde-te. Entra no teu quarto e fecha a porta (Mt 6:6), mesmo quando és obrigado a permanecer no tumulto de uma companhia numerosa. E quando, às vezes, isso se torna demasiadamente difícil de suportar, sai, vai a qualquer lugar, contanto que possas ficar só; clama de toda a tua alma ao Senhor para que te ajude, e ele te ouvirá. Considera-te como uma roda, dizia o staretz Ambrósio. Quanto mais de leve a roda toca a terra, mais ela gira e avança com facilidade. Não penses nas coisas terrenas, não fales delas, não te preocupes com elas mais do que o necessário. Mas lembra-te também de que, se uma roda fica inteiramente no ar, não pode girar."
(Tito Colliander, in Way of the Ascetics: The Ancient Tradition of Discipline and Inner Growth) via João Ricardo Nascimento
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A estrutura que sustenta-se pelas eras, o feminino que toca a alma do homem é um dos maiores mistérios desta existência. Mas também um dos mais belos
"A mulher é capaz de sustentar o sacrifício por mais tempo que o homem. O homem é mais apto a ser o herói em uma grande e apaixonada explosão de coragem. Mas a mulher é heróica através dos anos, meses e até mesmo segundos da vida cotidiana, além da própria repetição de sua labuta dando-lhe aparência de trivialidade. Não apenas seus dias, mas suas noites, não apenas sua mente, mas seu corpo devem compartilhar do Calvário da Maternidade. Ela tem, portanto, uma maior compreensão da redenção do homem, pois ela chega mais perto da morte ao trazer vida".
(Venerável Fulton Sheen)
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A imaginação moral é o nosso dom mais singular e o atributo humano que mais nos distingue dos animais. A capacidade de discernir entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, entre o belo e o feio; a capacidade de conceber um padrão moral objetivo, e de identificar verdades morais que se impõem como necessárias em meio ao caos aparente das nossas circunstâncias, é o que nos permite desenvolver uma personalidade integrada, coesa e estável, imune às pressões e aos modismos do nosso meio e resistente aos percalços da vida.
Sem a imaginação moral os homens se arrastariam pela existência, vivendo momento a momento, sem qualquer coesão, como o fazem os cães e os gatos. É a faculdade humana de discernir a grandeza, a justiça e a ordem para além dos padrões vigentes, apetites naturais e interesses próprios — inexplicável para as concepções reducionistas do homem defendidas pelos materialistas — que nos permite elevar nossas consciências ao controle dos vários impulsos discordantes que se agitam dentro de nós, de modo a transcender nossas limitações circunstanciais rumo à realização plena da nossa missão pessoal; rumo àquilo que Viktor Frankl chamava de "sentido da vida".
Segundo essa concepção, a importância dos obstáculos que enfrentamos em um dado momento depende da contribuição, positiva ou negativa para a conquista da maturidade, que somos capazes de extrair de cada um deles. Não é preciso salientar, portanto, que a atenção mesquinha aos pequenos infortúnios e decepções é infinitamente mais nociva para a realização humana do que qualquer dificuldade contingente. Quando damos muita atenção aos nossos infortúnios e, sobretudo quando procuramos explicações externas e nos isentamos de nossa responsabilidade pessoal, tornamo-nos rancorosos e contaminamos nosso imaginário moral com a mesquinharia dos problemas menores do nosso dia-a-dia, o que sempre acaba por embotar nossa sensibilidade, estreitar nossos horizontes de consciência e, no limite, pode nos levar a ressignificar toda a realidade com base em nossas necessidades e desejos momentâneos — transformando-nos em pouco mais do que bichinhos, em meras criaturas bestializadas, escravos da nossa "carne".
Vivemos em um mundo caído, marcado pelo mal, pelas imperfeições e pelas enfermidades, pela fragmentação e pela ignorância, pelo pecado e pela morte, e que, no entanto, jamais eliminou do seu círculo de possibilidades a contemplação do transcendente e do eterno ou a consagração ao que é bom, belo e justo. Pelo contrário, neste mundo caído em que vivemos, é a concentração em assuntos mais elevados, é a consagração ao bom, ao belo e ao justo que nos fortalece, que nos abre novas perspectivas e amplia nossa potencial de ação, de modo que nossos problemas cotidianos deixam de ser a totalidade de nossas vidas e se tornam meras distrações; pois, se voltamos a nossa atenção para aquilo que nos infunde vitalidade, fé e esperança, também nossos problemas práticos serão solucionados, com facilidade e sem que consumam nossa energia. Ou, dito de outro modo: "busquem primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas". (Filipe G. Martins)
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Os três elementos inseparáveis da sinceridade, COF, Aula 39:
"Aluno: Caso uma pessoa que está vivendo desde criança em um meio contaminado pelo crime, por exemplo, e ela cresce acreditando que aquilo é uma verdade, ela gostaria de ser um líder, por exemplo, do tráfico de drogas dentro de uma favela e ela pede aquilo com pureza no coração, ela acredita que aquilo é uma coisa boa para ela, não foi dito que é errada, ela vai conseguir isso?
Olavo: Já entendi a pergunta. A pergunta é a seguinte: se você pede uma coisa que é objetivamente má embora você esteja subjetivamente persuadido de que é bom, como é que se coloca isso? O que você está colocando é o problema da sinceridade. O que vai decidir isso é a sinceridade. Agora, na linguagem corrente, as pessoas usam a palavra sinceridade para apenas designar o que você faz quando você diz o que pensa, exatamente como o pensa, mas a sinceridade não se compõe só disso, sinceridade não é só você dizer o que pensa, é pensar as coisas como elas efetivamente se apresentaram, não é isto? É você aceitar o que a presença delas está dizendo por si mesma. Quer dizer, a sinceridade não está só na emissão do que você diz, mas está também na percepção. Não há sinceridade na emissão se não há sinceridade na percepção. Quer dizer, consciência falsa não tem sinceridade alguma, apenas auto-engano. Infelizmente na linguagem corrente as pessoas restringem o sentido da sinceridade apenas à emissão, de modo que diz que ele tem de ser sincero só quando fala, mas tem de ser sincero quando percebe também. Sincero ao receber, quer dizer, aceitar o que a realidade está lhe dizendo. Está compreendendo?
É impossível que o sujeito que está, por exemplo, no narcotráfico, não perceba o dano e o sofrimento que ele está espalhando para milhões de pessoas. Se ele não quer perceber isto, se ele não quer perceber a realidade, ele está vivendo dentro de uma redoma de ilusões que ele mesmo criou para seu próprio reconforto, então não há sinceridade aí. Mesmo que ele diga exatamente o que ele pensa — digamos que o que ele pensa não reflete o que ele percebe — há, mesmo assim, esses três elementos: dizer o que pensa, pensar como percebe e perceber as coisas como elas são, ou seja, como elas realmente se apresentaram. Sem isso não há sinceridade.
Saiba que a sinceridade se compõe inseparavelmente desses três elementos: O primeiro desses elementos é apenas uma capacidade de expressão verbal: “Eu sou capaz de dizer o que penso”. Agora, pensar de acordo com aquilo que você percebe já é outra coisa. Você está criando um nexo que não existe espontaneamente nem naturalmente entre a atividade de pensar e a de perceber. Se você pensar assim: quais são as forças que presidem, causam e determinam o que eu penso? Bom, existem inúmeras forças. Existem influências de outras pessoas, existe a linguagem estereotipada da mídia, existe a pressão dos colegas, existem as exigências da família, existe um monte de coisa que determina o seu pensamento. Em geral, nós repassamos isso adiante com certo automatismo sem permitir que as coisas mesmas nos digam o que elas são. Está compreendendo?
Então, em muitos casos nós estamos vendo apenas o que nós queremos ver. Não temos amor à realidade. Agora, o pessoal fala: “Amor à verdade”. Bom, antes de você ter amor à verdade, você precisa ter amor à realidade. A realidade é o que acontece, e a verdade, por assim dizer, é a expressão em pensamento daquilo que acontece. Se não tem amor à própria realidade tal como ela se apresenta, você não tem isso que eu chamei antigamente de contemplação amorosa, quer dizer, deixar que a realidade seja o que ela é. Porque a pessoa realmente pensa que só tem duas alternativas, ou projetar na realidade seus desejos, suas imaginações ou então assumir uma atitude de indiferença e de distância científica. Ora, essas duas coisas são uma palhaçada, porque a indiferença e a distância científica farão com que o objeto se afaste e que ele seja visto só na sua versão redutiva e objetiva. Você não está querendo a realidade, está querendo aquela parte que pode ser tratada cientificamente. Isto não é amor à realidade, é amor à ciência e é amor, sobretudo, à segurança intelectual que a ciência lhe dá. Então a sinceridade na percepção só se realizará se você tiver um amor à realidade, se gostar que as coisas sejam o que elas são. Se você está querendo compreender uma pessoa, tem de gostar que ela seja do jeito que ela é para poder conhecê-la, mesmo que ela seja errada, seja uma pessoa feia, não interessa isso. Querer conhecer a pessoa como ela é, é deixar que o modo de ser dela lhe fale alguma coisa."
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Quem ainda não entendeu o grande valor pedagógico do sofrimento, não sabe de uma coisa importantíssima da realidade humana: A capacidade que temos a auto transcendência. Esse é o componente antropológico mais importante da nossa natureza e os santos são exemplos claros do seu grande potencial. Não tem nada mais destrutivo das possibilidades humanas inerentes do que uma contínua situação de bem-estar. O diabo adora promover esse "bem", pois sabe que ele é a fonte de toda diabetes espiritual e vocacional do nosso tempo. Não é a toa que, de ordinário, os santos preferiam o sofrimento e a carestia da pobreza do que a falsa alegria de muita "satisfação" material.Via- Haroldo Monteiro (8 de outubro de 2017)
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"O homem é mais ele próprio, mais humano, quando a alegria é o seu traço fundamental, e a tristeza é apenas superficial. A melancolia deve ser um interlúdio, uma moldura leve, transitória e inocente da mente; a gratidão deve ser o ritmo permanente da alma…A alegria é o mecanismo tumultuoso pelo qual todas as coisas vivem.”
(G.K. Chesterton - "Ortodoxia")
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"Nada jamais poderá superar essa tremenda superioridade do sexo feminino que consiste em até mesmo o filho varão nascer mais próximo da mãe do que do pai. Ao observar esse extraordinário privilégio feminino, não há quem possa acreditar de fato, na igualdade dos sexos"

(G.K. Chesterton - 
O que há de errado com o mundo)
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"As figuras de santos e heróis cultuadas pela imaginação popular representam e fortalecem os ideais morais de uma nação, e é importantíssimo, é vital que as virtudes aí projetadas sejam autênticas, para que autêntica seja a moralidade do povo."

(Olavo de Carvalho - O Imbecil Coletivo)
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Da Nobreza como Herança - Prof. Luiz Gonzaga De Carvalho Neto

''Nenhum pai quer deixar o filho em situação igual à sua. Mas todo mundo interpreta isso enquanto melhoria da situação financeira. Todo mundo quer ganhar dinheiro para deixar de herança para os filhos, mas ninguém se preocupa em criar uma ambiência que favoreça um casamento cristão para os seus filhos. E como a gente cria essa ambiência? Em primeiro lugar, presta atenção no seguinte: quais são as casas que você frequenta e quais são as pessoas que frequentam a tua casa. Então você vai ver que a tua ambiência social próxima está mais baseada no sangue e nas relações profissionais que em qualquer outra coisa. Portanto, a primeira coisa que você vai ter que fazer é mudar isso. Você vai ter que ver as pessoas que estudam as mesmas coisas que você, que valorizam as mesmas coisas que você e fazer dessas pessoas os tios e tias dos teus filhos. Você vai ter que convidá-los a ir à tua casa e se convidar para ir à casa deles. Você vai ter que criar um círculo social próximo que tenha valores em comum. Esse é um dever incalculavelmente maior do que deixar dinheiro para os teus filhos.
Aprenda isto: quem são as pessoas que você quer que os teus filhos vejam? Você não precisa romper relações com a tua família, mas você precisa que o teu convívio principal seja com pessoas que tenham os mesmos valores que você e não com pessoas que tenham o mesmo sangue que você ou trabalhem no mesmo lugar. Por quê? Porque o sangue é cego. O sangue é um princípio de pura organicidade. Ele não tem nada de luminosidade, inteligência, consciência. As relações de sangue são aquelas que você não escolheu. Os teus valores não entraram em questão. E os teus colegas de trabalho não são os caras que você se relaciona por causa das tuas virtudes e qualidades. Nisso também há um elemento de cegueira e necessidade. Essas relações criam para os teus filhos um ambiente baseado na cegueira e nas necessidades materiais. Nelas não há nada de luminosidade, nobreza ou virtude. Mas se vocês criarem essa outra ambiência, os teus filhos verão relações fundadas nas virtudes que depois poderão se transformar em sangue, porque eles irão casar com as filhas dos teus amigos e vice-versa. Então o sangue será um elemento que reforçará os valores. Ali ele também encontrará as relações profissionais, ou seja, os sócios, parceiros, funcionários, que serão instrumentos para as virtudes.
Como se cria uma elite, uma aristocracia? Assim! É a coisa mais simples do mundo. Ou você acha que tem uma pessoa cujo sangue simplesmente é azul? Não, é você que tem que tingi-lo de azul gostando de pessoas que tenham alguma virtude, conhecimento, discernimento, sabedoria ou piedade. E todas as mulheres que os teus filhos possam chegar a conhecer devem ser as filhas dessas pessoas, com as quais eles contrairão matrimônio. Repetindo esse processo ao longo de três gerações todos terão sangue azul. A nobreza de caráter vem primeiro e a nobreza de sangue é só um efeito colateral. Você não pode ser nobre sozinho. É preciso que exista alguém que seja o objeto da tua nobreza e vice-versa. Dá para ser santo sozinho, mas nobre não dá. Para ser nobre você precisa interagir com outras pessoas e escolher as pessoas com as quais você interage.''
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''A alma, que deve amar a Deus e com a qual Deus quer se comunicar, é tão perfeitamente despida da temporalidade e de todo gosto das criaturas, que nela Deus sabe ao sabor do gosto próprio dele. A Escritura diz: “À hora da meia-noite, quando todas as coisas estavam em silêncio, então, Senhor, tua palavra desceu do trono real” (Sb 18,14-15). Isso significa: na noite, quando já nenhuma criatura reluz nem espreita na alma, e no silêncio, onde nada mais fala à alma, então a palavra é anunciada ao intelecto Nossa vida está partida em duas: uma é sofrer, a outra, atuar. Atuar é aquilo com que ganhamos toda a nossa recompensa. Sofrer é um acolher interiormente a recompensa. O mundo inteiro não consegue reconhecer o empenho de Deus em atrair a alma para si. Nossa colheita está no atuar; e isso é pequeno e estreito. E por isso ele não colocou nossa recompensa no atuar; antes, no sofrer. Ele sempre busca, portanto, nosso melhor, pois pouco podemos fazer e muito sofrer, pouco dar e muito receber. […] Por isso, colocou nossa recompensa no sofrer, para que ele possa nos doar muito, e nós muito receber'' (MESTRE ECKHAR)
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''Dá a quem te pede''. (Mt. 5:42)
''Ainda há quem diga: 'Mas se você dá dinheiro o sujeito vai beber na primeira esquina!' Pois que beba! Tão logo ele o embolsou, o dinheiro é dele. Vocês querem educar o pobre 'para a cidadania' e começam por lhe negar o direito de gastar o próprio dinheiro como bem entenda? Querem educá-lo sem primeiro respeitá-lo como um cidadão livre que atormentado pela miséria tem o direito de encher a cara tanto quanto o faria, mutatis mutandis, um banqueiro falido? Querem educá-lo impingindo-lhe a mentira humilhante de que sua pobreza é uma espécie de menoridade, de inferioridade biológica que o incapacita para administrar os três ou quatro reais que lhe deram de esmola? Não! Se querem educá-lo, comecem pelo mais óbvio: sejam educados. Digam 'senhor', 'senhora', perguntem onde mora, se o dinheiro que lhes deram basta para chegar lá, se precisa de um sanduíche, de um remédio, de uma amizade. Façam isso todos os dias e em três meses verão esse homem, essa mulher, erguer-se da condição miserável, endireitar a espinha, lutar por um emprego, vencer''. (Olavo de Carvalho)

''Se você pressupõe que o ser humano possui três dimensões, corpo, alma e espírito, você também terá que pressupor que há doenças do corpo, tratadas pelos médicos em geral, há doenças da alma, tratadas pelos psicólogos, e há doenças do espírito, que deveriam ser tratadas de modo espiritual. Ocorre que a partir de Descartes o ser humano foi reduzido a duas dimensões, corpo e mente, e, por conta disso, imagina-se hoje em dia que as doenças do espírito possam ser tratadas segundo os métodos da psicologia moderna. Quando, na verdade, a solução para isso é a prática da esmola. A esmola é uma obrigação para o cristão não apenas porque ela faz um bem para o pedinte – faz, mas de modo colateral – mas porque ela faz um bem principalmente para quem a concede. A esmola é a maior terapia espiritual que existe. O ato de doação é profundamente terapêutico''. 

(Prof. Monir Nasser)
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Muito do problema da inteligência se encontra na concentração. Às vezes, mais do que ter a capacidade de guardar os dados, é preciso ter a capacidade de absorvê-los adequadamente, e isso significa não permitir que elementos externos criem ruídos durante esse processo.
Isso porém não significa que o silêncio absoluto seja suficiente para garantir a melhor absorção intelectual seja do que for. Isso porque muitos dos ruídos não vêm exatamente de fatores ambientais, mas surgem do próprio cérebro de quem está tentando estudar.
Aprender como manter a mente exclusivamente direcionada para um único objeto é o grande desafio de qualquer intelectual. E, apesar de haver diversas técnicas que são apresentadas ao público periodicamente, ensinando como desenvolver a capacidade de concentração, não há nada que mantenha alguém mais absorto em um assunto qualquer do que o interesse, ou seja, do que o amor pelo tema.
Fabio Blanco - 27 de setembro de 2017
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-Meu espírito ainda se apega à imagem da pessoa amada. Continuo falando com ela, e ela continua falando comigo. De repente me dou conta: nem sei se minha esposa ainda vive! Naquele momento fico sabendo que o amor pouco tem a ver com a existência física de uma pessoa.
Ele está ligado a tal ponto à essência espiritual da pessoa amada, a seu "ser assim" (nas palavras dos filósofos) que a sua "presença" e seu "estar aqui comigo" podem ser reais sem sua existência física em si e independentemente de seu estar com vida.
Eu não sabia, nem poderia ou precisaria saber, se a pessoa amada estava viva. Durante todo o período do campo de concentração não se podia escrever nem receber cartas. Mas isto naquele momento de certa forma não tinha importância.
As circunstâncias externas não conseguiam mais interferir no meu amor, na minha lembrança e na contemplação amorosa da imagem espiritual da pessoa amada. Se naquela ocasião tivesse sabido: minha esposa está morta - acho que este conhecimento não teria perturbado meu enlevo interior naquela contemplação amorosa.
O diálogo intelectual teria sido intenso e gratificante em igual escala. Naquele momento me apercebo da verdade: "põe-me como selo sobre o teu coração... porque o amor é forte como a morte." (Cântico dos Cânticos 8.6)."



(Viktor Frank no livro "Em busca de Sentido")
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"O estudo dos clássicos é o instrumento principal de autodidatismo; e se alguém os estudar com carinho amoroso [...] esse alguém descobrirá de repente que sua compreensão de uma grande obra aumenta e também sua habilidade para comunicar tal compreensão pela boa razão de que o estudante cresceu através do processo de estudo."


(Eric Voegelin, Carta a Robert Heilman, 22 de agosto de 1956)
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A via de santificação dos filósofos, por prof. Luiz Gonzaga


''Existe um tipo humano que vê o mundo como uma mescla de evidência e mistério. Por um lado, a existência do mundo é algo evidente. Mas em que consiste a existência do mundo? Isso esse tipo humano não sabe. A virtude desse tipo humano é a filosofia em seu sentido etimológico estrito, ou seja, o amor à sabedoria: a plena conformação do indivíduo à realidade total que está diante dele. O bem que esse tipo humano percebe está para além da distinção entre ego e mundo. Esse bem percebido o abarca assim como ao mundo. Esse bem percebido, além de transcender a distinção entre ego e mundo, também transcende a distinção entre vida e morte. E é por isso que, em princípio, esse tipo humano está aberto para a santificação. Todos os demais tipos humanos, o servil, o artesão e o heróico, podem abrir-se para a santificação, mas de modo indireto, por uma espécie de transposição de suas inclinações naturais para uma dimensão puramente espiritual. Mas a vocação filosófica é intrinsecamente espiritual. A vocação de descobrir o que é o Real é por si mesma espiritual.
É perfeitamente possível que um sujeito ame a sabedoria e nunca tenha aberto um livro de filosofia na vida. Se você ler o evangelho de São João você perceberá que São João era necessariamente um filósofo neste sentido. Ele estava possuído pelo amor à sabedoria, mas provavelmente nunca em sua vida chegou a abrir um livro de filosofia grega. Aqui filosofia não significa o estudo de determinadas obras, mas um desejo de conhecimento que se torna central na vida do indivíduo''.
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"O sofrimento, que dá ao sentimento de minha própria vida um caráter tão agudo e incisivo, só pode adquirir valor pelo uso que eu sou capaz de fazer dele; pode me reduzir ao desespero, mas confere à alma que soube aceitá-lo uma força e uma luz incomparáveis." (Lavelle)
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“O dia em que as pessoas perderem o horror ao aborto, este será um dia terrível para a humanidade."
(Padre Pio)
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"Tong Phuoc Phuc é um vietnamita que passou mais de 15 anos dando um enterro apropriado para todos os bebês abortados em uma clínica da sua cidade. E tudo começou em 2001 quando ele foi para o hospital com a esposa grávida, alguns dias antes do filho nascer. Ele reparou que muitas gestantes entravam na sala de parto e saiam de lá sem os bebês.


Levou um tempo para perceber o que estava acontecendo. Mas quando o fez, o seu coração se despedaçou e não conseguiu conter as lagrimas que saiam incessantemente de seus olhos. Elas estavam lá para abortar e não para dar à luz. O homem ficou muito triste ao pensar que aquelas crianças estavam sendo privadas do direito à vida. Foi aí que ele resolveu parar de chorar e pensar em fazer algo que pudesse fazer a diferença. Ele comprou um terreno na colina com suas economias e começou a enterrar os bebês abortados apropriadamente.



No início, sua esposa pensou que ele era louco, mas Tong não desistiu. Desde então enterrou mais de 10.000 bebês. Mas o que ninguém sabia até então, era a sua verdadeira intenção. O objetivo é sensibilizar as grávidas que estivessem na dúvida de abortar ou não. Ele diz que seu cemitério não é apenas um lugar de tristeza, mas um jardim feito para tocar os corações das mulheres que se perguntam se devem ou não ter os seus filhos.



As gravidas que não tinham condições de ter os seus filhos, estavam se aproximando de Tong para obter ajuda. O homem deixou de ser um coveiro e começou a adotar crianças com a ideia de que; Ele adotava as crianças, até que as mães pudessem voltar a ficar com elas. Se isso não fosse possível, ele próprio as educava e criava. Hoje em dia Tong cuida de mais de 100 crianças em sua casa.



Como são muitos nomes para decorar, ele resolveu chamar todas as meninas de Coração, e os meninos de Honra. Ele cuida de todos eles como se fossem seus próprios filhos.



Nutrir e cuidar dos filhos é, obviamente, uma tarefa enorme, mas Tong ama esse papel como um pai:



'Eu vou continuar este trabalho até o meu ultimo dia de vida, e espero que os meus filhos continuam a fazê-lo uma vez que eu não estiver mais neste mundo.' Assinalou este incrível e bondoso ser humano".



Tive que colar o texto para o pessoal que não está abrindo e lendo a matéria e vendo as fotos contidas nela. 


Cemitério dos Bebês:



Fonte: http://compartilhável.com/
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"Aristóteles aconselhava evitar o debate com adversários incapazes de reconhecer ou de obedecer as regras elementares da busca da verdade. Se algum abortista desejasse a verdade, teria de reconhecer que é incapaz de provar a inumanidade dos fetos e admitir que, no fundo, eles serem humanos ou não é coisa que não interfere, no mais mínimo que seja, na sua decisão de matá-los. Mas confessar isso seria exibir um crachá de sociopata. E sociopatas, por definição e fatalidade intrínseca, vivem de parecer que não o são." 
(Olavo de Carvalho)
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Hamilton da Silva
(December 3, 2017)

Trinta ensinamentos do filósofo Olavo de Carvalho para você começar a semana um pouco mais inteligente:
1- O tempo é a substância da vida humana. O dinheiro que se perde, ganha-se de novo. O tempo, nunca.
2- Um homem maduro é aquele em cuja alma todos os sentimentos e emoções – ternura, ódio, esperança, pressa, indiferença, todos eles – são balizados pela consciência da morte.
3- Não prostitua a sua personalidade em troca da aceitação pelo grupo. É um preço muito alto a ser pago.
4- O mistério da existência não é dado a qualquer um, mas para aquele que dá tudo e mais alguma coisa em troca de obtê-lo.
5- O medo de enxergar o tamanho do mal já é sinal de submissão ao demônio.
6- Aquilo que é nobre e elevado só transparece a quem o ama.
7- Quando você vê um casal bonito e fica sinceramente feliz com a felicidade deles, é sinal que Deus o está ajudando de muito perto.
8- Deus perdoa os adúlteros, os mentirosos, os ladrões e até os assassinos, mas não perdoa quem não perdoa. Posso estar enganado, mas suspeito que no inferno há menos adúlteros do que cônjuges virtuosos que lhes negaram o perdão.
9- A mais perfeita forma de amizade somente é possível para aqueles que buscam a Verdade. Pessoas mundanas, por melhores que sejam, jamais conhecerão a dimensão espiritual de um verdadeiro amigo.
10- Se um pai conseguir educar uma criança até os cinco anos sem nunca fazê-la chorar, ela vai amá-lo, respeitá-lo, admirá-lo e obedecê-lo pelo resto da vida.
11- As pessoas que mais se angustiam na vida são aquelas que padecem de uma desesperadora falta de problemas.
12- O capital intelectual é o que define o destino das nações.
13- A paciência é o começo da coragem. E é mesmo. Se você não consegue sofrer calado, sem choramingar nem amaldiçoar o destino, muito menos vai conseguir agir certo quando surgir a oportunidade.
14- O amor é sobretudo um instinto de defender o ser amado contra a tristeza.
15- As portas do espírito só se abrem à perfeita sinceridade de propósitos.
16- Não há ingenuidade maior do que querer parecer esperto.
17- O que você quer ter sido quando morrer?
18- O Brasil só tem DOIS problemas: uma incultura MONSTRUOSA e a ânsia do brilho fácil.
19- Pare de propor soluções nacionais. Faça algo para se educar e educar as pessoas em torno.
20- Não existe caminho das pedras. O Brasil só pode ser melhorado cérebro por cérebro.
21- Já expliquei mil vezes: Não tenho nenhuma solução para os problemas nacionais, mas tenho algumas para você deixar de ser burro.
22- Estudar pouco e discutir muito é a desgraça do brasileiro.
23- À medida que vai se empoderando, o sujeito sai logo enfoderando todo mundo em torno.
24- O comodismo conservador é tão obsceno quanto o fanatismo esquerdista.
25- A moral burguesa só se preocupa com pequenos deslizes sexuais porque é covarde demais para enxergar os grandes crimes do satanismo universal.
26- Ser jovem é uma doença que o tempo cura.
27- Em grego, “idios” quer dizer “o mesmo”. “Idiotes”, de onde veio o nosso termo “idiota”, é o sujeito que nada enxerga além dele mesmo, que julga tudo pela sua própria pequenez.
28- Quanto ao politicamente correto: só crianças acreditam que mudando o nome de algo, ele passa a ser o que elas desejam.
29- O Brasil é o país em que famílias de bandidos mortos em conflito de facções nos presídios tem o direito a uma indenização do Estado e as vítimas destes mesmos criminosos da sociedade não faz jus a nada.
30- A vocação é algo para o qual você tem uma resistência específica. A minha resistência específica é a burrice humana.
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Mariano Henrique Rodrigues
(22 de julho de 2017)


UM VISLUMBRE DA EXISTÊNCIA

“A vida de um homem toca tantas outras vidas que quando ele não está, deixa um buraco enorme.”

"O que seria do mundo sem você nele? Como seria a vida das pessoas ao seu redor se você não tivesse nascido? Quantas vezes já não nos perguntamos isso e fomos balançados por dúvidas e pensamentos duvidosos sobre nossa existência. Já conversei com muitas pessoas que, vendo-se inúteis no mundo, desamparadas, desesperadas, pensam constantemente na própria morte, chegando ao ponto de admirar a ideia do suicídio como a libertação proibida desta prisão que é a existência. Eu mesmo já estive nesta situação, onde é preciso muita fé e um vigor constante para se manter firme.

No filme, A Felicidade não se compra, George, desanimado com a vida, tenta o suicídio. Neste exato momento, um anjo aparece pra ele e mostra como seria a vida das pessoas ao redor sem ele. Esse é o vislumbre da existência que, no filme, é permitido a ele ver, mas que permanece um mistério pra maioria de nós: a realidade não se abre para nós para revelar qual a nossa missão, cabe a nós descobrir ou, muitas vezes, aceitar que não a descobriremos nesta vida. Como o próprio anjo falou: “Foi te dada uma grande oportunidade, George, ver como seria o mundo sem você”.

A vida é um mistério em constante revelação. Nunca sabemos a importância que exercemos ao nosso redor, o impacto que causamos no destino dos outros. Como bem disseram: fatos que nos levam a questionar o porquê de conhecermos e nos relacionarmos com determinadas pessoas dentre tantas outras, é como se estivéssemos ligados por algum fio invisível no qual a nossa existência nesse mundo passa a fazer sentido em relação à existência do outro.

Provavelmente não teremos o privilégio de descobrirmos o nosso papel na existência, portanto, é necessária uma boa dose de fé e coragem pra viver esse mistério com amor. E quem sabe, algum dia, teremos um vislumbre, e por um segundo, um segundo que seja, o universo vai se abrir pra nós e revelar que cada esforço, cada levantada que demos depois da queda, foram essenciais não só para nós, mas também pra outros ao redor. É preciso não só confiar no Mistério, mas também amá-lo, "Porque sem mim nada podeis fazer." (João 15:5)
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10 citações impressionantes do Arcebispo Fulton Sheen.

(1) - “Quando um homem ama uma mulher ele tem de se tornar digno dela. E quanto maior for a sua virtude, o seu nobre caráter, quanto mais ela for devota à verdade, à justiça, à bondade, mais um homem tem de aspirar a ser digno dela.”
(2) - “Ouvir confissões de freiras é como ser ‘apedrejado’ até à morte por pipocas.”
(3) - “Nós tornamo-nos naquilo que amamos. Se amarmos o básico, tornamo-nos no básico. Mas se amarmos o que é nobre, tornamo-nos nobres.”
(4) - “Quem é que vai salvar a nossa Igreja? Não olheis para os padres. Não olheis para os Bispos. Depende de vós relembrarem os nossos padres para serem padres e aos nossos Bispos para serem Bispos.”

(5) - “Os princípios morais não dependem dos votos da maioria. Errado é errado mesmo se toda a gente estiver errada. Certo é certo mesmo se ninguém estiver certo.”

(6) - “Se não viveres segundo aquilo em que acreditas, acabarás a acreditar naquilo que vives.”

(7) - “Nunca serás feliz se a tua felicidade depender somente daquilo que tu desejas. Muda o teu foco. Encontra um novo centro, será o que Deus quiser, e ninguém poderá tirar a tua alegria.”

(8) - “Coisas partidas são preciosas. Nós comemos pão partido porque partilhamos da morte de Nosso Senhor. Flores partidas dão perfume. Incenso partido é usado em adoração. Um navio partido salvou Paulo e muitos outros passageiros na sua ida para Roma. Às vezes, a única maneira que Deus tem para entrar nalguns corações é partindo-os.”

(9) - “O Terço é a melhor terapia para as almas atormentadas, infelizes, temerosas e frustradas, precisamente porque envolve o uso simultâneo de três poderes: o físico, o vocal e o espiritual, nesta ordem.”

(10) - “Não julgues a Igreja Católica através daqueles que quase não vivem segundo o seu espírito, mas através do exemplo daqueles que mais próximo dele vivem.” São João Paulo II dirigindo-se ao Venerável Fulton J. Sheen: “Vós tendes escrito e falado bem de Jesus Cristo. Vós sois um filho fiel da Igreja.”

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Ser sincero é descer ao fundo de nós mesmos para descobrir os dons que nos pertencem, mas que nada são senão pelo uso que fazemos deles. É recusar deixá-los sem emprego. É impedir que fiquem escondidos no fundo de nós mesmos nas trevas da possibilidade. É fazer que se manifestem à luz do dia e façam crescer aos olhos de todos, a riqueza do mundo, que sejam como uma revelação que não cessam de enriquecê-lo. A sinceridade é o ato pelo qual cada um se conhece e se faz ao mesmo tempo. É o ato pelo qual dá testemunho a si mesmo e aceita contribuir, segundo suas forças, à obra da criação."

(Louis Lavelle)
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O homem é essencialmente social; viver na verdade contra a aparência quando o poder da sociedade é voltado para o lado da aparência é um fardo para a alma, impossível de carregar para a maioria; difícil de suportar para a minoria." 

(Eric Voegelin)
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Olavo de Carvalho
(15 de junho de 2017)

Séculos de cultura materialista nos ensinaram a enxergar o mundo material como realidade onipresente e decisiva, em cima da qual a imaginação humana constrói mundos espirituais de existência duvidosa, embora possível, sustentados apenas no desejo ou na "fé". Essa tornou-se a visão espontânea e usual do homem moderno, incluindo aqueles que se consideram "religiosos". No entanto, é uma visão rigorosamente invertida da estrutura da realidade. Uma séria compreensão metafísica do problema leva-nos a entender que, NECESSARIAMENTE, as formas precedem e determinam a matéria, o invisível precede e determina o visível, o oculto precede e determina o manifestado, o latente precede e determina o patente. A mim me parece ridículo todo ensino de "religião" que não venha antecedido dessa correção de perspectiva, não somente no pensamento, mas na percepção mesma das coisas.Não faz o menor sentido acrescentar a uma percepção materialista do mundo um adorno sentimental chamado "fé".
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"Não existe uma fórmula do casamento feliz, mas há uma condição indispensável para que ele aconteça. É a primeira e a mais importante de todas: Não seja o juiz da sua esposa, mas o advogado dela. Nunca faltará quem a critique ou pense mal dela. Alguém tem de defendê-la, porra."
Olavo de Carvalho
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Olavo de Carvalho
(15 de junho de 2017)

Se Jó, em vez de cobrar de Deus uma explicação para os seus padecimentos, tivesse tratado de disfarçá-los mediante o artifício das desculpas piedosas que o seu próprio coração desmentiria, Deus teria tido mais amor por ele? A Bíblia sugere que não. Daí concluo que, do mesmo modo que confessamos a Deus os pecados que cometemos, temos de Lhe mostrar o nosso sofrimento sem qualquer maquiagem eufemística.
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TODO o aluno do COF DEVE perceber que isto é FUNDAMENTAL: "Se vocês acompanharam os raciocínios finais do filme "O Jardim das Aflições", não terão dificuldade de entender o que vou explicar em seguida. Se enfatizo tanto a importância do perdão, não é só porque ele é o centro e o topo da revelação cristã, mas porque meditei personalizadamente o assunto desde um ponto de vista não religioso ou teológico, mas metafísico, e adotei como tese formal da minha filosofia a convicção de que ele é uma das chaves essenciais da estrutura mesma da realidade como um todo. No filme -- assim como em muitas aulas --, expliquei que não há um intermediário entre o ser e o nada: o que quer que tenha entrado na esfera do ser por uma fração infinitesimal de segundo não pode nunca mais retornar ao nada, porque nunca esteve nele e, ao contrário, pertenceu sempre à esfera do ser. Se tentamos conceber o transcurso do tempo como estrutura total da possibilidade, entendemos o que é a eternidade, no sentido de Boécio: a posse atual e simultânea de todos os momentos. Logo, o que quer que aconteça na esfera temporal está contido na eternidade de uma vez para sempre. Isso é a irrevogabilidade absoluta do acontecer. Ao nada, nada retorna, porque do nada, nada proveio. Ora, em toda a esfera do acontecer universal, desde as partículas subatômicas até a totalidade das galáxias, e atravessando mesmo todos os mundos supracorpóreos e espirituais que possam existir, só há UM tipo de fato que, uma vez ocorrido no tempo, pode ser suprimido da eternidade. São os nossos pecados. O perdão sacramental apaga o pecado do registro do ser. O perdão divino não é somente um castigo suspenso, mas uma anulação do fato, um DESACONTECER total e definitivo. Correlato da criação "ex nihilo", o perdão devolve ao nada o que nunca esteve no nada. O perdão é obra da liberdade divina e, nesse sentido, transcende a estrutura inteira da possibilidade universal. Quem quer que tenha a oportunidade de participar desse milagre, sob qualquer maneira que seja, deve aproveitá-la ao máximo, porque nada, nada, nada deste mundo lhe dará, na medida das forças humanas, compreensão mais luminosa do mistério da existência." -- Olavo de Carvalho
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Monteiro Haroldo 
(6 de junho de 2017)

Comentários à passagem evangélica do jovem rico, por prof. Luiz Gonzaga de Carvalho:
''Na passagem de Mateus 19:21, na qual o Cristo fala da via de perfeição, o 'vender tudo o que tens' não significa vender os bens materiais. Foram poucas as pessoas na história que espontaneamente interpretaram esta passagem neste sentido. Vender tudo que tens, significa, nesta passagem, o ato de você regrar a sua vida segundo os Mandamentos. Pois, o que você realmente tem? Você tem a tua capacidade de ação. A coisa funciona mais ou menos assim: farei isto ou não? Quem decide? Eu! Esta é única coisa que nos foi dada como condição ontológica irrevogável. Então, na passagem, nós devemos 'vender' esta nossa capacidade de ação para Deus, para a Lei divina. Assim, o primeiro estágio da perfeição é a venda de nossa capacidade de ação e a assunção dos Mandamentos. Depois, os ganhos desta venda devem ser dados aos 'pobres'. Quem são os pobres nesta passagem? Ao contrário da opinião geral, o Cristo tinha uma elevada opinião acerca da pobreza. A palavra pobreza tinha para Ele e para os apóstolos um significado um pouco diferente do que possui hoje. Pobreza, neste contexto, não significa apenas a impossibilidade de pagar as contas. Pobre, aqui, era o sujeito que sabia se comparar com um valor superior a si mesmo. Por exemplo, se você olha para si, depois para S. Francisco, olha para a tua vida, depois para a vida de S. Francisco e chega à conclusão de que S. Francisco é muito melhor do que você, nesse momento você tornou-se o pobre de que fala o Cristo. Porque é nesse momento que você está disposto a se comportar da melhor maneira possível. As pessoas que habitualmente se comparam com critérios superiores aos seus comportamentos pessoais imediatos são os pobres de que fala o Cristo. São, por definição, os donos do Reino dos Céus.
Pobre, no sentido cristão da palavra, é o sujeito que honestamente se compara com o comportamento do Cristo, dos apóstolos, das prescrições evangélicas, dos santos e diz para si mesmo: 'Honestamente, eu estou me comportando muito abaixo de todos eles, e deveria me comportar melhor. Como eu faço, meu Deus, para me comportar melhor? O que eu faço para merecer estar na companhia desses homens?' E, então, começa a amar a idéia de estar na companhia desses homens. Imagine você mesmo. Imagine que você está sentado na companhia de S. João, de S. Francisco, de Platão, de Aristóteles... Imagine-se convivendo com uma cidade inteira de pessoas assim. Depois, pergunte-se: ''O que eu lá faria?'' Conviver com pessoas consiste em encontros, conversas e em prestação de favores de uns para com os outros. O quê, então, você poderia fazer por essas pessoas, que, de algum modo, tornasse a tua companhia agradável a elas? A pessoa que constantemente pensa nestas questões é necessariamente pobre no sentido do Cristo. E S. Francisco, S. João e os demais eram assim o tempo todo. Eles estavam o tempo todo comparando cada uma de suas ações com critérios que estavam muito além deles mesmos. Esta é a dimensão interior da vida: quem e o que você ama? Com quem você gosta de conviver?
Para este tipo de pessoa, o mundo não foi apenas um lugar no qual ela deixou uma marca. Ao contrário, o mundo foi uma espécie de escola onde ela aprendeu a se tornar um ser humano. O mundo foi um lugar no qual ela ouviu falar de pessoas como Jesus Cristo, como S. João, como Buda... Onde ela viu e/ou ouviu falar de comportamentos que jamais lhe ocorreriam à imaginação se ela dependesse exclusivamente de si mesma''.
(Trecho transcrito da aula 27 do terceiro módulo do curso Religiões do Mundo) via Artur Silva

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“A essência mais íntima do amor é a doação. Deus, que é amor, dá-se à criatura que Ele mesmo criou por amor.”

(Santa Teresa Benedita da Cruz)

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“A tristeza que é segundo Deus, afirma São Paulo, produz um arrependimento que leva à salvação; ao passo que a tristeza do mundo produz a morte. (2Cor 7,10). A tristeza do arrependimento pode, pois, ser boa ou má, conforme os efeitos que produz em nós. Mas, em geral, produz mais efeitos maus que bons, porque os bons são apenas dois: a misericórdia – o pesar pelo mal dos outros – e a penitencia – a dor de ter ofendido a Deus -; ao passo que os maus são seis: medo, preguiça, indignação, ciúme, inveja e impaciência. Por isso diz o sábio: A tristeza mata a muitos e nela não há utilidade alguma (Eclo 30,25), já que, para dois riachos de águas límpidas que nascem do manancial da tristeza, nascem seis de águas poluídas”.
(Do livro: A arte de aproveitar as próprias faltas.)
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Amputado de toda raiz histórico-cultural e linguística, de toda referência religiosa e de todo senso de tradição nacional, ao cidadãozinho do universo global só restam três eixos de orientação na vida: seus impulsos corporais imediatos, a língua-de-pau dos slogans e chavões que paradoxalmente ele chama de seu "pensamento crítico", e por fim o espírito da horda, do rebanho tangido por um boiadeiro onipresente e invisível. (Olavo De Carvalho)
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Daniel Fernandes 12 de fevereiro de 2017
Depois de dois anos fuçando jornais velhos, descobri que, no Brasil, dos anos 20 até o início da década de 60:

(1) A classe letrada lia Chesterton, Mauriac, Bernanos, Julien Green, Paul Claudel, Bloy, Rilke, Pirandello, Paul Valery, Camus, Berdiaev, René Guenón, Dostoievski, Racine, Somerset Maugham, André Gide, Gabriel Marcel, Louis Lavelle, René Le Senne, Reginald Garrigou Lagrange, Fulton Sheen, Huizinga, Ortega, Jacob Burckhardt, Julien Benda, Jean Cocteau, Thomas Mann, Miguel Torga, Proust, T.S.Eliot, Maeterlinck, Juan Ramón Jiménez, Benedetto Croce, Whitehead, Charles Morgan e Grahan Greene;

(2) No mesmo jornal, era possível encontrar "feras" como Ascendino Leite, Augusto Frederico Schmidt, Brito Broca, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Cyro do Anjos, Clarice Lispector, Gilberto Freyre, José Lins do Rego, Jorge de Lima, José Geraldo Vieira, Josué Montello, Otto Maria Carpeaux, Paulo Ronái e Vicente Ferreira da Silva;

(3) No "A Manhã", você encontrava: Adonias Filho, Alcântara Silveira, Alceu Amoroso Lima, Alphonsus Guimarães, Aníbal Machado, Ascendino Leite, Augusto Frederico Schmidt, Augusto Meyer, Breno Accioly, Berdiaev (russo), Cassiano Ricardo, Cecília Meireles, Cyro dos Anjos, Clarice Lispector, Mário Quintana, Ledo Ivo, José Geraldo Vieira, Jorge de Lima, Guerreiro Ramos, Lúcio Cardoso, Manuel Bandeira, Marques Rebelo, Octávio de Faria, Murilo Mendes, Otto Maria Carpeaux, Rosário Fusco, Tasso da Silveira e Vicente Ferreira da Silva;

(4) No "Tribuna da Imprensa", você lia Carlos Lacerda, Gustavo Corção, François Mauriac, Fulton Sheen, João Camilo de Oliveira Torres, Gladstone Chaves de Melo, Octávio Tarquínio de Sousa, Alfredo Lage, Alceu Amoroso Lima, Ștefan Baciu, Raymond Aaron e Daniel Rops;

(5) No "Suplemento Literário do Estado de São Paulo", Villén Flusser, João Gaspar Simões (que era português), Antônio Carlos Villaça e Ruy Afonso da Costa Nunes;

(6) No "Correio da Manhã", o encontro era com Walter Lippman, Gilberto Freyre, Raquel de Queiroz, Sérgio Buarque de Holanda, Sérgio Milliet, Câmara Cascudo, Francisco de Assis Barbosa, Álvaro Lins, André Malraux, Genolino Amado, Augusto Frederico Schmidt e Peregrino Júnior;

(7) Havia uma intelectualidade vibrante em torno do Centro Dom Vital, criado pelo Jackson de Figueiredo. Figuras como Alceu, Alfredo Lage, Oscar Mendes, Hamilton Nogueira, Jonathas Serrano, Perilo Gomes, Maurílio Penido e Leonel Franca;

(8) A intelectualidade católica se destacava nas Letras: Alceu Amoroso Lima, Álvaro Lins, Otto Maria Carpeaux, Alcântara Machado, Jorge de Lima, Paulo Setúbal, Tasso da Silveira, Augusto Frederico Schmidt, Cornélio Pena, Lúcio Cardoso, Gustavo Corção, Cassiano Ricardo, Plínio Salgado, José Américo de Almeida, José Lins do Rêgo, Andrade Muricy, Murilo Mendes, Octávio de Faria, José Geraldo Vieira, Alphonsus de Guimarães Filho, Peregrino Júnior, Carlos Lacerda, Carolina Nabuco, Adalgisa Nery, Lúcia Benedetti, Henriqueta Lisboa, Roberto Alvim Correia, Antônio Calado, Mário de Andrade, Adonias Filho, Osman Lins, Gladstone Chaves de Mello, Ariano Suassuna e Nelson Rodrigues. Na teologia e na filosofia: padre Leonel Franca, Alexandre Correia, padre Teixeira Leite Penido, frei Boaventura, padre Ávila. Na história e no jornalismo: Felício dos Santos, Perilo Gomes, Oliveira Viana, Hamilton Nogueira, João Camilo de Oliveira Torres, Pedro Calmon, Hélio Viana, Edgard da Mata Machado, Fernando Carneiro, Heráclito Sobral Pinto, Hildebrando Accioly, Affonso Pena Júnior, Alfredo Valadão, Hélio Tornaghi, Francisco Mangabeira, Celestino Basílio, Altino Arantes.

Depois, um imenso asteróide vermelho atingiu o Brasil. O asteróide contaminou o país, levando os sobreviventes a um estado de embrutecimento, loucura e alienação.
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"A mensagem do filósofo aos jovens estudantes, no que diz respeito à dificuldade financeira, é simples, quanto pior ficar a sua condição econômica, mais se apeguem à sua vocação intelectual. Não cedam à pressão de um mundo que quer matar em vocês o espírito à força de atormentá-los com problemas financeiros. O mundo, no sentido bíblico do termo (isto é, a sociedade mundana), só respeita quem o despreza. Na Primeira Guerra Mundial, o físico Werner Heisenberg, então um adolescente, numa cidade reduzida à miséria pelo cerco e pelos bombardeios, se escondia no porão de uma igreja para ler Platão e discutir com seus amigos a metafísica de Malebranche. Foram os anos decisivos de sua formação: ele poderia tê-los perdido, aguardando melhores dias para estudar. Mas nada, neste mundo, pode vencer a determinação do homem que é fiel à vocação espiritual. Não se intimidem, não desistam. Quanto mais pobres vocês ficarem, mais se dediquem aos estudos. A porcaria reinante não prevalecerá sobre a sinceridade dos seus esforços. Digo isto com a experiência de quem, ao longo de mais de duas décadas de pobreza, com mulher e filhos para sustentar, jamais deixou de estudar um único dia, aproveitando cada momento livre e abdicando de toda sorte de viagens e divertimentos. Nunca esperei que minha situação melhorasse para depois estudar, e garanto: seja teimoso, e um dia o mundo desiste de tentar dominar você pela fome." 

(Olavo de Carvalho) 2017

Os votos de aniversário que recebi são tantos, e aliás tão carinhosos, que eu não poderia responder a um por um nem que empenhasse nisso algumas semanas de trabalho. Entendo-os como mais que um apelo, uma convocação. Eles mostram-me a obrigação estrita que tenho de continuar, intensificar e aprimorar por todos os meios ao meu alcance este trabalho "sui generis" que as circunstâncias, totalmente fora do nosso controle, tornaram necessário e urgente. Tenho a certeza absoluta de que exortações como as do prof. R. Mangabeira Unger ao melhoramento da educação nacional são puro verbalismo oco, porque se dirigem precisamente aos demolidores do sistema educacional brasileiro e, mais genericamente, da alta cultura, que prostituíram no altar de interesses partidários imediatistas e sujos. Muito mais sério é o apelo que vocês me dirigem, não porque eu possa, por mim, melhorar o estado de coisas, mas porque vocês sabem que essa missão incumbe a vocês mesmos e somente a vocês. Renascimentos culturais são demorados e trabalhosos, mas aquele em que estamos empenhados é a ÚNICA esperança de um Brasil menos doente, menos louco, menos criminoso e mais sábio. Espero ter contribuído para isso na medida das minhas forças, não somente indicando-lhes as possibilidades da vida intelectual superior, que a universidade brasileira hoje em dia ignora POR COMPLETO, mas também a regra número um de toda educação genuína, que é o amor ao próximo. Minha esposa, Roxane, vive dizendo que não sei tratar ninguém com frieza e indiferença, por trás de uma máscara profissional. "Para você, todo mundo é parente", diz ela. Todo mundo, não sei. Mas vocês indiscutivelmente são. Obrigado, irmãozinhos.


 (Olavo de Carvalho) 29 de abril de 2017


Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura!!

Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura!!